vou deixar uma opinião polêmica, nascida do
ressurgimento do Fernando Venâncio mais agressivo do que nunca no
facebook, quem desde a sua «Santa Cruzada» contra o Acordo Ortográfico,
concentra os seus esforços em combater o reintegracionismo.
Segundo no Reino de Espanha há um neo-fascismo ultra-nacionalista
disfarçado de «progressismo» representado por UPyD, na República
Portuguesa começa a emergir uma nova ideologia similar, um
neo-salazarismo ultra-nacionalista, ainda não formalizado como partido,
mas lançando já o seu discurso «modernizado», que igual do que o
ultra-nacionalismo espanhol de UPyD se afasta aparentemente de Falange
Espanhola, em Portugal se afasta aparentemente do Partido Nacional
Renovador, mas no fundo, as ideias são muito similares.
Tal como no Reino de Espanha os «upeideiros» saltaram á arena pública
com a língua como bandeira, lançando manifestos «por la lengua común» e
com o discurso apocalítico do fim da língua nacional (no caso espanhol
por culpa das «lenguas menores»), no caso português a bandeira é a
oposição ao Acordo Ortográfico.
Como bons fascistas, o primeiro é estabelecer um «inimigo» e sobre ele
lançar o discurso xenófobo. No caso espanhol os inimigos são os
«nacionalistas periféricos», no caso português os inimigos são os
brasileiros. Segundo, no Estado espanhol acusam catalães, bascos e
galegos de «impor» a sua língua, no Estado português acusam aos
brasileiros de «impor» a sua ortografia. E basta entrar nos seus
foros para observar a profunda xenofobia, até quase maior em Portugal do
que aqui, pois em vez de «povos dominados há 500 anos», os «brasucas»
são imigrantes, ainda mais baixo. O discurso supremacista e xenófobo é
claro nos dous casos.
Do mesmo jeito que os neo-fascistas espanhóis socializam o seu discurso
desde os heroicos intelectuais que heroicamente defendem a língua pátria
(Vargas-Llosa, Fernando Sabater, Albert Boadella, etc) em Portugal os
heroicos intelecuuais defendem heroicamente a ortografia pátria.
Tanto a uns como aos outros, a lingua, a ortografia, a cultura, tanto
lhes faz, o povo quanto mais ignorante melhor, é pura instrumentalização
com fins políticos. Em tempos de crise, o fascismo sempre tapou os olhos
ao povo com a bandeira.
Os «intelectuais» defensores da língua em Portugal deveriam estar muito
preocupados pola UNIFORMIZAÇÃO esmagadora imposta polo Estado português,
pois realmente as novas gerações estão abandonando os seus dialetos
portugueses para falarem uma neo-língua da Capital, que nem sequer é
dialeto de Lisboa, senão um constructo dos médios de desinformação de
massas. O extermínio é maior quanto mais rural for o falante, e esta
gentuça considera «fala de pailães» as falas do norte. Curiosamente no
norte, e no rural, a fala é «muito galega», daí a preocupação por
diferenciar a neo-língua da «língua arcaica». Para muitos «linguistas» o
termo «galego-português» denota anacronismo, e só pode corresponder a
uma etapa arcaica, pois agora já estamos na nova Era da neo-Língua
Lisboeta (Lijbueta?), o único português possível . A nova realidade
cultural que desejam contruir é um novo Estado Novo, onde a pureza
linguística (da «raça» nacional) deve ser conservada e exaltada,
afastando qualquer contaminação, já for um «arcaísmo», um
«regionalismo», ou um nojento «brasileirismo».
Tampouco se importam polas gravíssimas deficiências pedagógicas no seu
sistema educativo, onde a língua não é ensinada na dimensão do seu
sistema linguístico, só parcialmente na dimensão do «Estado-Nação», e os
estudantes são considerados parvos que precisam de ortografias
foneticistas (acentuar com consoantes mudas as vogais!!!), com
deficiências linguísticas gravíssimas (redução à mínima expressão da
flexão verbal, desconhecimento de sinónimos, nula noção gramatical,
abuso de anglicismos, etc) que os levam na prática a serem incapazes de
escreverem direitinho sem o corretor ortográfico do Word.
Esta gente está contra o Acordo Ortográfico não polas suas deficiências,
senão polo seu espírito: ORTOGRAFIA UNIFICADA para variedades
diferenciadas. Como eles não admitem variedades diferenciadas, é um
atentado para a UNIFORMIZAÇÃO TOTAL que procuram, essa neo-língua
uniforme não admite formas duplas, nem léxico ou expressões
infrequentes em Portugal, e essa neo-língua mediática (nem sequer
técnica, erudita e literária) é apresentada como variedade culta, o
único registro válido, além do qual tudo é vulgar. Os brasileiros não
sabem falar, e menos escrever; os africanos são todos analfabetos, nem
contam como utentes da língua; e os galegos estamos castelhanizados.
Quantas vezes não temos ouvido isto da gentuça anti-AO, ou dos
«intelectuais» a dar lições aos bárbaros galegos como o Fernando
Venâncio ou o António Emiliano?
A maioria desta gente nada sabe da Galiza, e menos das suas falas e dos
seus problemas sociolinguísticos, pois a este país sempre deram, dão e
darão as costas. Não existimos para eles, e isso também é uma questão de
ideologia política, pois o nacionalismo português construiu a ideia de
Estado-Nação português sobre a negação da Galiza, as suas origens. E só
temos que olhar para a historiografia portuguesa, essa com a qual se
doutrinam as crianças portuguesas, para perceber a gigantesca
manipulação, onde todo o galego é «Leonês» ou «Espanhol».
Se não conhecem a Galiza, nem se importam por ela, por que as suas
teimas com o reintegracionismo? Pois é evidente: é uma interferência no
seu discurso, um perigo, uma ameaça.
Que a Galiza seja sempre Espanha!
Que a Galiza fale qualquer língua menos português!
Que a Galiza nunca tenha voz!
Qua a Galiza nunca tenha soberania política!
Que a Galiza nunca entre na CPLP!
Que sempre continue a fronteira mental e o desconhecimento mútuo!
Marcos Celeiro
ressurgimento do Fernando Venâncio mais agressivo do que nunca no
facebook, quem desde a sua «Santa Cruzada» contra o Acordo Ortográfico,
concentra os seus esforços em combater o reintegracionismo.
Segundo no Reino de Espanha há um neo-fascismo ultra-nacionalista
disfarçado de «progressismo» representado por UPyD, na República
Portuguesa começa a emergir uma nova ideologia similar, um
neo-salazarismo ultra-nacionalista, ainda não formalizado como partido,
mas lançando já o seu discurso «modernizado», que igual do que o
ultra-nacionalismo espanhol de UPyD se afasta aparentemente de Falange
Espanhola, em Portugal se afasta aparentemente do Partido Nacional
Renovador, mas no fundo, as ideias são muito similares.
Tal como no Reino de Espanha os «upeideiros» saltaram á arena pública
com a língua como bandeira, lançando manifestos «por la lengua común» e
com o discurso apocalítico do fim da língua nacional (no caso espanhol
por culpa das «lenguas menores»), no caso português a bandeira é a
oposição ao Acordo Ortográfico.
Como bons fascistas, o primeiro é estabelecer um «inimigo» e sobre ele
lançar o discurso xenófobo. No caso espanhol os inimigos são os
«nacionalistas periféricos», no caso português os inimigos são os
brasileiros. Segundo, no Estado espanhol acusam catalães, bascos e
galegos de «impor» a sua língua, no Estado português acusam aos
brasileiros de «impor» a sua ortografia. E basta entrar nos seus
foros para observar a profunda xenofobia, até quase maior em Portugal do
que aqui, pois em vez de «povos dominados há 500 anos», os «brasucas»
são imigrantes, ainda mais baixo. O discurso supremacista e xenófobo é
claro nos dous casos.
Do mesmo jeito que os neo-fascistas espanhóis socializam o seu discurso
desde os heroicos intelectuais que heroicamente defendem a língua pátria
(Vargas-Llosa, Fernando Sabater, Albert Boadella, etc) em Portugal os
heroicos intelecuuais defendem heroicamente a ortografia pátria.
Tanto a uns como aos outros, a lingua, a ortografia, a cultura, tanto
lhes faz, o povo quanto mais ignorante melhor, é pura instrumentalização
com fins políticos. Em tempos de crise, o fascismo sempre tapou os olhos
ao povo com a bandeira.
Os «intelectuais» defensores da língua em Portugal deveriam estar muito
preocupados pola UNIFORMIZAÇÃO esmagadora imposta polo Estado português,
pois realmente as novas gerações estão abandonando os seus dialetos
portugueses para falarem uma neo-língua da Capital, que nem sequer é
dialeto de Lisboa, senão um constructo dos médios de desinformação de
massas. O extermínio é maior quanto mais rural for o falante, e esta
gentuça considera «fala de pailães» as falas do norte. Curiosamente no
norte, e no rural, a fala é «muito galega», daí a preocupação por
diferenciar a neo-língua da «língua arcaica». Para muitos «linguistas» o
termo «galego-português» denota anacronismo, e só pode corresponder a
uma etapa arcaica, pois agora já estamos na nova Era da neo-Língua
Lisboeta (Lijbueta?), o único português possível . A nova realidade
cultural que desejam contruir é um novo Estado Novo, onde a pureza
linguística (da «raça» nacional) deve ser conservada e exaltada,
afastando qualquer contaminação, já for um «arcaísmo», um
«regionalismo», ou um nojento «brasileirismo».
Tampouco se importam polas gravíssimas deficiências pedagógicas no seu
sistema educativo, onde a língua não é ensinada na dimensão do seu
sistema linguístico, só parcialmente na dimensão do «Estado-Nação», e os
estudantes são considerados parvos que precisam de ortografias
foneticistas (acentuar com consoantes mudas as vogais!!!), com
deficiências linguísticas gravíssimas (redução à mínima expressão da
flexão verbal, desconhecimento de sinónimos, nula noção gramatical,
abuso de anglicismos, etc) que os levam na prática a serem incapazes de
escreverem direitinho sem o corretor ortográfico do Word.
Esta gente está contra o Acordo Ortográfico não polas suas deficiências,
senão polo seu espírito: ORTOGRAFIA UNIFICADA para variedades
diferenciadas. Como eles não admitem variedades diferenciadas, é um
atentado para a UNIFORMIZAÇÃO TOTAL que procuram, essa neo-língua
uniforme não admite formas duplas, nem léxico ou expressões
infrequentes em Portugal, e essa neo-língua mediática (nem sequer
técnica, erudita e literária) é apresentada como variedade culta, o
único registro válido, além do qual tudo é vulgar. Os brasileiros não
sabem falar, e menos escrever; os africanos são todos analfabetos, nem
contam como utentes da língua; e os galegos estamos castelhanizados.
Quantas vezes não temos ouvido isto da gentuça anti-AO, ou dos
«intelectuais» a dar lições aos bárbaros galegos como o Fernando
Venâncio ou o António Emiliano?
A maioria desta gente nada sabe da Galiza, e menos das suas falas e dos
seus problemas sociolinguísticos, pois a este país sempre deram, dão e
darão as costas. Não existimos para eles, e isso também é uma questão de
ideologia política, pois o nacionalismo português construiu a ideia de
Estado-Nação português sobre a negação da Galiza, as suas origens. E só
temos que olhar para a historiografia portuguesa, essa com a qual se
doutrinam as crianças portuguesas, para perceber a gigantesca
manipulação, onde todo o galego é «Leonês» ou «Espanhol».
Se não conhecem a Galiza, nem se importam por ela, por que as suas
teimas com o reintegracionismo? Pois é evidente: é uma interferência no
seu discurso, um perigo, uma ameaça.
Que a Galiza seja sempre Espanha!
Que a Galiza fale qualquer língua menos português!
Que a Galiza nunca tenha voz!
Qua a Galiza nunca tenha soberania política!
Que a Galiza nunca entre na CPLP!
Que sempre continue a fronteira mental e o desconhecimento mútuo!
Marcos Celeiro
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