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Traduções técnicas: faltam profissionais numa área que não para de crescer
Setores de petróleo e gás e aqueles ligados à Copa de 2014 e às Olimpíadas criarão novas oportunidades para tradutores
RIO - De extrema importância para os setores industrial e de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, as traduções técnicas têm grandes perspectivas de crescer no Brasil com o progresso de áreas como as de petróleo e gás e aquelas ligadas aos eventos esportivos que irão acontecer no país nos próximos anos. E, para atender a esta demanda e para que os trabalhos tenham qualidade, serão necessários profissionais bem preparados, preferencialmente com vivência nas áreas alvo, afirma Paulo Macedo, tradutor juramentado e sócio do Flash! Idiomas.
Coordenador pedagógico de inglês do Plan Idiomas Direcionados, no Rio, Richard Betts endossa a opinião de Macedo ao afirmar que é fundamental ter conhecimento das áreas para que o texto seja escrito de forma correta, justamente por causa da grande quantidade de termos técnicos encontrados nos documentos.
Para quem não sabe, as traduções técnicas ou traduções simples são aquelas que não possuem fé pública, ou seja, podem ser elaboradas por qualquer tradutor não juramentado e utilizadas para quaisquer fim. Essas traduções, na maioria das vezes, são de manuais técnicos, contratos, propostas comerciais, laudos e de normas técnicas. Segundo Macedo, para a elaboração dessas traduções, via de regra, as boas agências dispõem de profissionais com embasamento técnico. São engenheiros, advogados e médicos, por exemplo, que realizam o trabalho, que, posteriormente, é revisado por profissionais da área de letras:
— Dessa forma, qualquer problema pode ser corrigido e forma-se um glossário terminológico que servirá de referência para futuros trabalhos.
Há, no entanto, uma discussão sobre qual seria o perfil ideal do tradutor técnico: o profissional técnico da área em questão ou o especialista em idiomas? Para Macedo, não existe uma resposta simples para isso: pode ser o profissional que busca, no caso do especialista em idiomas, a capacitação técnica e, no caso do tradutor técnico, aquele que conseguisse buscar a qualificação em idiomas.
— Quando falo em idiomas, não me refiro apenas ao idioma estrangeiro. O grande calcanhar de Aquiles dos tradutores brasileiros é a dificuldade com a língua portuguesa — ressalta.
Macedo reconhece que existe hoje uma carência generalizada de profissionais capacitados em todas as áreas de atuação, e a tradução está longe de ser uma exceção. Ele ressalta que, como a profissão de tradutor não é regulamentada, não existe uma formação ideal:
— Em grande parte, o tradutor profissional bem sucedido é aquele que possui uma formação técnica e que, por ser da “velha guarda”, dispõe de um conhecimento sólido dos idiomas com que trabalha.
Paulo Macedo aconselha que os profissionais que almejam ser bons tradutores busquem se aperfeiçoar em cursos de formação, façam muitas pesquisas e leiam bastante. Existem blogs, sites de relacionamento que trocam arquivos, informações e notícias valiosíssimas. Também vale buscar especialização nos setores em desenvolvimento, principalmente os citados acima, completa Betts:
— A especialização em setores em que o crescimento é eminente deverá ser o caminho a trilhar para obter sucesso e aproveitar as oportunidades que surgirão nos anos que estão por vir. Para estar bem formado daqui a alguns meses ou anos, é preciso correr atrás de especialização o quanto antes.
O coordenador pedagógico de inglês do Plan Idiomas Direcionados acrescenta que o bom tradutor, além de se especializar em áreas específicas, precisa estar sempre pesquisando e atualizando seu conhecimento, e deve aprimorar o conhecimento de softwares para agilizar seu trabalho.
Além de mineração, mecânica, navegação e medicina, onde as traduções técnicas estão presentes no dia a dia, contribuirão para o crescimento desta atividade os setores extrativista, como o de petróleo e gás, com as novas possibilidades do pré-sal; construção civil, com as inúmeras obras em andamento no país, principalmente no Rio de Janeiro, em razão da Copa de 2014 e das Olimpíadas, em 2016; indústria farmacêutica e montadoras de veículos automotores, em franco crescimento, devido ao aumento do consumo interno; além de contratos de todas as áreas da economia, decorrentes da globalização de nossa economia.
Diante deste cenário, aponta Macedo, a tendência é de franco crescimento do mercado de traduções, bem como do aumento do salário dos profissionais capacitados, não apenas para aqueles que trabalham com traduções técnicas:
— A evolução dos programas de tradução automática é enorme, basta ver o Google Translator. Dessa forma, creio que a tendência é que os tradutores atuem, cada vez mais, como controladores de qualidade. No futuro não haverá mais a necessidade da tradução de palavra por palavra, e sim de realizar ajustes em traduções realizadas por máquinas.
Como o campo de tradução é bastante amplo, Macedo fez questão de mencionar também as áreas de interpretação (a tradução oral), que se divide em simultânea, consecutiva e sussurrada. Segundo ele, trata-se de um grupo seleto de profissionais altamente especializados e muito requisitados. Dentro da área, costumam ser os mais bem remunerados.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/emprego/traducoes-tecnicas-faltam-profissionais-numa-area-que-nao-para-de-crescer-5929762#ixzz24xolqEtE
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