No português que falamos, cabe de tudo. Se fez a partir da miscigenação de influências e palavras dos povos que vieram tentar a sorte no Brasil. Depois de tanta mistura, é nossa língua e seus jeitos de falar que conquistam as pessoas mundo afora.
“A língua é minha pátria”, já cantava Caetano. Quem então se atreve a dizer que o que nós falamos, escrevemos e cantamos não é língua brasileira? De português tem a herança, o léxico, as construções gramaticais. Mas com tanta miscigenação e uma população de 190 milhões de falantes, o nosso português se abrasileirou há muito.
O carioca malandro, o pernambucano arretado, o mineirinho manso, tudo é parte do mesmo português brasileiro, termo usado para designar a variante falada aqui no Brasil. Estão todos no mesmo caldeirão, mas correspondem a ingredientes diferentes, criando uma
saborosa língua mestiça que conquista gente do mundo inteiro.
Os países lusófonos elaboram de tempos em tempos acordos ortográficos para unificar a língua portuguesa, na tentativa de preservá-la. “Mas é o falar popular que ajuda a enriquecer a língua”, explica a linguista e professora titular da PUC-SP, Leila Bárbara. Para ela, os acordos são artificiais, porque não impedem a transformação que o povo faz do português. “O que pega é o que o povo fala”, arremata.
No
Dia Mundial da Língua Portuguesa (21 de fevereiro), o Almanaque celebra mais do que o idioma falado em nove países do mundo. Celebramos a nossa língua brasileira, diferente pelas dimensões continentais. Noel Rosa explicou essa evolução, em Não Tem Tradução:
Tudo aquilo que o malandro pronuncia / Com voz macia é brasileiro / já passou de português.
Ouça também no
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Caetano Veloso cantar Nossa Língua Nrasileira
Thalma Freitas cantar Orquestra Imperial Não tem tradução
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