terça-feira, 29 de maio de 2012

Heranças & Povos: Os cristãos-novos no Brasil colonial

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS
 Heranças & Povos:  Os cristãos-novos  no Brasil colonial 

Foram muitos os  portugueses de origem judaica, judeus ou cristãos novos, que foram para o Brasil a partir do século XVI.  As tradições judaicas no Brasil são muito comuns e os documentos da época colonial  registram largamente esta presença.

Num texto do IBGE li que até à vinda da Inquisição para a Colônia (1591-1595), os cristãos-novos integraram-se bem na sociedade local: conviviam com cristãos-velhos portugueses e com eles compartilhavam novas experiências, frequentavam igrejas, realizavam negócios e casavam-se entre si.
    De fins do século XVI a meados do século XVII, vários senhores de engenho de origem cristã-nova viviam na Bahia, e eram, também cristãos-novos, boa parte da chamada açucarocracia pernambucana, formada por senhores de engenho, traficantes de escravos e grandes comerciantes. O quadro a seguir informa sobre os casamentos de cristãos-novos com outros da comunidade local:
    Casamentos de Cristãos-Novos com Índios, Mestiços
    e Cristãos-Velhos, 1591-1595
    Local\ParceirosÍndiosMestiços(pardos ou mamelucos)Cristãos VelhosCristãos Novos
    Bahia222728
    Pernambuco-14326
    Itamaracá--1412
    Paraíba-15-
    Total248966
    Durante todo esse período, além dos já citados senhores, cujas posses e engenhos os situavam no mais alto grau da sociedade colonial, havia também os cristãos-novos artesãos, pequenos lavradores, comerciantes, bacharéis, militares e cirurgiões estabelecidos em diversas capitanias. Apesar da proibição formal da participação na administração da colônia, também havia muitos cristãos-novos ocupando postos importantes, como cargos políticos nas municipalidades e posições de alto escalão na burocracia e no clero.

Sem comentários:

Enviar um comentário