quarta-feira, 28 de março de 2012

O quase (des) Acordo Ortográfico Francisco G Amorim

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS
O quase (des) Acordo Ortográfico

Francisco G Amorim

Data venia, vou dar também a minha opinião sobre o tão falado, discutido e assinado “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”.
Foi muito discutido! Os portugueses sentiam-se “donos” da língua, os brasileiros, representando cerca de 85% dos falantes da mesma língua, entendiam que devia chegar-se a um acordo para não se perder a língua em uns quantos novos crioulos, inclusivé o “crioulo de Portugal”. Discutiu-se, zangaram-se e por fim, mesmo de má cara, todos os países lusófonos, communis consenso, decidiram aceitar o que os viri legibus scribundis.

Post, huc et ullc foram surgindo vozes descordantes, sobretudo da parte dos “antigos donos da língua”.

Parece que todos, elogiando muito Fernando Pessoa, se esqueceram da sua célebre frase “a minha pátria é a língua portuguesa”, certamente querendo referir-se também a goeses, minhotos, angolanos, brasileiros, etc.

Quantos Acordos já se fizeram, por consenso ou imposição, desde que se escrevia assim:

“Don Denis pela gra de Ds rey de Portugal y do algarve. A quantos esta cta uire faço saber q eu recebj de ffrey Johanne Guardador e scriva domeu Çeleiyro...”

Foi D. Diniz, no século XIII quem ordenou que se abandonasse o latim para que se escrevessem em português todos os textos oficiais.

Logo no início do século seguinte Dante Alighieri escreve “A Comédia”, introduzindo, para espanto e admiração universal, uma nova língua, a que se chamou italiana.

Em Portugal quem deu todo o valor à língua portuguesa foi Camões, e em Inglaterra a língua só começou a ser uniformizada com a edição da Bíblia e a seguir com os textos de Shakspeare!

Mas desde esse tempo quanto mudou! Poucos hoje sabem ler Camões e raros, ingleses, os originais do seu grande mestre.

Lembro dois grandes escritores contemporâneos que me obrigaram a pesquisar em vários dicionários para os conseguir entender: João Guimarães Rosa e Luandino Vieira.

Rosa escreveu com a popularia verba, Luandino com algo parecido, misturando português com kimbundo, a tal popularia verba dos angolanos, sobretudo de Luanda. E o mestre Mia Couto? O que ele já criou?

Ninguém se queixou dos novos vocábulos apresentados, todos foram sucesso literário, não houve necessidade de “traduzir do “clássico” para o “hodierno”, e continuam a ser livros procurados e edições repetidas.
Vai tempo que em Portugal se falou o arcaico céltico, cartaginês, germânico, latim e árabe. Talvez até o grego com a ortografia cirílica. E o provençal. Podíamos ter feito logo um acordo ortográfico e, quem sabe, universalizar a escrita numa forma única.

Tem-se feito muita brincadeira com palavras que no Brasil e em Portugal têm significados completamente diferentes. Ninguém reclama! Então porque não continua cada um a escrever como entenda, sendo inegavelmente sua a opção? É evidente que só esta geração dos mais velhos não querem – nem eu – trocar o que para nós era certo pelo... futuro. Mas as novas gerações, se seguirem o Acordo vão entender-se melhor! Isso parece evidente.

Ipso factum, um dos pontos que ficaram assentes no Acordo foi não considerar erro quem continuasse a escrever conforme seu consuetudo. Não é erro, será simplesmente arcaico, e cada um dos teimosos sempre será livre de escrever como muito bem lhe apeteça.

Ego in porto navigo, faço uma pequena mistureba, uma espécie de maioneza linguística/ortográfica, e imagino que tenho atingido o intelecto de quem lê. Este parece ser o fundamentum omnis societatis: communicare! Como diriam os nossos vovovôs, intentio rerum!

Parece que o “grande problema”, o pomo da discórdia, gira agora em volta do VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. O Brasil já editou o que estaria prescrito no Acordo. Portugal está no “sim, não, pois...”, reclama, zanga-se e entretanto perde lugar, porque como a edição de um vocabulário desta magnitude exige um financiamento elevado e os restantes territórios com a mesma língua, certamente terão muito mais dificuldades em editá-lo... o Brasil sai na frente. É lógico.

Assinou-se o Acordo, o que significa que todos concordaram. Virou uma espécie de lei aprovada pelos parlamentos e assinada pelos presidentes das repúblicas. Ora se é lei, Dura lex sed lex.

Dixi.

Notas:
1.-Os “alguns” vocábulos em latim mostram que já evoluimos um bom pedaço: pittaciu, do latim, e pittakion do grego! E agora discute uma letra no meio da palavra!
2.- Depois o senhor Graça Moura que me perdoe, mas se retirarmos o “p” de “adopção” não vira “adução” (Jornal “O Globo”, dia 24/03/2012)! Fica simplesmente adoção. Ainda me recordo que, em português, as palavras em geral têm acentuação na sílaba paroxítana, que no meu tempo se chamavam de “graves”! Donde parece depreender-se que não só não necessitam de acento... nem do “p.
3.- O que dizer de: rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher (subst.);jogo (subst.) e jogo (verbo); sede, lugar e sede, avidez; seca, a roupa e seca, falta de água?

28/03/2012

http://www.fgamorim.blogspot.pt/

angola vai ratificar AO


ANGOLA

Angola vai ratificar acordo ortográfico mas quer introduzir vocabulário nacional

Angola é favorável à ratificação do acordo ortográfico da língua portuguesa, mas com a introdução de termos do vocabulário nacional.
Da Redação, com agência
 
Luanda - O director para assuntos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Ministério das Relações Exteriores de Angola (Mirex), Oliveira Encoge, afirmou, nesta quarta-feira (28), que Angola é favorável à ratificação do acordo ortográfico da língua portuguesa, mas com a introdução de termos do vocabulário nacional.

A declaração foi feita por ocasião do encontro técnico de preparação da reunião deministros da Educação da CPLP, que se realiza sexta-feira (30), em Luanda.

Oliveira Encoge disse que Angola "é parte significativa da língua portuguesa, por isso o país vai contribuir para a sua alteração, no bom sentido", segundo a agência Angop.

Sobre a data de ratificação do acordo pelo Estado angolano, o diplomata disse ser prematuro apontar uma data, mas que passos estão a ser dados para que, a curto ou médio prazo, isso aconteça.

“A sua ratificação só vai depender de alguns aspectos de ordem organizativa, técnica e académica (...) que vão definir o horizonte temporal para que este acto jurídico aconteça, porque Angola já é parte signatária do acordo”, esclareceu.

Segundo Oliveira Encoge, especialistas da língua portuguesa vão continuar a trabalhar para a melhoria, e posterior, aprovação do acordo ortográfico. 

O diplomata angolano sublinhou ainda que cada país membro da CPLP vai preparar o seu vocabulário nacional, que posteriormente dará lugar a um vocabulário comum, onde estarão espelhados todos os aspectos das línguas nacionais dos estados membros. Com informações da Angop.

o blogue vai ao 17º colóquio

o blogue vai estar concentrado no 17º colóquio da lusofonia que ocorre de 30 de março a 3 de abril e voltará com mais força ainda depois daquelas datas

http://lusofonia2002.com.sapo.pt/

para quem tiver a oportunidade informo que dia 29 de março estarei
no Bom Dia Açores da RTP entre as 08.45 e 09.15
http://ww1.rtp.pt/acores/?headline=28&visual=22&tm=epg
e depois estarei no programa da manhã da RDP entre as 09.15 e as 10.00
http://ww1.rtp.pt/acores/?headline=31&visual=17
 divulgando o 17º colóquio e os autores açorianos entre outras coisas...

segunda-feira, 26 de março de 2012

olivença


 Território português ocupado por Espanha desde 1802
 
"ALÉM GUADIANA" – TRÊS ANOS DE ACTIVIDADE

A inesperada recuperação do português em Olivença
(resumo de acontecimentos de três anos: 2008-2011)


INTRODUÇÃO



Portugal é um País de contradições. Ambiciona ser conhecido, reclama que a sua cultura é pouco divulgada... mas, contraditoriamente, parece envergonhar-se de assumirmanifestações concretas da sua cultura.


Desde 2008 (em Março de 2011, celebrou-se o terceiro aniversário), algo de novo surgiu no panorama cultural português... ou, se se quiser, lusófono.
Previamente, a União Europeia chamou a atenção para a falta de protecção de que a Língua Portuguesa era vítima por parte do Estado Espanhol em Olivença e Táliga (antiga aldeia de Olivença).
Mais importante, na própria Olivença, um grupo de locais fundou a Associação "Além Guadiana", que, sem se preocupar com a questão, que se mantém, algo discretamente, sobre a soberania legal (ou efectiva) sobre a Região, decidiu meter "mãos à obra", e começar a lutar pela recuperação da sua cultura e da sua História.
Entenda-se: Cultura e História portuguesas.


Menos de um ano sobre a sua fundação, o grupo conseguia, em 28 de Fevereiro de 2008, organizar uma "Jornada do Português Oliventino", que decorreu na Capela do Convento português de São João de Deus (em Olivença, naturalmente).


Quer se queira, quer não, fez-se História: pela primeira vez desde 1801, a Língua Portuguesa manifestava-se livremente em Olivença, com a "cobertura" das autoridades espanholas máximas a nível local e regional.


Quase 200 pessoas foram testemunhas disso, entre as quais o arqueólogo Cláudio Torres, o "herói" do mirandês Amadeu
Ferreira, e outros!

Vale a pena fazer um resumo do que então se passou.

 Carlos Luna

IILP chega a Guiné Equatorial e inicia pesquisa sobre falantes de português no País

da AGLP
http://iilp.wordpress.com/2012/03/10/equipe-do-iilp-chega-a-guine-equatorial-e-inicia-pesquisa-sobre-falantes-de-portugues-no-pais/

Equipe do IILP chega a Guiné Equatorial e inicia pesquisa sobre falantes de português no País
Publicado em Março 10, 2012

O IILP já está em Guiné Equatorial com uma equipe formada por três investigadores, que irão fazer um levantamento sobre os falantes do crioulo de raiz portuguesa falado naquele país. Até o dia 28 de março, a equipe se dividirá entre Malabo e Ilha de Annobón, que no século XVI foi habitada por falantes do crioulo da família dos crioulos do Golfo, junto com o Santomé, o Lingué e o Angolar, todos de São Tomé e Príncipe.

De acordo com o diretor executivo do IILP, esta investigação, de que resultará um livro a ser apresentado na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de julho, em Maputo, é a primeira ação prevista no Protocolo de Cooperação Técnica entre o instituto e a Guiné Equatorial, assinado a 07 de fevereiro passado, em Lisboa.O referido protocolo aponta também a realização em Malabo (capital da Guiné Equatorial) de um seminário nacional de política linguística, para fins de regulamentação, nomeadamente da presença do português no sistema educativo e na comunicação social.

A Guiné Equatorial pretende aderir à CPLP e nesse sentido o português foi já decretado em 2010 língua oficial do país, a par do espanhol e do francês, muito embora os requisitos de adesão tenham muito a ver com questões políticas, como boa governação, democracia e direitos humanos. Gilvan de Oliveira adiantou também à Lusa que ele próprio se deslocará, em princípios de abril, à Guiné Equatorial, a convite das autoridades do país, para analisar a concretização de outros projetos contidos no Mini Plano de Adesão da Guiné Equatorial à CPLP e agora contidos no protocolo de cooperação. Para o diretor executivo do IILP, a forma como a Guiné Equatorial está a avançar com os projetos acordados com o instituto e a disponibilidade manifestada para os custear "mostra bem a vontade" das autoridades de Malabo em juntar-se à CPLP.Apesar da história do IILP ter começado oficialmente em 1989, na primeira reunião de representantes dos países de língua oficial portuguesa que se reuniram em São Luís do Maranhão (Brasil), o projeto só se concretizou dez anos mais tarde, na VI reunião ordinária do Conselho de Ministros da CPLP.Os objetivos fundamentais do IILP são "a promoção, a defesa, o enriquecimento e a difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico, tecnológico e de utilização oficial em fóruns internacionais".O IILP tem uma vocação explícita de articulação de esforços técnicos, científicos e financeiros dos países da CPLP, tanto para a promoção interna como para a promoção externa da língua Portuguesa, desenvolvendo as suas atividades como um órgão colegial desses países, numa perspetiva inovadora de gestão supranacional da língua, segundo se pode ler no portal do instituto.

Fonte: NV.Lusa/Fim

timor 1512


O PRIMEIRO LIVRO, (do mundo ocidental), que menciona a ILHA DE TIMOR, "O Livro de Francisco Rodrigues", 1512, (Francisco Rodrigues era Cartógrafo do Rei). Claro que este é um "Fac-simile" bem gostaria de ter o original, esse está na Biblioteca da Assembleia Nacional Francesa, (não será difícil adivinhar como lá foi parar).
See translation
 ·  ·  · 2 minutes ago

Cuba (Alentejo) um linguajar

a língua portuguesa e o linguajar de Cuba (Alentejo) já em

http://www.lusofonias.eu/cat_view/107-textos-escolhidos/126-portugal.html?view=docman

domingo, 25 de março de 2012

'Globo Repórter' enaltece gastronomia portuguesa


'Globo Repórter' enaltece gastronomia portuguesa

por Ana Filipe SilveiraHoje
O correspondente em Lisboa Pedro Bassan
O correspondente em Lisboa Pedro BassanFotografia © Direitos Reservados
Os benefícios da dieta atlântica estiveram em destaque no programa de grande reportagem da TV Globo. Além de ter viajado por Portugal para dar a conhecer alguns dos pratos e ingredientes mais típicos, o correspondente do canal brasileiro em Lisboa, Pedro Bassan, quis saber se a longevidade de Manoel de Oliveira, de 103 anos, pode ser de alguma forma associada à alimentação.
As batatas, a carne, o vinho, o azeite, as sardinhas e o bacalhau estiveram em destaque na reportagem Comida Portuguesa com Certeza!, do programa Globo Repórter, que passou pelo Porto, por Coimbra e zonas de Trás-os-Montes e do Alentejo. E esta viagem pela gastronomia portuguesa pretendeu mostrar que a dieta atlântica reduz o colesterol em cerca de 30% e faz de Portugal uma das nações com menos problemas cardíacos do mundo.
Além da gastronomia e das confrarias espalhadas um pouco por todo o País, o jornalista foi ainda saber qual o segredo de Manoel de Oliveira no que diz respeito à sua longevidade. "Se antigamente os portugueses descobriram o mundo, hoje também nos ensinam a ver o mundo de uma maneira diferente pelos olhos de Manoel de Oliveira", disse Pedro Bassan, antes de se sentar numa esplanada à conversa com o realizador. E, garantiu este, que os seus mais de cem anos de vida nada têm que ver com a forma como se alimenta, mas com a natureza. Uma "natureza que foi artista quando criou Portugal", respondeu Bassan, terminando assim a sua reportagem.

Da fala ao grunhido

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS

FERREIRA GULLAR
Da fala ao grunhido
De que adianta escrever o que escrevo aqui se a televisão continuará a difundir a fala errada?
DESCONFIO QUE, depois de desfrutar durante quase toda a vida da fama de rebelde, estou sendo tido, por certa gente, como conservador e reacionário. Não ligo para isso e até me divirto, lembrando a célebre frase de Millôr Fernandes, segundo o qual "todo mundo começa Rimbaud e acaba Olegário Mariano".
Divirto-me porque sei que a coisa é mais complicada do que parece e, fiel ao que sempre fui, não aceito nada sem antes pesar e examinar. Hoje é comum ser a favor de tudo o que, ontem, era contestado. Por exemplo, quando ser de esquerda dava cadeia, só alguns poucos assumiam essa posição; já agora, quando dá até emprego, todo mundo se diz de esquerda.
De minha parte, pouco se me dá se o que afirmo merece essa ou aquela qualificação, pois o que me importa é se é correto e verdadeiro. Posso estar errado ou certo, claro, mas não por conveniência. Está, portanto, implícito que não me considero dono da verdade, que nem sempre tenho razão porque há questões complexas demais para meu entendimento. Por isso, às vezes, se não concordo, fico em dúvida, a me perguntar se estou certo ou não.
Cito um exemplo. Outro dia, ouvi um professor de português afirmar que, em matéria de idioma, não existe certo nem errado, ou seja, tudo está certo. Tanto faz dizer "nós vamos" como "nós vai".
Ouço isso e penso: que sujeito bacana, tão modesto que é capaz de sugerir que seu saber de nada vale. Mas logo me indago: será que ele pensa isso mesmo ou está posando de bacana, de avançadinho?
E se faço essa pergunta é porque me parece incongruente alguém cuja profissão é ensinar o idioma afirmar que não há erros. Se está certo dizer "dois mais dois é cinco", então a regra gramatical, que determina a concordância do verbo com o sujeito, não vale. E, se não vale essa nem nenhuma outra -uma vez que tudo está certo-, não há por que ensinar a língua.
A conclusão inevitável é que o professor deveria mudar de profissão porque, se acredita que as regras não valem, não há o que ensinar.
Mas esse vale-tudo é só no campo do idioma, não se adota nos demais campos do conhecimento. Não vejo um professor de medicina afirmando que a tuberculose não é doença, mas um modo diferente de saúde, e que o melhor para o pulmão é fumar charutos.
É verdade que ninguém morre por falar errado, mas, certamente, dizendo "nós vai" e desconhecendo as normas da língua, nunca entrará para a universidade, como entrou o nosso professor.
Devo concluir que gente pobre tem mesmo que falar errado, não estudar, não conhecer ciência e literatura? Ou isso é uma espécie de democratismo que confunde opinião crítica com preconceito?
As minorias, que eram injustamente discriminadas no passado, agora estão acima do bem e do mal. Discordar disso é preconceituoso e reacionário.
E, assim como para essa gente avançada não existe certo nem errado, não posso estranhar que a locutora da televisão diga "as milhares de pessoas" ou "estudou sobre as questões" ou "debateu sobre as alternativas" em vez de "os milhares de pessoas", " estudou as questões" e "debateu as alternativas".
A palavra "sobre" virou uma mania dos locutores de televisão, que a usam como regência de todos os verbos e em todas as ocasiões imagináveis.
Sei muito bem que a língua muda com o passar do tempo e que, por isso mesmo, o português de hoje não é igual ao de Camões e nem mesmo ao de Machado de Assis, bem mais próximo de nós.
Uma coisa, porém, é usar certas palavras com significados diferentes, construir frases de outro modo ou mudar a regência de certos verbos. Coisa muito distinta é falar contra a lógica natural do idioma ou simplesmente cometer erros gramaticais primários.
Mas a impressão que tenho é de que estou malhando em ferro frio. De que adianta escrever essas coisas que escrevo aqui se a televisão continuará a difundir a fala errada cem vezes por hora para milhões de telespectadores?
Pode o leitor alegar que a época é outra, mais dinâmica, e que a globalização tende a misturar as línguas como nunca ocorreu antes. Isso de falar correto é coisa velha, e o que importa é que as pessoas se entendam, ainda que apenas grunhindo. 

morreu antonio tabucchi

Morreu Antonio Tabucchi autor italiano com longa ligação a Portugal, foi autor entre outros de A MULHER DE PORTO PIM, uma ode açoriana


Itália
24-09-1943
Antonio Tabucchi (nascido em Vecchiano, província de Pisa o 24 de Setembro de 1943) é um escritor italiano, professor de Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Siena.
Muito apaixonado por Portugal, e dos melhores conhecedores, crítico e tradutor italiano do escritor português Fernando Pessoa. Tabucchi chega à obra de Pessoa nos anos sessenta, na Sorbona, fica fascinado e no seu retorno a Itália assiste a aulas de português para poder perceber melhor o poeta.
O seus livros têm sido traduzidos em dezoito Estados. Em parceria com Maria José de Lancastre, a sua companheira, tem traduzido ao italiano muitas das obras de Pessoa. Tem escrito, além, um livro de ensaios e uma comédia teatral sobre ele.
Obteve o prémio francês "Médicis étranger" pelo seu romance Notturno Indiano, e o prémio Campiello por Sostiene Pereira.
Alguns dos seus livros mais conhecidos são Notturno IndianoPiccoli equivoci senza importanzaUn baule pieno di genteGli ultimi tre giorni di Fernando Pessoa,Sostiene PereiraLa testa perduta di Damasceno Monteiro e Si sta facendo sempre più tardi. Vários dos seus livros têm sido levados ao cinema, destaca Sostiene Pereira, onde Marcello Mastroianni realiza uma das suas últimas interpretações, em 1995, só um ano antes da sua morte.
Retirado de Sapo Saber a 04-09-2010Biografia
Antonio Tabucchi nasceu em Pisa, Itália, em 1943. É professor de literatura portuguesa do Departamento de Português da Universidade de Pisa e um dos maiores especialistas da actualidade em Fernando Pessoa, sobre quem escreveu vários ensaios e cuja obra traduziu para italiano. Apreciador também de literatura brasileira, traduziu poemas de Carlos Drummond de Andrade que foram publicados no volume Sentimento del mondo (Turim Einaudi 1987) e o romance Zero, de Ignácio de Loyolla Brandão. Do autor a Rocco já publicou A cabeça perdida de Damasceno Monteiro, Afirma Pereira, A mulher de Porto Pim, Noturno indiano, O anjo negro, Os três últimos dias de Fernando Pessoa, Os voláteis do beato Angélico, Requiem e Sonhos de sonhos.
Títulos

Read more: http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=397#ixzz1q8SGQX78

CHICO ANYSIO FRASES

in diálogos lusófonos


10 frases marcantes de Chico Anysio

"O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar."
Sobre a pobreza no Brasil
"Quem é casado há quarenta anos com dona Maria não entende de casamento, entende de dona Maria."
Explicando, em entrevista à revista "Veja", que se considera um especialista em casamentos, uma vez que teve seis
"Ninguém ama igual duas vezes, mas os erros de um casamento são muito parecidos."
À revista "Veja", sobre o que aprendeu com seus casamentos
"A felicidade é uma ilusão, e eu sou um realista."
À revista "Rolling Stone", sobre sua filosofia de vida
"Não tenho medo de morrer; tenho pena, porque são tantas as ideias para realizar."
À revista "Caras", explicando que não tem medo de morrer, uma vez que a morte é inevitável
"As mulheres estão descobrindo que mulher é bom - coisa que os homens já sabem há séculos."
Sobre a homossexualidade entre as mulheres
"No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro e os políticos têm medo do passado."
Sobre a desonestidade no mundo da política
"Se estivesse desencantado da vida, acordar seria um tormento; sou apaixonado pela vida e agradecido pelo que me foi dado."
Ao ser questionado, em entrevista à revista "IstoÉ Gente", se estava desancantado da vida
"Deus me deu dois prazeres: entender de futebol e de humor; de televisão, há um caminhão de gente que entende"
Explicando, em 2009, à revista "Caras", por que não tinha um programa na televisão naquele momento
"Tenham paciência: o futuro é hoje."

http://br.omg.yahoo.com/noticias/10-frases-marcantes-chico-anysio-163500413.html

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sábado, 24 de março de 2012

Português vai ser licenciatura na ilha chinesa de Hainan



Português vai ser licenciatura na ilha chinesa de Hainan
Lusa
24 Mar, 2012, 08:39

O Centro de Cooperação Internacional em Educação vai lançar uma
licenciatura em Português em conjunto com a Associação de Macau-Hainan
para a Promoção Económica & Cultural e o Instituto Politécnico de
Leiria, a decorrer em Portugal e na China.
O programa contempla três anos de estudo da `Língua e Cultura
Portuguesas` em Hainan, e o quarto e último ano da licenciatura em
Portugal, no Instituto Politécnico de Leiria (IPL), onde os alunos vão
optar entre duas vias de especialização: `Gestão Turística e
Hoteleira` e `Tradução e Interpretação Português/Chinês e Chinês/
Português`.

Segundo o Centro de Cooperação Internacional em Educação (CICE), a
licenciatura em Português deverá arrancar em setembro, no próximo ano
letivo na Faculdade de Línguas Estrangeiras de Hainan, estando em
curso o processo de candidaturas -- até ao final de abril --, e o
recrutamento de docentes, a maior parte deles da China, e incluindo
alguns do IPL.

O projeto conjunto foi agilizado na semana passada, depois de uma
delegação do IPL se ter deslocado a Hainan e assinado protocolos de
cooperação para a implementação de programas conjuntos de ensino
superior luso-chinês com o CICE, a HFLCPD e a Universidade de Hainan.

Da visita à ilha de Hainan resultou ainda um intercâmbio de docentes
portugueses do IPL "para o ensino da língua portuguesa na Universidade
de Hainan e a troca de especialistas para efeitos de investigação e
partilha de conhecimentos no âmbito do turismo", informou o CICE.

As licenciaturas de português na China mais do quintuplicaram na
última década, passando de duas para catorze, e contando com os cursos
privados, o número ultrapassará os vinte.

TAGS:CICE, Hainan Macau, Interpretação Chinês Chinês, Línguas
Estrangeiras, Politécnico, Turística Hoteleira,





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CURIOSIDADES DE ESCRITORES

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS


Curiosidades do meio literário!

O escritor Wolfgang Von Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma
escrivaninha alta.

O escritor Pedro Nava parafusava os móveis de sua casa a fim de que ninguém o
tirasse do lugar.

Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar
sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o
mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.


Euclides da Cunha, Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, foi
engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio
Pardo (SP). A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses
depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido
e a reconstruiu. Mas, por via das dúvidas, abandonou a carreira de
engenheiro .


Machado de Assis, nosso grande escritor, ultrapassou tanto as barreiras
sociais bem como físicas. Machado teve uma infância sofrida pela pobreza e
ainda era míope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Machado foi acometido por uma de suas piores crises
intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos
recomendaram três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem
redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.


Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só
para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica. Por insistência
da sogra, casou na igreja com Maria Augusta, católica fervorosa, mas exigiu
que a cerimônia ficasse restrita aos pais do casal. No segundo casamento,
com Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.


Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances,
desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em
sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.


José Lins do Rego era fanático por futebol. Foi diretor do Flamengo, do
Rio, e chegou a chefiar a delegação brasileira no Campeonato Sul-Americano,
em 1953.


Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio
Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o
professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros.
Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou.
Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio matando
gente pela rua". Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto.
"Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado.
Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."


Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o
poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao
meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou
para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto
com o exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu
horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.

Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando,
também escritor. Numa viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta
que o filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Clarice Lispector era solitária e tinha crises de insônia. Ligava para os
amigos e dizia coisas perturbadoras. Imprevisível, era comum ser convidada
para jantar e ir embora antes de a comida ser servida.


Monteiro Lobato adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado
(a bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico Fontoura. "Para
ele, era licor", diverte-se Joyce, a neta do escritor. Também tinha mania
de consertar tudo. "Mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra."


Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos
dez anos, numa viagem de trem. Puxou conversa: "O senhor gosta de Camões?"
Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas que o mestre não lembrava. Na
velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para
impressionar os amigos. Foi escoteiro dos nove aos treze anos. Nadador do
Minas Tênis Clube, ganhou o título de campeão mineiro em 1939, no estilo
costas.


Guimarães Rosa, médico recém-formado, trabalhou em lugarejos que não
constavam no mapa. Cavalgava a noite inteira para atender a pacientes que
viviam em longínquas fazendas. As consultas eram pagas com bolo, pudim,
galinha e ovos. Sentia-se culpado quando os pacientes morriam. Acabou
abandonando a profissão. "Não tinha vocação. Quase desmaiava ao ver
sangue", conta Agnes, a filha mais nova.


Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo Lévi-Strauss porque era
muito amigo da mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário, o francês
descobriu que se preocupava em vão. O escritor era homossexual.

Vinicius de Moraes, casado com Lila Bosco, no início dos anos 50, morava
num minúsculo apartamento em Copacabana. Não tinha geladeira. Para agüentar
o calor, chupava uma bala de hortelã e, em seguida, bebia um copo de água
para ter sensação refrescante na boca.


José Lins do Rego foi o primeiro a quebrar as regras na ABL, em 1955. Em
vez de elogiar o antecessor, como de costume, disse que Ataulfo de Paiva
não poderia ter ocupado a cadeira por faltar-lhe vocação.


Jorge Amado, para autorizar a adaptação de Gabriela para a tevê, impôs que o
papel principal fosse dado a Sônia Braga. "Por quê?", perguntavam os
jornalistas, Jorge respondeu: "O motivo é simples: nós somos amantes."
Ficou todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia
apareceu. Mas ele se levantou e, muito formal disse: "Muito prazer,
encantado." Era piada. Os dois nem se conheciam até então.


O poeta Pablo Neruda colecionava de quase tudo: conchas, navios em
miniatura, garrafas e bebidas, máscaras, cachimbos, insetos, quase tudo que
lhe dava na cabeça.


Vladimir Maiakóvski tinha o que atualmente chamamos de Transtorno
Obsessivo-compulsivo (TOC). O poeta russo tinha mania de limpeza e
costumava lavar as mãos diversas vezes ao dia, numa espécie de ritual
repetitivo e obsessivo .


A preocupação excessiva com doenças fazia com que o escritor de origem
tcheca Franz Kafka usasse roupas leves e só dormisse de janelas abertas –
para que o ar circulasse -, mesmo no rigoroso inverno de Praga.
 
 
O escritor norte-americano Ernest Hemingway passou boa parte de sua vida
tratando de problemas de depressão. Apesar da ajuda especializada, o
escritor foi vencido pela tristeza e amargura crônicas. Hemingway deu fim à
própria vida com um tiro na cabeça.
 


O poeta português Fernando Pessoa tinha o hábito de escrever sob diversos
pseudonimos, cada um com um estilo e uma biografia próprios. Ente os
pseudonimos adotado estão Ricardo Reis, Alberto Caieiro e Álvaro de Campos.

http://palavrasdearlete.blogspot.pt/2012/03/curiosidades-do-meio-literario.html 

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sexta-feira, 23 de março de 2012

chico anysio

in diálogos lusófonos

o eterno problema das filas

este é um problema que só não acontece nos colóquios da lusofonia - nos outros locais é assim:

prémio gulbenkian


cid:3415265237_6002614


The Calouste Gulbenkian Foundation has opened nominations for the CALOUSTE GULBENKIAN PRIZE until next April 15th. The Prize, worth 250.000€, will be awarded to an individual or non profit organization, regardless of nationality, who has made a valuable impact and commitment to foster the universal values inherent to the human condition, respect for diversity and difference, a culture of tolerance and the conservation of the environment in man’s relationship with nature. Please refer to Prize website for the nomination form and Prize regulation http://www.gulbenkian.pt/index.php?section=25&artId=803&langId=2

The Calouste Gulbenkian Foundation, based in Lisbon (Portugal) is a non-profit Portuguese foundation, both operating and grantmaking in the fields of arts, science, education and human development. I would kindly invite you the visit our website for more information about our activities, in Portugal and abroad, at http://www.gulbenkian.pt/index.php?langId=2  
We would be grateful if you could nominate any organization or individual you might consider to meet the Prize criteria. Please contact us should you have any further queries.
Best wishes,
Ana Barcelos Pereira
Office of the President
Calouste Gulbenkian Foundation

Avenida de Berna, 45-A
1067-001 Lisboa
[+ 351] 21 782 3540