Nova 'versão' da construção de Chico Buarque
Um bom dia a todos
Rui Correia
Um bom dia a todos
Rui Correia
Nova 'versão' da construção de Chico Buarque Beijou seu dicionário como se fosse o último E cada glossário seu como se fosse o único E ligou o computador com sua mão tímida Subiu a tradução como se fosse máquina Ergueu no Word quatro versões sólidas Palavra com palavra num texto mágico Seus olhos embotados de sono e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse dono d’agência Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Digitou e resmungou como se ouvisse o cliente E tropeçou no escritório como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio da sala da família Morreu à frente da televisão atrapalhando a vida Amou daquela vez como se fosse o último Beijou seu dicionário como se fosse o único E cada glossário como se fosse o pródigo E ligou o computador com sua mão bêbada Subiu a tradução como se fosse sólida Ergueu no Word quatro versões mágicas Palavra com palavra num texto lógico Seus olhos embotados de sono e vida Sentou pra descansar como se fosse dono d’agência Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Digitou e resmungou como se fosse o próximo E tropeçou no escritório como se ouvisse o cliente E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio da sala náufraga Morreu à frente da televisão atrapalhando a família Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou seu dicionário como se fosse lógico Ergueu no Word quatro versões flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um PM E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu à frente da televisão atrapalhando o sábado
Sem comentários:
Enviar um comentário