HOJE CHOVIA A CHUVA QUE NÃO CHOVE por Corsino Fortes,(São Vicente, 1933), escritor e político cabo-verdiano.
Quando a África incha seus músculos de sangue & secura
Não há Sahel que não queime
No coração da noite
A sua salina de solidão
Não há boca Que não chova a sua gora de corpo & alma
Nem gota
De água doce Que não seja
Um espaço! para amar & habitar
Por vezes! o relâmpago
Escreve coisas vivas na boca do arquipélago
E as ilhas soerguem-se
pelo arquipélago das patas
E vão
De cratera em cratera
Erguer
na boca das sementes
A força contida dos vulcões
Homem! deus é grande entre duas ilhas
Se baleias emergem da gota do teu rosto
Na Ilha! a cicatriz de deus é grande
Mas a ferida do homem é maior
Canção! no arbusto da viola
Que chove
A lírica de deus é grande
Mas a música do homem é maior
Mulher! quando o céu da tua boca
Arrasta o corpo da terra
Até à goela da água longínqua
A febre conta no arco-íris
Da carne que sangra
A montanha roída dos dentes...
E da cicatriz da mão
brotam raízes
Que vicejam a memória dos séculos
In: Vozes poéticas da lusofonia / org. Instituto Camões ; coord. Alice Brás, Armandina Maia. - Sintra : Câmara Municipal, 1999. - p. 121-122
==============================================
A Rádio ONU entrevista o economista-chefe e diretor da unidade de Consultoria Estratégica para a África do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud
ouça em http://www.youtube.com/watch?v=-6o6apH9gzI
Nesta entrevista concedida à Leda Letra, Pedro Conceição fala sobre a sua carreira na ONU, sua rotina de trabalho e a integração da língua portuguesa entre vários países. Imagens e Edição: Daniela Gross.
Quando a África incha seus músculos de sangue & secura
Não há Sahel que não queime
No coração da noite
A sua salina de solidão
Não há boca Que não chova a sua gora de corpo & alma
Nem gota
De água doce Que não seja
Um espaço! para amar & habitar
Por vezes! o relâmpago
Escreve coisas vivas na boca do arquipélago
E as ilhas soerguem-se
pelo arquipélago das patas
E vão
De cratera em cratera
Erguer
na boca das sementes
A força contida dos vulcões
Homem! deus é grande entre duas ilhas
Se baleias emergem da gota do teu rosto
Na Ilha! a cicatriz de deus é grande
Mas a ferida do homem é maior
Canção! no arbusto da viola
Que chove
A lírica de deus é grande
Mas a música do homem é maior
Mulher! quando o céu da tua boca
Arrasta o corpo da terra
Até à goela da água longínqua
A febre conta no arco-íris
Da carne que sangra
A montanha roída dos dentes...
E da cicatriz da mão
brotam raízes
Que vicejam a memória dos séculos
In: Vozes poéticas da lusofonia / org. Instituto Camões ; coord. Alice Brás, Armandina Maia. - Sintra : Câmara Municipal, 1999. - p. 121-122
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A Rádio ONU entrevista o economista-chefe e diretor da unidade de Consultoria Estratégica para a África do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud
ouça em http://www.youtube.com/watch?v=-6o6apH9gzI
Nesta entrevista concedida à Leda Letra, Pedro Conceição fala sobre a sua carreira na ONU, sua rotina de trabalho e a integração da língua portuguesa entre vários países. Imagens e Edição: Daniela Gross.
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