quarta-feira, 16 de maio de 2012

o valor da língua (portuguesa)

http://www.portalingua.info/fr/actualites/article/portugues-valor-economico/

O VALOR ECONÔMICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

14/5/2012

As últimas semanas foram marcadas por três eventos de destaque sobre o ensino de português nos Estados Unidos e no mundo: a Conferência da Língua Portuguesa, em Nova York, no dia 20 de abril; o II Curso de Formação Continuada para Professores de POLH (Português como Língua de Herança), de 20 a 22 de abril, na Flórida International University, em Miami; e o Encontro Mundial do Ensino de Português (EMEP), que aconteceu nos dias 4 e 5 de maio, em Fort Lauderdale, durante o Focus Brazil.
“Esses dias foram muito importantes para diferentes grupos se conhecerem, trocarem ideias sobre o que estão fazendo para propagar o idioma”, diz Daniela Kiralyhegy, coordenadora do projeto Manhã Brasileira.
Ao mesmo tempo em que isso representa um crescimento da própria comunidade de língua portuguesa e apoios importantes de grandes instituições, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, o Instituto Camões em Portugal, e diversas universidades, a iniciativa também se dá pelo crescente interesse pelo avanço econômico brasileiro e, em consequência, o do valor da língua portuguesa.
Português como instrumento Mary Risner, da University of Florida, fez uma exposição, durante o EMEP, sobre o ensino de português não só como língua de herança, um tema que, aliás, é recente dentro do ensino de português, como também para fins especificamente econômicos.
O Brasil, como parte do BRIC, grupo de países em desenvolvimento que inclui também a Rússia, Índia e China (por isso a sigla), é considerado também o “país do futuro”. Por isso, a tendência é que a demanda do uso da língua cresça ainda mais até 2050, considerando-se ainda o crescimento de Angola, em detrimento da depressão europeia.
Durante um fórum intitulado “A Economia das Línguas Portuguesa e Espanhola”, ocorrido em maio do ano passado, no Instituto Camões, em Lisboa, Portugal, a professora, Dra. Maria de Lurdes Rodrigues, presidente do Conselho Executivo do Fundo Luso-Americano para o Desenvolvimento, afirmou que, até recentemente, o incentivo do ensino da língua era baseado no passado, em manter as tradições, o que foi um erro. “O futuro tem um peso maior. O interesse profissional é maior do que o interesse afetivo e cultural”.
Mais de 250 milhões de pessoas falam português nos oito países que o têm como língua oficial, além de países que contam com grande número de imigrantes que trazem o idioma como língua de herança, como é o caso dos Estados Unidos e do Japão, por exemplo. Estima-se que haja uma diáspora de mais de 10 milhões de pessoas (4,5 milhões de portugueses, três milhões de brasileiros e outras nacionalidades) que falam português fora de seus países de origem.
Um estudo intitulado “A Economia Portuguesa e a Lusofonia”, elaborado este ano pela Espírito Santo Research (ES Research) revelou, no mês passado, que a atividade econômica gerada no mundo de expressão portuguesa representa 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
De acordo com dados de 2010 – os mais recentes até agora disponíveis -, o estudo indica que a expressão mundial da língua portuguesa corresponde a 1,979 bilhões de euros ($2,577 bilhões de dólares), ou seja, 4,6% do PIB mundial, e é falada por 253,7 milhões de pessoas, o equivalente a 3,6% da população do globo.
Neste total, são tidos em conta, por exemplo, os PIB dos países que constituem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), bem como o da Guiné Equatorial (cuja adesão está em estudo) e de Macau. Só a CPLP contribui com 1,857 bilhões de euros para o PIB mundial (4,3% do total), havendo 249,9 milhões de pessoas falantes da língua de Camões (3,57% da população no mundo).
Língua portuguesa é um diferencial na hora da contratação
Simone Raguzo
A brasileira Daiana, mesmo sem falar inglês, foi contratada para atender clientes quem falam português.
A língua portuguesa tem ganhado tamanha importância nas companhias americanas, onde muitas vezes acaba sendo a única exigência na hora da contratação, e vira prioridade antes mesmo que o inglês.
Foi o caso da paulista Daiana Villas Boas, 29. Em setembro, mudou-se para Miami, devido a uma oferta de emprego aceita pelo esposo. Sem falar inglês e recém-formada em farmácia, área em que atuava até então, ela chegou sem nenhuma perspectiva profissional nos Estados Unidos.
No entanto, Daiana ficou surpresa com a quantidade de vagas para quem fala português e foi contratada no mesmo dia da entrevista, por uma empresa de informática que necessitava, com urgência, de alguém para atender os clientes do Brasil e Portugal.
“Percebo um grande interesse por tudo o que está relacionado ao Brasil e, ao contrário do que pensava, ser brasileiro e falar a língua portuguesa está sendo um grande diferencial no mercado de trabalho por aqui. Fico muito feliz, claro, por ter sido beneficiada por tudo isso, e por saber que as coisas estão mudando para melhor”, ressalta.
Cindy, de 23 anos, filha de brasileiros, também se beneficia da demanda pelo português. Ela trabalha na base aérea americana, na Alemanha, e recebe um salário mais alto pelo diferencial de falar português.
Source : gazetanews.com

Sem comentários:

Enviar um comentário