quinta-feira, 10 de maio de 2012

revista “Portu-Nês”

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS

Amélia Pan, estudante de português, colabora para a revista “Portu-Nês”

A nova revista académica de estudos portugueses “Portu-Nês” ( http://www.portunes-online.com/ ) aparece da vontade de colmatar a falta de uma revista do género na China, discutindo questões relacionadas com a lusofonia, promovendo a divulgação de textos académicos e técnicos em português sobre a China ou Países Lusófonos, em português e inglês.
“O bilinguismo é um dos objectivos para a próxima edição” que sai a 5 de Novembro, revela Amélia Pan, uma das colaboradoras do fórum a partir de Macau, que ainda conta com poucos elementos.
“Queremos ter mais vínculos a Macau, sejam participações, sejam apoios financeiros (de que neste momento carecemos). Ao contrário do que acontece na China Interior, na RAEM existem já portais electrónicos de apoio à língua (DSEJ e IPOR) e inúmeros jornais e revistas. Mas mesmo assim, queríamos contribuir para a divulgação da língua, tanto na China Interior como cá em Macau, na medida das nossas possibilidades, ou seja, ‘lançar o nosso tijolo a uma grande muralha’”, revela a jovem de 23 anos, que se encontra a tirar o mestrado na Universidade de Macau em “Língua e Cultura Portuguesa”.
Cristina Água-Mel, professora de português na Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim, foi a fundadora do projecto que junta a revista “Portu-Nês” – que pretende “ligar as duas línguas”, Português e Chinês – e o site homónimo na tentativa de publicar teses de licenciatura de alunos de língua portuguesa e de dar apoio a outros através da plataforma virtual de interacção entre falantes de português, nativos ou não.
“A revista surgiu da sua experiência, enquanto professora de língua portuguesa na China. Segundo ela, há várias teses de licenciatura dos alunos da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BFSU) e da Universidade de Macau que acredita dignas de divulgação mais alargada. Este site ‘Portu-Nês’, tem como objectivo interligar e articular as duas línguas, estreitando as trocas culturais mas sobretudo sociais e também académicas”, explica a ex-aluna na BFSU, Amélia Pan, convidada a participar no projecto no seu primeiro ano de faculdade, e que tal como outros alunos de português no interior da China sentia falta de material de estudos na internet.
“Pensei então que se calhar este projecto da professora abriria um espaço para que os alunos passassem a ter mais materiais acessíveis, o que seria eminentemente gratificante. Foi assim que tomei a minha decisão e juntei-me a ela”, conta-nos a também tradutora do Tribunal de Última Instância.
Neste momento, além de Amélia Pan, há outras sete pessoas a colaborar para a revista bianual e página na Internet, numa base extracurricular de voluntariado, já que todas têm os seus próprios empregos e não se podem dedicar em exclusivo ao novo projecto. Por esta razão, “precisam de todas as mãos disponíveis”, aceitando a participação de quem possa estar interessado em colaborar.
O portal electrónico “Portu-Nês” combina secções variadas, de fórum, entretenimento, de leitura, cultura lusófona e emprego. “É facto irrefutável que a aprendizagem de língua não passa apenas pela memorização de palavras e de regras de gramática e por isso mesmo, associámos vários módulos culturais. No que toca à parte dedicada a propostas de emprego, palpita-nos conveniente e desejável criar um espaço onde as demandas e ofertas podem convergir, facilitando assim o processo de procura de emprego dos alunos de Língua Portuguesa na China.”

Sala de aulas online
Amélia Pan tem a seu cargo a secção das “Palavras & Expressões da Semana”, onde responde, em conjunto com as duas professoras participantes, a algumas perguntas relativas ao português que os usuários colocam.
Questionada sobre se o objectivo do site é também criar uma sala de aulas online, a colaboradora diz que a médio-longo prazo, o Portu-Nês pretende crescer nessa direcção, no entanto, depende de outros factores, como, por exemplo, a disponibilidade de professores, de conhecimentos técnicos e sobretudo de fundos. “Estamos à procura de patrocínios e conseguimos, para o site e primeiro número da revista, o apoio da editora portuguesa, Lidel – Edições Técnicas e Profissionais. Como neste momento este site não tem qualquer fim lucrativo e tendo em conta a despesa incorrida quer na manutenção do site quer no design da revista (precisámos de contratar profissionais para fazer o design gráfico), para manter e expandir o site precisaremos de mais patrocinadores mas sobretudo de parceiros e colaboradores”, revela Amélia Pan.
Na próxima edição da revista pretendem melhorar o design e colmatar as falhas existentes no primeiro número, não adiantando ainda quaisquer temas, que ainda estão em debate, aceitando artigos relacionados com estudos portugueses que lhes possam ser enviados.

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