A noite é de estrelas
Pelo céu brilhando
E as moças donzelas
As moças donzelas
Rezando rezando:
Não vem um ladrão
Não vem um banqueiro
Ou um trovador
Ou um cavaleiro
A noite é de estrelas
Pelo céu ardendo
E as moças donzelas
As moças donzelas
Dizendo dizendo:
Não vem um senhor
De alto coturno
Não vem um polícia
Ou o guarda-nocturno
A noite é de estrelas
Pelo céu luzindo
E as moças donzelas
As moças donzelas
Sorrindo sorrindo:
Não vem um amigo
Ou um inimigo
Não vem um soldado
Não vem um mendigo
A noite é de estrelas
Pelo céu redondo
E as moças donzelas
As moças donzelas
Supondo supondo:
Não vem um vadio
Ou um peregrino
Ou um saltimbanco
Ou um assassino
A noite é de estrelas
Pelo céu profundo
E as moças donzela
As moças donzelas
Sozinhas no mundo
in Os Silos do Silêncio (Poesia, 1948-2004), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005, pp. 63-64.
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