segunda-feira, 27 de agosto de 2012

poesia angolana

in diálogos lusófonos

Poema décimo terceiro de um canto de acusação

O algodão de Angola só será branco

quando Angola for independente

agora é negro

com manchas vermelhas

na baixa de Cassange.

As barragens de Angola só serão farturas

quando Angola for independente

agora são fome

gente corrida dos seus quimbos

e despojada de quanto tinha

O açúcar de Angola só será mel

quando Angola for independente

agora é amargo

chicote e prisão

tonga da morte

O café de Angola

o diamante

o ferro

o petróleo

o milho

a palma

o cimento

a manga

a carne

o mar

o junge

o ndoka

o céu e o vento

quitaba

o luar a noite

o dia

o homem

Angola

O homem de Angola

vem chegando independente

do horizonte

das florestas

e montanhas

da guerrilha.

Por Costa Andrade

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