domingo, 27 de maio de 2012

O que os cidadãos da Europa não compreendem

O que os cidadãos da Europa não compreendem

ARTUR ALONSO 24 DE MAIO DE 2012 0

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Após a II Guerra Mundial, III Grande Guerra Europeia, as famílias poderosas da Europa Ocidental começam sua aliança com o novo poder hegemônico Norte-Americano.
Após a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), a raiz do tratado de Roma de 1957 – e trás derrotar a tentativa de independência continental que pretendia criar Degualle, marginalizando o atlântico europeu – as mesmas poderosas famílias da Europa, começaram a se fusionar criando um espaço europeu comercial favorável a seus interesses. Mais adiante, com o tratado de Maastricht, de 1992 se deu o passo oficial para transformar a nova Comunidade Europeia em União Europeia. A partires daí as poderosas famílias da Europa atlântica e continental não deixariam de unir-se criando laços que as enredariam também fortemente com o poder Mercantil dos EUA.
Em todo este tempo a esquerda alternativa Europeia não conseguiu nem sequer uma unidade de ação decida, que pudesse levar com o tempo à criação de alianças estáveis, que a sua vez permitissem estabelecer laços os suficientemente fortes como para afrontar os retos que se estão agora a dar a nível continental. Muito menos esta esquerda foi capaz de criar um programa alternativo comum ao poder do capital.
No Mundo sindical este fato é tão palpável que a dia de hoje, poucos são os trabalhadores da Europa que vejam defendidos seus interesses pelas gigantescas maquinarias burocráticas, estatais ou nacionais, em que se tem convertido estes supostos representantes da massa operaria.
Eis, pois que a agenda regionalizadora a nível global e mais concretamente no nosso continente foi e segue a ser decidida pela cúpula mercantil ocidental. Obviar essa realidade é obviar o nexo condutor de todo este processo de austeridade em que agora estamos imersos.
Ante uma fraca organização e escassa unidade continental da esquerda europeia, ante a incapacidade da esquerda alternativa e das cúpulas sindicais – não organizadas baixo um ou vários fortes sindicatos unidos europeu, com propostas únicas para euro zona e para o resto da União – o poder mercantil tende a concretizar toda sua hegemonia, com a escusa dos planos de austeridade, apropriando-se de todo o sector publico, de todo o patrimônio comum dos cidadãos da Europa – para destiná-lo a criação de rendas para seu beneficio único, via privatização a saldo. Estimulando políticas de ajuda ao grande capital e a estas grandes famílias financeiras européias e ocidentais em detrimento duma população que a dia de hoje não tem referente político que possa, com garantia e força, defender seus interesses. O qual nos leva a assunção passiva por parte de maioria da população europeia dum servilismo total ao poder mercantil vigorizante e em expansão por toda a Europa, em troca dum salário mínimo e mínimas garantias de futura sobrevivência. 
Daí que movimentos como os Indignados: Geração à Rasca, 15-M, Tomemos Wall Street… sejam o reflexo ocidental da desconfiança crescente e o descrédito evidente dum sindicalismo e uma esquerda que não soube desde há pelo menos 50 anos e mais desnorteada todavia a raiz do trunfo mercantil na chamada Guerra Fria… Que não soube criar uma unidade regional, quando as grandes famílias mercantis estavam trabalhando nessa direção desde fazia décadas…
Estando assim as cousas o desaparecimento próximo do Estado Nação e consequente nova reorganização do mapa político e administrativo da Europa vai correr a cargo por suposto do poder mercantil reinante e em favor sobre tudo das grandes transnacionais, que representam o poder da triunfante ordem mercantil no orbe. 
Isto sem duvida desenha um novo panorama onde as populações terão num futuro que procurar novas formas organizativas a nível continental, que ultrapassem as já caducas formulas sindicais e da esquerda socialdemocrata, que em nada podem já garantir uma nova versão dum Estado Providencia ou Estado do Bem Estar, que só foi possível planejar enquanto capital e trabalho tinham forças em equilíbrio, algo que se verificou ficar estilhaçado trás a queda da ameaça soviética.
Enquanto estas novas tendências não abrolhem na nova esquerda, o poder Mercantil Global seguirá ditando a agenda mundial de organização social e do trabalho.
Daí que em esse marco não seja estranho tanto as recentes apostas eleitorais na Espanha ou na Grécia… que simplesmente marcam o desnorteamento da esquerda e a capacidade do poder mercantil, mesmo em condições adversas, como a grega para encaminhar a seu rego o mesmo descontento social emergente.
No plano das nações européias sem estado, aquelas que tenham criado um poder mercantil nacional capaz de aliar-se com o poder mercantil a nível continental terão grandes possibilidades, de num futuro marco de união maior e morte do estado nação, perviver como identidades… com um desenho administrativo próprio ou unidas num marco euro regional a nações irmãs de fala e identidade… Estas nações podem criar ume efeito rebote  sobre outras… abrindo a possibilidade a Galiza de afirmar-se na Euro Região Galiza – Norte de Portugal, que tantos benefícios pode trazer para uma futura Europa após Estado Nação, potenciando as ligações atlânticas Norte: Ilhas Britânicas, França, Países Baixos com o Atlântico sul: Brasil, Angola, Sul África… E ligando elas, a sua vez, com a conexão Indica: Sul África, Moçambique, Índia…
Alem de tudo o novo paradigma político histórico que vai precisar o novo marco da União além Estado Nação, precisará de achegas históricas tão importantes, como o requerimento de serem a cultura celta a primeira a unir Europa, antes do poder mediterrâneo do Império Romano, hegemonizar o sul da mesma… Algo no qual os galegos por meio do nosso Instituto Galego de Estudos Celtas (IGEC) podemos seguir trabalhando em aliança com todos nossos homólogos parceiros das Universidades Atlânticas, Europeias Continentais e da America….
Apostar, pois numa Galiza de futuro e não resignar-se ante os contundentes dados de despovoação, falta de emprego e iniciativas que estão todos os dias a serem noticia no nosso país e também um ato de cidadãos ativos que não devemos esquecer…
Tentar os novos movimentos galeguistas definir seu espaço europeu e lusófono de alianças é imprescindível se quiserem ultrapassar a perda geralizada de confiança e a conseguinte perda de apoio eleitoral que a aposta galeguista está a ter eleição trás eleição…
Para isso será preciso determinação e valentia… Ultrapassando a mentalidade isolacionista, pertencente ao antigo paradigma do Estado Nação em face de uma nova realidade re-integracionista (mais acorde com a nova realidade Global), tanto na pratica como na escrita afirmando o uso da vertente galego portuguesa; para poder sonhar com um futuro em galego… Com uma língua internacional.

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