No início da década de 90, a Polónia apresentava taxas de escolaridade bastante preocupantes: apenas 40% dos jovens Polacos terminava o secundário; só 10% terminava a universidade; e 23% dos alunos apresentava resultados negativos a leitura nos testes internacionais. Em 2012, 84% terminam o secundário, 3 em cada 10 frequenta a universidade e a média de alunos com resultados negativos a leitura é de 15%, bem melhor do que a média da EU que é de 20%.
Em 1989 a Polónia percebeu que o seu paradigma educativo estava estagnado e assumiu a responsabilidade de oferecer aos jovens uma escola de que gostassem e que lhes aumentasse as aspirações. A educação deveria ser centrada no aluno e na descoberta dos seus talentos, criando uma cultura de escola, com diversos percursos possíveis, que seguisse em linha com as suas ambições e as potencialidades de cada um. Renovaram-se as ofertas educativas e abriu-se o sistema a novas escolas e pedagogias de ensino. Deu-se autonomia às escolas e investiu-se na formação de professores. Hoje, existe um sistema descentralizado, com um currículo Nacional focado nas aprendizagens, fixando objetivos e metas. Para a monitorização desta reforma, desenvolveu-se um sistema de prestação de contas com exames nacionais, avaliações às escolas e participação em diversos testes internacionais.
Para possibilitar a frequência dos alunos, o Governo reformulou o sistema de financiamento público, que deixou de estar reservado em exclusivo às escolas do Estado, podendo as restantes aceder a um subsidio publico que pode equivaler a 100% do custo do aluno numa escola estatal. Refira-se, de que acordo com os dados internacionais do Eurydice, que o custo por aluno Polaco é menor que o de um aluno Português.
Que o paralelismo histórico entre Portugal em 1975 e a Polónia em 1989 nos sirva de lição para também nós querermos aumentar as nossas aspirações: Ambos os países saíram de ditaduras e herdaram um sistema educativo centralizador e ideológico de fraca qualidade e equidade. Hoje, 91% dos cidadãos Polacos acredita na enorme importância da escolaridade. Estudos internacionais analisam esta reforma como mais uma em que a escolha da escola possibilitou o melhoramento da qualidade e equidade no ensino. A Polónia não se deixou intimidar pela sua fraca herança educativa e orgulhosamente noticia que o seu serviço publico de educação é equiparável ao Norueguês e que é financeiramente sustentável.
Fica mais um exemplo de que em educação, afinal, há quem consiga depressa e bem!
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