Chrys Chrystello, An Aussie in the Azores /Um Australiano nos Açores, http://oz2.com.sapo.pta posição dos colóquios da lusofonia não se prende com definições estéreis do que é ou não a lusofonia, de quem gosta ou não do termo...
Aqui se
traça em linhas
gerais o percurso da AICL. Uma breve
resenha do historial dos Colóquios da Lusofonia, da sua ação
na divulgação da
açorianidade literária ou de como ainda é possível
concretizar utopias num
esforço coletivo. Um exemplo da sociedade civil atuante em
torno de um projeto
de Lusofonia sem distinção de credos, nacionalidades ou
identidades culturais
que depois do Brasil, Macau e Galiza quer voltar ao Brasil,
ir aos EUA e
Canadá, Cabo Verde, Roménia e outros países.
Gostaria de começar usando a frase de Martin Luther
King, 28 agosto 1963,
“I had a dream…” para explicar como em dez anos realizámos já
dezoito Colóquios da
Lusofonia. Somos uma associação cultural e cientifica sem fins
lucrativos desde
janeiro de 2011 e cremos que podemos fazer a diferença,
congregados em torno de
uma ideia abstrata e utópica, a união pela mesma Língua.
Partindo dela podemos
criar pontes entre povos e culturas no seio da grande nação
lusofalante,
independentemente da nacionalidade, naturalidade ou ponto de
residência.
Neles não se busca mais uma Conferência para o currículo, antes se partilham ideias, projetos, criando sinergias irmanados do ideal comum de “sociedade civil” capaz e atuante, para – juntos – se atingir o que as burocracias e hierarquias não podem ou não querem. É o que nos torna distintos de outros encontros científicos do género. É a informalidade e o contagioso espírito de grupo que nos irmana, que nos tem permitido avançar com ambiciosos projetos. Aliás, desde a primeira edição abolimos o sistema português de castas que distingue as pessoas pelos títulos apensos aos nomes. Esta pequena revolução tem permitido sinergias onde não se pretende a autoria mas a partilha do conhecimento. Sabemos como isso é anátema nos corredores bafientos e nalgumas mentes das instituições, mas temos sabido encontrar, nessas entidades, as pessoas capazes de operarem as mudanças, como porta-vozes da sociedade civil que estes colóquios se orgulham de ser. Só assim se explica que depois de José Augusto Seabra, os nossos patronos sejam Malaca Casteleiro, Evanildo Bechara e Concha Rousia.
Em 2001, queríamos patentear que era possível ser-se
organizacionalmente INDEPENDENTE
e descentralizar estes
eventos sem subsidiodependências. Em poucos anos os
Colóquios já se afirmaram
como a única realização regular, concreta e relevante - em
todo o mundo - sobre
esta temática, sem apoios nem dependências. Em Portugal
tivemos Bragança como
base entre 2003 e 2010, e nos Açores a Ribeira Grande
(2006-7), Lagoa (2008-12)
e em Vila do Porto (2011).
Os
Colóquios são
independentes de forças políticas e institucionais, através
do pagamento das
quotas dos associados e do pagamento de inscrições dos
congressistas. Buscam
apoios protocolados especificamente para cada evento,
concebido e levado a cabo
por uma rede de voluntários. Pautam-se pela participação de
um variado leque de
oradores, sem temores nem medo de represálias dos
patrocinadores institucionais
sejam eles governos, universidades ou meros agentes
económicos.
Nos
Açores, agregaram
académicos, estudiosos e escritores em torno da identidade
açoriana, sua
escrita, lendas e tradições, numa perspetiva de
enriquecimento da LUSOFONIA,
tal como a entendemos com todas as suas diversidades
culturais que, com a nossa
podem coabitar. Pretende-se divulgar a identidade
açoriana não
só nas comunidades lusofalantes mas em
países como a Roménia, Polónia, Bulgária, Rússia,
Eslovénia, Itália, França, e
onde estão a ser feitas traduções de obras e de excertos
de autores açorianos.
De
referir que em todos os
colóquios mantivemos sempre uma sessão dedicada à tradução
que é uma importante
forma de divulgação da nossa língua e cultura. Veja-se o
exemplo de Saramago
que vendeu mais de um milhão de livros nos EUA onde é
difícil a penetração de
obras de autores de outras línguas e culturas.
Os Colóquios inovaram na sua primeira edição (2002) e introduziram o hábito de entregarem antes do início das sessões um DVD das Atas/Anais.
Os Colóquios inovaram na sua primeira edição (2002) e introduziram o hábito de entregarem antes do início das sessões um DVD das Atas/Anais.
Em 2004, lançaram a campanha
que salvou o Ciberdúvidas;
Em 2005 presidiram ao
lançamento do Observatório da Língua
Portuguesa depois integrado como Observador na CPLP;
Em 2006 lançaram as bases da
Academia Galega da Língua
Portuguesa.
Em 2007 atribuíram o 1º Prémio
Literário da Lusofonia e
debateram, pela primeira vez em Portugal, o Acordo
Ortográfico 1990.
Em 2008 inauguraram a Academia
Galega da Língua Portuguesa e o
Presidente da
Academia de Ciências de Lisboa Professor Adriano
Moreira deslocou-se propositadamente para dar “o apoio inequívoco
da Academia de Ciências
aos Colóquios da Lusofonia”. Na sequência desta
vinda, doaria o seu
espólio a Bragança onde se encontra na Biblioteca Municipal
com o seu nome.
Idêntica visita ocorreu em 2009 na Lagoa (Açores).
A partir
de 2007
prosseguimos, incansáveis, a nossa campanha pelo Acordo
Ortográfico 1990, com o
laborioso apoio de Malaca Casteleiro e Evanildo Bechara na
luta pela Língua
unificada que propugnamos para as instâncias internacionais.
Em 2009
definimos os projetos
do MUSEU DA LUSOFONIA e do MUSEU DA AÇORIANIDADE que
infelizmente não tiveram
cabimento financeiro. Nesse ano convidámos o escritor
Cristóvão de Aguiar para
a Homenagem Contra O
Esquecimento, que incluía
Carolina Michaëlis, Leite De Vasconcellos, Euclides Da
Cunha, Agostinho Da
Silva, Rosália De Castro. Um protocolo foi
estabelecido em 2009
com a Universidade do Minho para ministrar um Curso Breve de
Estudos Açorianos
que decorreu posteriormente.
Em
janeiro de 2010 lançámos
os Cadernos de Estudos Açorianos (em formato pdf no nosso
portal www.lusofonias.net), que
trimestralmente publicámos,
estandojá disponíveis dezena e meia de cadernos, suplementos
e vídeo-homenagens
a autores açorianos. Servem de suporte ao curso de
Açorianidades e
Insularidades que pretendemos levar online para todo o mundo
e de iniciação
para os que querem ler autores açorianos cujas obras
dificilmente se encontram.
Também
em 2010, os colóquios deslocaram-se ao Brasil, foram
recebidos na Academia
Brasileira de Letras, onde palestraram Malaca Casteleiro,
Concha Rousia e Chrys
Chrystello. Em Bragança nesse ano, na Sessão de Poesia, tivemos
poemas de Vasco Pereira da Costa,
uma vídeo homenagem ao autor e a declamação ao vivo do poema
“Ode ao Boeing
747” em 11 das 14 línguas para que foi traduzido pelos
Colóquios (Alemão,
Árabe, Búlgaro, Catalão, Castelhano, Chinês, Flamengo,
Francês, Inglês,
Italiano, Neerlandês, Polaco, Romeno, Russo).
Malaca
Casteleiro sugerira no
XIII Colóquio que se valorizassem as publicações de
trabalhos das Atas através
de um ANUÁRIO de comunicações selecionadas e não editadas em
papel- do 1 ao 13º
colóquios, o qual está no portal, disponível apenas para os
associados.
Em 2011
uma numerosa comitiva
deslocou-se a Macau com o generoso apoio do Instituto
Politécnico local. Nesse
anos fomos pela primeira vez a Santa Maria, Ilha-Mãe. Em
Vila do Porto, além se
apresentar a antologia bilingue de autores açorianos, o XVI
Colóquio da
Lusofonia aprovou uma DECLARAÇÃO DE
REPÚDIO pela atitude de Portugal que
olvidando séculos de
história comum da
língua, excluiu a Galiza - representada pela AGLP - do
seio das comunidades
lusófonas. A Galiza esteve sempre representada desde 1986
em todas as reuniões
relativas ao novo acordo ortográfico e o seu léxico foi
integrado em vários
dicionários e corretores ortográficos. A sua exclusão a
posteriori do seio da
CPLP representa um grave erro histórico, político e
linguístico que urge
corrigir urgentemente.
Em 2012, na
Lagoa, reunimos 9 autores na Homenagem Contra O
Esquecimento: Eduardo Bettencourt Pinto (Canadá), Caetano
Valadão Serpa (EUA); de
São
Miguel: Eduíno de Jesus, Fernando Aires (representado pela
viúva Dra.
Idalinda Ruivo e filha Maria João); Daniel de Sá; da ilha
Terceira, Vasco
Pereira da Costa e Emanuel Félix representado pela filha e
poetisa Joana
Félix; da ilha do Pico, Urbano Bettencourt, e do Brasil, Isaac Nicolau Salum (descendente de
açorianos) com a presença da filha Maria Josefina. Em outubro 2012, levamos
os Colóquios a Ourense na Galiza, parcela esquecida da
Lusofonia que foi o
berço da língua de todos nós, e tenta agora reunir-se com as
demais comunidades
lusofalantes do mundo.
Na Lagoa e na
Galiza (2012) lançámos o MANIFESTO
AICL 2012, a língua como motor económico, (ver
adiante) um contributo
para uma futura política da língua no Brasil e em Portugal.
Vivemos hoje uma encruzilhada
com problemas semelhantes aos da Geração de 1870 e das
Conferências do Casino.
Embora maioritariamente preocupados com os aspetos mais
vastos da linguística,
literatura, e história, somos um grupo heterogéneo unido
pela Língua comum a
todos nós e que configura o mundo, sem esquecer que
Wittgenstein disse que o
limite da nacionalidade é o limite do alcance linguístico.
Os
Colóquios são a prova
insofismável de que tudo é possível com custos mínimos desde
que as pessoas
tenham liberdade para criarem no seio da nossa associação
projetos com os quais
se identifiquem e que se destinam a pensar e debater
amplamente, de forma
científica, a fala comum. Queremos fortalecer os laços no
plano linguístico,
cultural, social, económico e político, na defesa,
preservação, ensino e
divulgação da Língua Portuguesa e da nossa identidade em
torno da Língua comum
com todas as suas variantes e idiossincrasias.
Resumidamente,
foi isto que
os Colóquios fizeram nesta década, provando a vitalidade da
sociedade civil
quando se congregam vontades e esforços de tantos académicos
e investigadores
como aqueles que hoje dão vida aos nossos projetos. Resta
apenas que mais e
mais gente se junte à AICL – Colóquios da Lusofonia - para
irmos mais longe e
levar o nosso MANIFESTO a toda a gente e aos governos dos
países de expressão
oficial portuguesa e que sirva de ponto de partida para o
futuro que
ambicionamos e sonhamos. Com a ajuda e dedicação de todos
muito mais podemos
conseguir como motor pensante da sociedade civil.
dito isto, a mera discussão sobre o que é a lusofonia torna-se estéril...nós nos Colóquios da Lusofonia somos a LUSOFONIA sem raças, nem credos, nem nacionalidades nem xenofobias de qualquer cor. Em vez de tentarmos justificar, criticar ou analisar a LUSOFONIA nós construímo-la dia a dia com o esforço voluntário de todos os que nos ajudaram a erguer 19 colóquios. Só precisamos dos que cá estão...os outros lentamente virão (ou não)
Por isso lançamos em 2012 o manifesto contra a crise:
MANIFESTO CONTRA A CRISE: A LÍNGUA COMO MOTOR ECONÓMICO
A Associação
Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL),
preocupada pelas recentes
decisões de natureza económica que põe em causa o cultivo
e mesmo a
continuidade da Língua e Cultura em Portugal, vem
apresentar pelo presente
algumas ideias que visam um estímulo económico através da
Língua e cultura,
devendo a médio prazo servir para um estímulo maior à
economia. Perante a
existência de estudos que apontam a importância deste
setor cifrado em 17% do
PIB e considerando que Brasil e Portugal são os países que
juntos reúnem
melhores condições de proporcionarem o arranque deste
projeto, fica desde já a
ressalva de que a eles se deverão juntar os restantes
países da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) quando estiverem
dispostos a fazê-lo sem
qualquer receios de Quintos Impérios e de neocolonização
cultural.
1.º
Buscar
consensos entre os governos
do Brasil e de Portugal para que sejam reforçados e
lançados cursos de Língua
Portuguesa – tanto presenciais como online – nas suas
vertentes de 'Português
Língua Materna' (PLM) e 'Português Língua Estrangeira'
(PLE) em todos os quatro
cantos do mundo, devendo ser utilizada uma nova fórmula de
conservação e
propagação da lusofonia a nível mundial como até agora não
foi proporcionada
quer pelo Instituto Camões quer pelo Instituto Machado de
Assis e a CAPES em
três vertentes: a) aprendizagem e
melhoramento da Língua Portuguesa como PLM ou PLE, b)
literatura lusófona e c)
ciências de tradução. Dever-se-á utilizar-se o Instituto
Internacional da
Língua Portuguesa (IILP) da CPLP e o apoio de
universidades e politécnicos dos
dois países para tal fim.
Justificação:
Os cortes, por parte do governo Português, tanto no sistema no ensino de PLM (para filhos de pais lusófonos residentes em países não-lusófonos), como nos sempre escassos apoios à divulgação da lusofonia através de cursos de PLE (para apoiar o ensino a nível secundário e superior em países não-lusófonos) têm-se mostrado sumamente prejudiciais ao cultivo da lusofonia em países não-lusófonos. Como fruto desta política de abandono, não só acaba por ser posta em questão a capacidade dos filhos de emigrantes portugueses de comunicar de forma adequada em todos os níveis na língua materna, mas também a aquisição da Língua Portuguesa nos países não-lusófonos onde a cada vez maior ausência do Instituto Camões tem servido como justificação de eliminação de cursos de Português.
Os cortes, por parte do governo Português, tanto no sistema no ensino de PLM (para filhos de pais lusófonos residentes em países não-lusófonos), como nos sempre escassos apoios à divulgação da lusofonia através de cursos de PLE (para apoiar o ensino a nível secundário e superior em países não-lusófonos) têm-se mostrado sumamente prejudiciais ao cultivo da lusofonia em países não-lusófonos. Como fruto desta política de abandono, não só acaba por ser posta em questão a capacidade dos filhos de emigrantes portugueses de comunicar de forma adequada em todos os níveis na língua materna, mas também a aquisição da Língua Portuguesa nos países não-lusófonos onde a cada vez maior ausência do Instituto Camões tem servido como justificação de eliminação de cursos de Português.
No Brasil, dá-se
semelhante abandono do ensino de PLM e PLE nos países
não-lusófonos. Apesar da
existência do Programa de Leitorado nalgumas universidades
em países
não-lusófonos, organizado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) em parceria com o Ministério das
Relações Exteriores
(MRE), a rede é bastante reduzida e fica longe de atingir
a importância que
caberia ao Brasil numa escala internacional. Não consta a
existência de uma
rede de ensino de PLM, organizada pelo Estado brasileiro e
que vise o ensino de
PLM aos filhos de cidadãos brasileiros residentes no
estrangeiro.
2.º
Buscar
apoios das Academias
nacionais de Língua Portuguesa existentes, da CPLP, e de
todas as restantes
instituições para que contribuíssem para este projeto que
deve abranger todo o
mundo onde haja lusofalantes e interessados na
aprendizagem da Língua
Portuguesa.
Justificação:
No mundo lusófono existem várias Academias que se dedicam ao cultivo e à normalização da Língua Portuguesa, nomeadamente em Portugal a Academia das Ciências de Lisboa (ACL), no Brasil a Academia Brasileira de Letras (ACL), bem como a Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL) e na Galiza a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). Para um projeto que visa fortalecer o ensino e a aprendizagem da Língua Portuguesa em todo o mundo, consulta e o apoio por estas organizações não só é uma mais-valia mas torna-se mesmo indispensável.
No mundo lusófono existem várias Academias que se dedicam ao cultivo e à normalização da Língua Portuguesa, nomeadamente em Portugal a Academia das Ciências de Lisboa (ACL), no Brasil a Academia Brasileira de Letras (ACL), bem como a Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL) e na Galiza a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). Para um projeto que visa fortalecer o ensino e a aprendizagem da Língua Portuguesa em todo o mundo, consulta e o apoio por estas organizações não só é uma mais-valia mas torna-se mesmo indispensável.
3.º
Criar
pelo menos 500 bolsas de
estudo anuais dedicadas a estudos relacionados com a
lusofonia para que
estudantes oriundos de países de todos os continentes
possam frequentar
universidades brasileiras e portuguesas.
Justificação:
Em conformidade com as capacidades financeiras dos países envolvidos, o Brasil poderia disponibilizar 350 bolsas e Portugal 150 para os melhores alunos dos cursos referidos em 1.º. Terminada a presença no país de acolhimento, os bolseiros terão adquirido a função de embaixadores da Língua Portuguesa nos seus países de origem. Num regime a definir, a atribuição das bolsas poderá funcionar de forma semestral (p. ex. para estudantes de licenciatura), anual (p. ex. para estudantes de mestrado) ou plurianual (p. ex. para estudantes de pós-graduação).
Em conformidade com as capacidades financeiras dos países envolvidos, o Brasil poderia disponibilizar 350 bolsas e Portugal 150 para os melhores alunos dos cursos referidos em 1.º. Terminada a presença no país de acolhimento, os bolseiros terão adquirido a função de embaixadores da Língua Portuguesa nos seus países de origem. Num regime a definir, a atribuição das bolsas poderá funcionar de forma semestral (p. ex. para estudantes de licenciatura), anual (p. ex. para estudantes de mestrado) ou plurianual (p. ex. para estudantes de pós-graduação).
4.º
Convidar
as editoras de Portugal e
do Brasil a fim de criar com as Academias e outras
entidades uma bolsa de
edições a promover em todo o mundo as obras dos maiores
vultos que representam
a escrita de cada um dos países lusófonos, as quais seriam
disponibilizadas nos
vários países.
Justificação:
Uma vez que a unificação da ortografia permite a divulgação do mesmo texto em vários países, a disponibilização das obras literárias mais representativas de cada país aos outros países não só facilita o acesso recíproco a todas as literaturas lusófonas, mas permite a publicação de edições únicas que poderão entrar em vários mercados livreiros.
Uma vez que a unificação da ortografia permite a divulgação do mesmo texto em vários países, a disponibilização das obras literárias mais representativas de cada país aos outros países não só facilita o acesso recíproco a todas as literaturas lusófonas, mas permite a publicação de edições únicas que poderão entrar em vários mercados livreiros.
5.º
Criar
antologias bilingues para a
disseminação de obras de autores lusófonos e promover a
sua distribuição nos
países onde o Português é ensinado como língua
estrangeira.
Justificação:
À semelhança do que se realizou através da Antologia Bilingue de Autores Açorianos (2011), o fornecimento de antologias bilingues de textos literários de referência pode tornar-se indispensável numa primeira aproximação a textos portugueses tanto por parte de estudantes estrangeiros como de falantes da respetiva língua em que a antologia foi publicada.
À semelhança do que se realizou através da Antologia Bilingue de Autores Açorianos (2011), o fornecimento de antologias bilingues de textos literários de referência pode tornar-se indispensável numa primeira aproximação a textos portugueses tanto por parte de estudantes estrangeiros como de falantes da respetiva língua em que a antologia foi publicada.
6.º
Criar
e despertar o interesse por
autores lusófonos, através da disponibilização gratuita em
linha de excertos de
obras selecionadas de autores lusófonos.
Justificação:
Desde que se trate de obras isentas de direitos de autor ou que forem publicadas com consentimento dos autores, a divulgação de textos literários de forma digital, tal como está a ser feito com textos literários açorianos nos Cadernos de Estudos Açorianos, tem-se mostrado muito benéfica por ter atraído bastante interesse por parte dos utentes.
Desde que se trate de obras isentas de direitos de autor ou que forem publicadas com consentimento dos autores, a divulgação de textos literários de forma digital, tal como está a ser feito com textos literários açorianos nos Cadernos de Estudos Açorianos, tem-se mostrado muito benéfica por ter atraído bastante interesse por parte dos utentes.
7.º
Evitar
que as burocracias
ministeriais e governamentais impeçam a imediata
consecução deste projeto, pelo
que deverá ser nomeada uma comissão de sábios para definir
em detalhe este
projeto, seu cronograma e custos.
Este
manifesto DEVE SER precedido da leitura do seguinte artigo
CRISE DE IDEIAS -
MANIFESTO 2012 a
língua portuguesa em tempo de crise
Em minha opinião, a crise
do país é mais do
que tudo uma crise de ideias, de líderes, de pensadores e
intelectuais, aliada
ao capitalismo selvagem, dito neoliberalismo, que desde os
anos 90 vem tomando
dos meios de produção globais e manipulando os governos do
mundo ocidental. O
país precisa de mais de se servir dos seus “sages” para usar
um termo francês
em vez do mais habitual pensadores ou filósofos que não
incluiria todos os que
pretendo incluir. Um Conselho de Sábios, por assim dizer
seria aquilo que o
país necessita para vencer a crise e sairmos da podridão da
partidarite viciada
em cunhas, nepotismo e esquemas. Teríamos depois, de
estabelecer consensos
alargados e um plano de mudança e ação a muito longo prazo e
buscar a força e
iniciativa dos mais jovens para as levar a cabo. Não devemos
deixar que
Portugal se perca na sua atual insignificância quando grande
parte da sua
História foi feita de grandes homens que se sobrepuseram,
pela sua visão, a
gerações de séculos de Velhos do Restelo. São estes que hoje
guiam os nossos
filhos e netos para uma subserviência e dependência total ao
grande capital
internacional sem esperanças de uma vida melhor. Trata-se de
um retrocesso ao
pior da Grande Revolução Industrial ou rumo a uma criação de
novos servos da gleba,
automatizados, controlados e vigiados, mas sobretudo
intelectualmente
deficientes.
Gostava
de vos dizer que, em minha opinião, a crise do país é mais
do que tudo uma
crise de ideias, de líderes, de pensadores e intelectuais,
aliada ao
capitalismo selvagem, dito neoliberalismo, que desde os anos
90 vem tomando dos
meios de produção globais e manipulando os governos do mundo
ocidental.
O país precisa de mais de
se servir dos seus
“sages” para usar um termo francês em vez do mais habitual
pensadores ou filósofos
que não incluiria todos os que pretendo incluir. Um Conselho
de Sábios, por
assim dizer seria aquilo que o país necessita para vencer a
crise e sairmos da
podridão da partidarite viciada em cunhas, nepotismo e
esquemas. Teríamos
depois, de estabelecer consensos alargados e um plano de
mudança e ação a muito
longo prazo e buscar a força e iniciativa dos mais jovens
para as levar a
cabo.
A receita universalmente
seguida é a da
ignorância, em que quase todos hoje vivem, aliviada com um
voyeurismo exacerbado
em Big Brother e quejandos, e outras telenovelas da vida
real que a TV projeta
incessantemente nas horas poucas de lazer. Acrescentemos a
esta fórmula mágica
o entorpecimento futebolístico que ajuda a exacerbar paixões
e ventilar
frustrações recalcadas e temos o caldo mágico para as
gerações futuras.
Um sistema educacional e
cultural forte seria
a base para partirmos para o futuro em que ainda
acreditamos. Temos alguns
exemplos de gente excecional, mas infelizmente a grande
maioria emigrou e faz
carreira no estrangeiro porque este país só apoia a
mediocridade. Tratou-se de
alunos que se não contentaram com a mediocridade do ensino e
brilharam sem se
deixarem enredar na modorra anquilosante dos que os
governam. É esta situação
de exceção que nos traz algumas esperanças. A minha geração
e, antes dela, a
dos nossos patronos foi criada na certeza de que nada era
fácil nem havia
almoços grátis. Havia trabalho, muito e mal pago, e a réstia
de esperança de
que este fosse reconhecido pois todas as promoções eram a
pulso na longa
escalada que encetámos. Assim, essa geração subiu a novos
patamares à custa de
trabalho, esforço, estudo e aprendizagem contínua. Tínhamos
coisas sagradas a
que chamávamos princípios e ética. Líamos, debatíamos,
estudávamos e continuávamos
a aprender toda a vida. Nada era fácil. Hoje constata-se o
que foi feito nas
últimas duas décadas para destruir o tecido escolar, com a
facilitação extrema
apenas para falsificar estatísticas, programas especialmente
elaborados para
ninguém ficar para trás, uma redução substancial da
quantidade e conteúdo de
matérias a aprender, o lento esquecimento a que a História
foi votada porque os
nossos antepassados eram politicamente incorretos, a
marginalização da
Filosofia porque poderia levar os jovens a pensar e os maus
tratos dados à
Língua Portuguesa. Temos hoje uma vasta gama de professores
incultos, e a
maioria dos alunos analfabetos funcionais incapazes de
compreender ou debater o
que leem. Os autores que estudamos foram substituídos para
que hoje fosse quase
impossível criar uma geração filológica-linguística como a
do Cenáculo ou até
mesmo compreender esse fenomenal, extraordinária e
inexplicável centro de
espírito e de estudo, de fantasia, de ideias numa sociedade
banal como era a de
Lisboa naquela época. O Cenáculo era uma reunião permanente
de jovens em casa
de Antero, dia e noite, todos tinham ali os seus melhores
livros, notas,
provisões de princípios e de tabaco. Cada um deles possuía
conhecimentos
profundos sobre, pelo menos, uma das ciências base que são a
matriz do
conhecimento: física, química, matemáticas, filosofia,
direito, história e
linguística. Quando Antero regressa do estrangeiro pleno de
ideias e leituras
novas é como que a vinda do Rei Artur à Corte de Camelot e
daí nasceram as Conferências
do Casino, cheias de cultura europeia, de fervor
revolucionário, da romanesca
efervescência intelectual e sentimental. Essa geração de
jovens tentou trazer
algo de novo e bom à nossa cultura, debatendo o Estado da
Nação. As
Conferências do Casino podem considerar-se um manifesto de
geração. Perdoem
esta curta digressão para vos explicar o que pretendo.
Denominam-se assim por
terem tido lugar numa sala alugada do Casino Lisbonense e
foram uma série de
cinco palestras realizadas em Lisboa no ano de 1871 pelo
grupo do Cenáculo
formado, por sua vez, pelas mesmas pessoas, que constituem a
Geração de 70.
Antero é o grande impulsionador desde 1868, iniciando os
outros membros do
grupo em Proudhon. A 18 de maio 1871 foi divulgado o
manifesto, já anteriormente
distribuído em prospetos, e que foi assinado pelos doze
nomes que tinham
intenções organizadoras destas Conferências Democráticas.
22 de maio de 1871 A 1ª
Conferência: "O
Espírito das Conferências", proferida por Antero de Quental
consistiu num
desenvolvimento do programa previamente apresentado. Antero
referiu-se à
ignorância e indiferença que caracterizava a sociedade
portuguesa, falando da
repulsa do povo Português pelas ideias novas e na missão de
que eram incumbidos
os "grandes espíritos" e que consistia na preparação das
consciências
e inteligências para o progresso das sociedades e resultados
da ciência. Para
Antero o ponto fulcral seria a Revolução, o seu conceito,
que define como um
conceito nobre e elevado. A conclusão da palestra termina
com o apelo às
"almas de boa vontade" para meditarem nos problemas que
iriam ser
apresentados e para as suas possíveis soluções.
27 de maio de 1871 2ª
Conferência:
"Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos últimos
três
séculos" também proferida por Antero. Em primeiro lugar
Antero julga a
História, como uma entidade, o juízo moral, social e
político. Em seguida
enumera e discute as causas da decadência. Aponta o
Absolutismo, a Monarquia
Absoluta que constituía a "ruína das liberdades sociais", o
centralismo
imperialista que coartara as liberdades nacionais, rumo a
uma cega submissão;
por fim, o desenvolvimento de hábitos prejudiciais de
grandeza e ociosidade que
conduziram ao esvaziamento de população de uma nação
pequena, substituindo o
trabalho agrícola pela procura incerta de riqueza, a
disciplina pelo risco, o
trabalho pela aventura. Para Antero a solução destes
problemas seria: "
(...) a ardente afirmação da alma nova, a consciência livre,
(...), a
filosofia, a ciência, e a crença no progresso, na renovação
incessante da
humanidade pelos recursos inesgotáveis do seu pensamento,
sempre inspirado.
(...) a federação republicana de todos os grupos
autonómicos, de todas as
vontades soberanas, alargando e renovando a vida municipal
(...) à inércia
industrial oponhamos a iniciativa do trabalho livre, a
indústria do povo, pelo
povo, e para o povo, não dirigida e protegida pelo Estado,
mas espontânea
(...), organizada de uma maneira solidária e equitativa..."[1]
A conclusão insere uma
dimensão progressista, a instauração de uma Revolução, a
ação pacífica, a
crença no progresso inspirado na moralização social
(Proudhon), num tom
idealista e retórico.
5 de junho de 1871 3ª
Conferência: "A
Literatura Portuguesa" proferida por Augusto Soromenho,
professor do Curso
Superior de Letras que faz uma crítica aos valores da
literatura nacional. Cita
a negação sistemática dos valores literários nacionais,
excetuando escritores
como Luís de Camões, Gil Vicente e poucos mais. Tem a sua
vertente
revolucionária ao inculcar a ideia de que a literatura
portuguesa deverá ter
caráter nacional mas pautada por valores universais. O
modelo e guia desta
renovação salvadora da literatura nacional seria
Chateaubriand, com o conceito
de Belo absoluto como ideal da literatura, constituindo esta
um retrato da
Humanidade na sua totalidade.
12 de junho de 1871[2]
4ª Conferência: "A Literatura Nova ou o Realismo como Nova
Expressão de
Arte" por Eça de Queirós salientou a necessidade de se
operar uma
Revolução na literatura. A Revolução é um facto permanente,
porque manifestação
concreta da lei natural de transformação constante, e uma
teoria jurídica, pois
obedece a um ideal, a uma ideia. É uma influência
proudhoniana. O espírito
revolucionário tem tendência a invadir todas as sociedades
modernas,
afirmando-se nas áreas científica, política e social. A
Revolução constitui uma
forma, um mecanismo, um sistema, que também se preocupa com
o princípio
estético. O espírito da Revolução procura o verdadeiro na
ciência, o justo na
consciência e o belo na arte. A arte, nas sociedades,
encontra-se ligada ao seu
progresso e decadência e o artista sob a influência do meio,
dos costumes do
tempo, do estado dos espíritos, do movimento geral… Foca
ainda as relações da
literatura, da moral e da sociedade. A arte deve visar um
fim moral, auxiliando
o desenvolvimento da ideia de justiça nas sociedades.
Fazendo a crítica dos
temperamentos e dos costumes, a arte auxilia a ciência e a
consciência.
19 de junho de 1871 5ª
Conferência: "A
Questão do Ensino" proferida por Adolfo Coelho traça o
quadro desolador do
ensino em Portugal, mesmo o superior, através da História. A
solução proposta
passa por uma mais ampla liberdade de consciência. Para
Adolfo Coelho do Estado
nada havia a esperar. Tomando isto em consideração, o
remédio seria apelar para
a iniciativa privada, para que esta difundisse o verdadeiro
espírito
científico, o único que beneficiaria o ensino.
26 de junho de 1871
Quando Salomão Saragga se
preparava para realizar a sua Conferência "História Crítica
de
Jesus", o Governo, mandou encerrar a sala do Casino
Lisbonense e proibir
as Conferências. No mesmo dia Antero redige um protesto no
café Central,
hoje Livraria Sá da Costa.
Vivemos hoje uma
encruzilhada como a da
Geração de 1870 e das Conferências do Casino, sendo a
enumeração de problemas
bem semelhante à de então. Embora maioritariamente
preocupados com os aspetos
mais vastos da Língua Portuguesa, linguística, literatura,
história, também nós
constituímos um grupo heterogéneo unidos apenas naquilo que
nos é comum, a
Língua de todos nós. A nossa língua configura o mundo, sem
esquecer porém que
Wittgenstein disse que o limite da nossa nacionalidade é o
limite do nosso
alcance linguístico.
Os Colóquios são uma
prova insofismável de que
tudo é possível com custos mínimos desde que se dê liberdade
às pessoas para
criarem no seio da nossa associação projetos com os quais se
identifiquem e que
se destinam a pensar e debater amplamente, de forma
científica, a nossa fala
comum: a Língua Portuguesa de forma conducente ao reforço
dos laços entre os
lusofalantes – no plano linguístico, cultural, social,
económico e político –
na defesa, preservação, ensino e divulgação da Língua
Portuguesa e todas as
suas variantes. Em defesa da Lusofonia, defendemos a nossa
identidade como
pessoas e povos, e em prol da variada Língua comum com todas
as suas variantes
e idiossincrasias, impedindo que outras culturas e outros
povos nos dominem
cultural, económica ou politicamente, como alguns, ostensiva
e claramente,
defendem.
É aqui no nosso seio de
oradores, patronos e
patronos especiais como os que aqui temos hoje, que nos
podemos afirmar como
plataforma de arranque de uma congregação de um Conselho de
Sábios e de jovens
cultos e dinâmicos para pensar e agir rumo ao futuro sem nos
deixarmos abater
pelo negativismo da crise que visa embotar a nossa
capacidade de realização.
Resumidamente foi isto
que os Colóquios
fizeram ao longo de uma década, numa prova da vitalidade que
a sociedade civil
atuante pode ter quando se congregam vontades e esforços de
tantos académicos e
investigadores como aqueles que hoje dão vida aos nossos
projetos.
Resta apenas que todos os
que aqui estão se
juntem à AICL – Colóquios da Lusofonia para fazermos chegar
o nosso MANIFESTO a
toda a gente e aos governos dos países de expressão
portuguesa e que este sirva
de ponto de partida para o futuro que ambicionamos e
sonhamos. Com a vossa
ajuda e dedicação muito mais podemos conseguir como motor
pensante da sociedade
civil.
PARA TERMINAR
INTERROGA-SE Quanto vale um
idioma? Se a Língua Portuguesa estivesse numa prateleira de
supermercado,
estaria num nicho de luxo ou esquecida em um canto, para
promoção de
minimercado? Estamos acostumados a medir o valor econômico
dos objetos a que um
idioma dá nome, e não do idioma em si. Um recente estudo
solicitado pelo
Instituto Camões ao Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa
(ISCTE), em Portugal, encarou o desafio de medir essa
grandeza, e revela que
17% do PIB do país equivale a atividades ligadas direta ou
indiretamente à
Língua Portuguesa.
-É um percentual
interessante e até
conveniente, por ter ficado ligeiramente acima do que se
apurou na Espanha
relativamente ao espanhol (15%) - analisa Carlos Reis, da
Universidade de
Coimbra, professor visitante da PUC-RS e um dos fundadores
da Universidade
Aberta em Portugal, da qual foi reitor até julho passado. O
índice leva em
conta a importância relativa da comunicação e da compreensão
em campos de
atividades econômicas. Privilegia, assim, relações
econômicas que exigem uma
dada língua. E descarta atividades que podem ser executadas
por trabalhador de
outra nacionalidade ou competência linguística. Por essa
lógica, ramos como
ensino, cultura e telecomunicações seriam celeiros
automáticos de atividades em
que a língua é fulcral. Além das "indústrias da língua", há
as
ligadas a fornecedores de produtos em Português, como a
administração pública,
e as que têm forte conteúdo de língua, como o sector de
serviços, ou a que
induz maior conteúdo de Língua para a economia como um todo,
da indústria de
papel à de eletrodomésticos. Por último, o peso de processos
em que o conteúdo
de uma língua tem predomínio menor ou só relativo, ainda
assim enquanto fazem
brotar impérios no próprio circuito de trocas de um idioma.
No Brasil, é o que
ocorreria, por exemplo, à extração de petróleo e de
minérios, ou ao agronegócio.
Apesar de o estudo não visar o Brasil, a pesquisa indica que
o fenômeno se
repete em coeficientes aplicáveis aos países
lusófonos. Línguas com muitos
utilizadores fornecem mercado maior para bens culturais. O
crescimento
sustentado da última década fez o gigante da Língua
Portuguesa saltar aos olhos
globais. O Brasil virou protagonista das relações comerciais
mantidas entre
países lusófonos, mercado que movimenta um Produto Interno
Bruto que passou de
US$ 1,9 mil milhões em 2009 para US$ 2,3 mil milhões em
2010, diz o Banco
Mundial. Já o PIB dos imigrantes de Língua Portuguesa em
outros países gira em
US$ 107 mil milhões (2009).
A diferença entre os
países pobres e os ricos
não é a idade do país. Isto está demonstrado por países como
o Egito, que
têm mais de 5.000 anos, e são pobres. Por outro lado, o
Canadá, a Austrália e a
Nova Zelândia, que há 200 anos eram inexpressivos, hoje são
países
desenvolvidos e ricos. A diferença entre países pobres e
ricos também não
reside nos recursos naturais disponíveis. O Japão, possui um
território
limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e
para a criação
de gado, mas é a segunda economia mundial. O Japão é uma
imensa fábrica
flutuante, que importa matéria-prima do mundo inteiro e
exporta produtos manufaturados.
Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau, mas tem o
melhor chocolate
do mundo. No seu pequeno território, cria animais, e cultiva
o solo apenas
durante quatro meses ao ano. No entanto, fabrica laticínios
da melhor
qualidade. É um país pequeno que passa uma imagem de
segurança, ordem e
trabalho, pelo que se transformou no cofre-forte do mundo.
No
relacionamento entre gestores dos países ricos e os seus
homólogos dos
países pobres, fica demonstrado que não há qualquer
diferença intelectual.
A raça, ou a cor da pele,
também não são
importantes: os imigrantes rotulados como preguiçosos nos
seus países de
origem, são a força produtiva dos países europeus ricos.
Onde está
então a diferença? Está no nível de consciência do povo, no
seu espírito. A evolução
da consciência deve constituir o objetivo primordial do
Estado, em todos os
níveis do poder. Os bens e os serviços, são apenas meios…
A educação (para a vida)
e a cultura ao longo
dos anos, deve plasmar consciências coletivas, estruturadas
nos valores eternos
da sociedade: moralidade, espiritualidade, e ética.
Solução-síntese:
transformar a consciência do Português. O processo deve
começar na comunidade
onde vive e convive o cidadão. A comunidade, quando está
politicamente
organizada em Associação de Moradores, Clube de Mães, Clube
de Idosos, etc.,
torna-se um micro Estado. As transformações desejadas pela
Nação para Portugal,
serão efetuadas nesses microestados, que são os átomos do
organismo nacional –
confirma a Física Quântica. Ao analisarmos a conduta das
pessoas
nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande
maioria segue o
paradigma quântico, isto é, a prevalência do espírito sobre
a matéria, ao
adotarem os seguintes princípios de vida:
1. A ética, como base;
2. A integridade;
3. A responsabilidade;
4. O respeito às leis
e aos regulamentos;
5. O respeito pelos
direitos dos
outros cidadãos;
6. O amor ao trabalho;
7. O esforço pela
poupança e pelo
investimento;
8. O desejo de superação;
9. A pontualidade;
Somos como somos, porque
vemos os erros e só
encolhemos os ombros e dizemos: “não interessa!...”
A preocupação de todos,
deve ser com a
sociedade, que é a causa, e não com a classe política, que é
o triste efeito.
Só assim conseguiremos mudar o Portugal de hoje. Vamos agir!
Reflitamos sobre o
que disse Martin Luther King: " O que é mais preocupante,
não é o
grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, ou dos
sem ética. O que é
mais preocupante, é o silêncio dos que são bons…"
[1]
QUENTAL, Antero de, 2ª Conferência: Causas da
Decadência dos Povos
Peninsulares, Casino Lisbonense, 27 de maio de
1871 in MEDINA, João, Eça
de Queiroz e a Geração de 70, Lisboa, Ed. Moraes,
1980, 1ª ed., pp.
157-158.
J. CHRYS CHRYSTELLO, Presidente da Direção, AICL, ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL dos COLÓQUIOS DA LUSOFONIA Rua da Igreja 6, Lomba da Maia 9625-115, S. Miguel, Açores, Portugal, tel.: (+351) 296446940, (+351) 91 9287816/ 91 1000 465/ Faxe:+(00) 181 5301 3682 / (00) 1 630 563 1902, Correio eletrónico: lusofonias@lusofonias.net Blogues: http://lusofonias.net/aiclblog / / http://coloquioslusofonia.blogspot.com www.lusofonias.net XIX Colóquio MAIA 2013 http://www.lusofonias.net/conteudo/19%C2%BA-coloquio-maia2013/ http://xix.lusofonias.net -----------------------
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