terça-feira, 11 de outubro de 2011

Universidade brasileira firma programa de cooperação com EUA


Universidade brasileira firma programa de cooperação com EUA

Universidade brasileira firma programa de cooperação com EUA

A Assessoria de Relações Externas (Arex) da Unesp e o Instituto de Educação Internacional do governo dos Estados Unidos (IIE – Institute of International Education) fecharam um acordo inédito para que vinte alunos americanos aprendam português durante um ano.

07-10-2011
A medida permitirá uma maior difusão da língua portuguesa no mundo, segundo o assessor-chefe da Arex, o professor José Celso Freire Júnior.
A iniciativa é parte do The Language Flagship Program, uma ação financiada pelo IIE para que estudantes americanos aprendam idiomas de interesse estratégico para o país.
Já há cooperações desse tipo para o ensino de mandarim, coreano, árabe, russo, línguas africanas e hindustâni, língua falada no Norte da Índia e no Paquistão que é a base do Híndi e do Urdu.
“Como potência emergente, o Brasil está ligado aos interesses econômicos do governo americano”, diz uma das idealizadoras do projeto na Unesp, a professora Solange Aranha, do Instituto de Biociências e Ciências Exatas (Ibilce), Câmpus São José do Rio Preto.
No caso do Brasil, os estudantes que poderão participar estão vinculados ao Departamento de Português e Estudos Latino-Americanos da Universidade da Geórgia.
Segundo o diretor do programa pela instituição americana, o professor Robert Moser, a indicação da Unesp foi baseada na diversidade e na qualidade dos cursos e professores, por sua estrutura multicâmpus e pelo uso de tecnologia na aprendizagem de línguas estrangeiras.
“A parceria com a Unesp foi fundamental para garantir o sucesso da proposta e para sugerir um plano inovador, sólido, e com expectativas realistas de concretização.
É o único programa Flagship em português”, diz o diretor. “Creio que esta seja a maior bolsa federal americana fornecida especificamente para apoiar o estudo intensivo de português, o que representa uma fonte de orgulho muito grande para ambas as instituições.”
O IIE enviará recursos para que a Universidade desenvolva durante o ano de 2012 um curso de português para estrangeiros, treine alunos de pós-graduação para atuar como tutores nessas aulas e crie uma infraestrutura para os visitantes. A partir de 2013, os estrangeiros receberão uma bolsa para passar um semestre fazendo aulas intensivas de português nos câmpus de Assis ou São José do Rio Preto. Depois, passarão mais seis meses em qualquer unidade da Unesp que ofereça curso de graduação ou pós em sua área de estudo. Nesse segundo período, os americanos também poderão fazer estágios acadêmicos.
Teletandem
O professor João Antonio Telles, da Faculdade de Ciência e Letras, Câmpus de Assis, destaca a possibilidade de realização de Teletandem entre os alunos americanos e brasileiros.
O método é baseado na conversação com nativos de cada idioma. Nesse caso, metade do exercício seria feito em português, e metade em inglês.
“Isso projetará os trabalhos pedagógicos inovadores nas áreas de línguas estrangeiras e proporcionará aos professores, funcionários e alunos experiências interculturais”.
Ao lado da professora Solange, Telles é responsável pelo projeto de participação da Unesp no programa e coordenará as ações em Assis.
Interesses norte-americanos
Segundo informações do site do IIE, o conceito de segurança nacional dos EUA se expandiu.
Por isso, o Language Flagship Program passou a incluir questões voltadas para ao bem estar do povo americano e da sociedade global, o que inclui desenvolvimento sustentável, degradação ambiental, fome e doenças no mundo, crescimento populacional e migrações e competitividade econômica. Por isso, a iniciativa deve incrementar a presença de futuros profissionais americanos em diferentes países do mundo para que eles saiam da faculdade fluentes em outra língua.
“A concorrência para uma indicação nesse programa é muito acirrada. Para a Unesp, é uma conquista fundamental no quesito de internacionalização porque é o início de uma grande parceria com a Universidade da Geórgia”, enfatiza Freire. O projeto terá duração de três anos e poderá ser prorrogado.

Renato Coelho (com colaboração de Cínthia Leone)

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