Chico Buarque fala sobre erros de português em suas canções
Perto de lançar novo disco, o compositor e escritor brasileiro Chico Buarque admitiu ter maior habilidade como poeta que como músico e falou sobre a liberdade que se permite em relação ao uso da língua portuguesa.
17-07-2011 Em entrevista gravada, disponível apenas à imprensa, o músico citou o escritor português Camilo Castelo Branco ao dizer que, durante o momento de criação de suas letras, se dá o direito de cometer certos “erros” gramaticais, que, no entanto, são conscientes, mantidos por opção estilística.
Ele explica, por exemplo, que numa das canções do novo disco manteve um verso que diz: “Não se atreve num país distante como o meu”, embora saiba que a regência adequada não seria esta.
“Eu sei que quem se atreve não se atreve ‘numa’ coisa. Mas o meu atrever-se aí é intransitivo. Eu não me atrevo e ponto. É uma liberdade que eu estou tomando que algum gramático pode me contestar, mas eu vou discutir com ele”, explicou o compositor, que utilizou em seguida Camilo como referência da língua.
“Na parte literária eu conheço mais, entendo, posso discutir com qualquer um. ‘tá errado, mas é certo, é assim que eu quero. Se um gramático vier falar comigo eu vou discutir com ele. Não tem no Camilo Castelo Branco, mas eu estou inaugurando essa regência”, declarou, todo cheio de si, para em seguida dizer que não possui a mesma segurança com os acordes.
“Com a música fica mais difícil, eu encontro com um músico que eu sei que conhece mais do que eu, aí fico inseguro”, admitiu.
Tudo isso para dizer, por fim, que as músicas que os fãs poderão ouvir a partir da próxima semana são provavelmente as mais “maduras” que já compôs – resultado de um maior trabalho harmónico e musical de sua parte, antes de entregá-las ao seu leal “escudeiro” e diretor musical de há anos, o maestro Luiz Cláudio Ramos.
“O que aconteceu desta vez é que eu talvez tenha amadurecido mais cada composição, a estrutura harmónica de cada música. Não há nada que esteja ali meio por acaso. Tudo tem para mim uma função muito lógica, uma lógica musical”, concluiu.
Após cinco anos desde o último álbum, o novo CD de Chico – que se chamará simplesmente assim, “Chico” – será lançado na próxima quarta-feira, dia 20, no Brasil e em Portugal.
FONTE: a23online
Ele explica, por exemplo, que numa das canções do novo disco manteve um verso que diz: “Não se atreve num país distante como o meu”, embora saiba que a regência adequada não seria esta.
“Eu sei que quem se atreve não se atreve ‘numa’ coisa. Mas o meu atrever-se aí é intransitivo. Eu não me atrevo e ponto. É uma liberdade que eu estou tomando que algum gramático pode me contestar, mas eu vou discutir com ele”, explicou o compositor, que utilizou em seguida Camilo como referência da língua.
“Na parte literária eu conheço mais, entendo, posso discutir com qualquer um. ‘tá errado, mas é certo, é assim que eu quero. Se um gramático vier falar comigo eu vou discutir com ele. Não tem no Camilo Castelo Branco, mas eu estou inaugurando essa regência”, declarou, todo cheio de si, para em seguida dizer que não possui a mesma segurança com os acordes.
“Com a música fica mais difícil, eu encontro com um músico que eu sei que conhece mais do que eu, aí fico inseguro”, admitiu.
Tudo isso para dizer, por fim, que as músicas que os fãs poderão ouvir a partir da próxima semana são provavelmente as mais “maduras” que já compôs – resultado de um maior trabalho harmónico e musical de sua parte, antes de entregá-las ao seu leal “escudeiro” e diretor musical de há anos, o maestro Luiz Cláudio Ramos.
“O que aconteceu desta vez é que eu talvez tenha amadurecido mais cada composição, a estrutura harmónica de cada música. Não há nada que esteja ali meio por acaso. Tudo tem para mim uma função muito lógica, uma lógica musical”, concluiu.
Após cinco anos desde o último álbum, o novo CD de Chico – que se chamará simplesmente assim, “Chico” – será lançado na próxima quarta-feira, dia 20, no Brasil e em Portugal.
FONTE: a23online
Sem comentários:
Enviar um comentário