Protocolo entre Portugal e Macau abre caminho a parcerias na investigação
O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) assinou hoje um protocolo de cooperação com a Universidade de Macau, que visa aumentar a qualificação das instituições de ensino e elevar a competitividade da investigação científica.
O presidente do CRUP, António Rendas, disse aos jornalistas que o acordo celebrado em Macau “é temático e não de rótulos institucionais”, estando a ser identificados os “grandes temas de investigação e de formação, sobretudo pós-graduada”. “Estamos a pensar sobretudo no aumento da qualificação”, afirmou, apontando que o protocolo com a Universidade de Macau “pode permitir - como permitiu com o MIT [Massachusetts Institute of Technology)] e com Harvard - que grupos de universidades se juntem para organizar estas ações quer de formação, quer de investigação”. Em termos das áreas a cooperar, António Rendas referiu a língua e cultura lusas, mas realçou que as atenções se voltam “sobretudo” para a ciência e tecnologia, já que “Macau tem, neste momento, dois laboratórios de referência e (…) há toda uma via muito importante de colaboração”. O memorando de entendimento serve “para traçar um plano mais a longo prazo (…) essencialmente na área da investigação e colaboração ao nível de pós-graduação” entre as universidades, explicou o vice-reitor da Universidade de Macau, Rui Martins. Através deste protocolo pretende-se “desenvolver programas mais específicos que permitam a atribuição institucional de graus entre a Universidade de Macau e as universidades portuguesas para não ser só uma questão pontual como no passado”, afiançou. Rui Martins salientou ainda que o acordo “permitirá o intercâmbio de alunos e professores”, com maior intensidade a partir de Setembro de 2013, quando o novo “campus” da Universidade de Macau estiver operacional, perspetivando também a assinatura do “programa quadro de colaboração num período de um a dois anos”. Ao constatar que a Universidade de Macau está a “criar uma grande universidade na Ásia”, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, sublinhou que “as universidades e laboratórios portugueses consideraram que era de extraordinária importância responder a esta procura por parte da Universidade de Macau”, fazendo referência a uma “relação especial” entre as instituições. O presidente do CRUP acrescentou ainda que a possibilidade de organizar iniciativas conjuntas - como mestrados e doutoramentos - envolvendo várias universidades, “de acordo com as necessidades que estão a ser identificadas em Macau, é um desafio muito importante para as universidades portuguesas”. As atividades a desenvolver poderão depois ser avaliadas pelo número de graduados, projetos ou por via do “impacto científico de uma colaboração mais global entre Portugal e Macau”, concluiu.
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