terça-feira, 22 de maio de 2012

REFORMA EDUCATIVA NA POLÓNIA

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No início da década de 90, a Polónia apresentava taxas de escolaridade bastante preocupantes: apenas 40% dos jovens Polacos terminava o secundário;  só 10% terminava a universidade; e 23% dos alunos apresentava resultados negativos a leitura nos testes internacionais. Em 2012,  84% terminam o secundário, 3 em cada 10 frequenta a universidade e a média de alunos com resultados negativos a leitura é de 15%, bem melhor do que a média da EU que é de 20%.

Em 1989 a Polónia percebeu que o seu paradigma educativo estava estagnado e assumiu a responsabilidade de oferecer aos jovens uma escola de que gostassem e que lhes aumentasse as aspirações. A educação deveria ser centrada no aluno e na descoberta dos seus talentos, criando uma cultura de escola, com diversos percursos possíveis, que seguisse em linha com as suas ambições e as potencialidades de cada um. Renovaram-se as ofertas educativas e abriu-se o sistema a novas escolas e pedagogias de ensino. Deu-se autonomia às escolas  e investiu-se na formação de professores. Hoje, existe um sistema descentralizado,  com um currículo Nacional focado nas aprendizagens, fixando objetivos e metas.  Para a monitorização desta reforma, desenvolveu-se um sistema de prestação de contas com exames nacionais, avaliações às escolas  e  participação em diversos testes internacionais.

Para possibilitar a frequência dos alunos, o Governo reformulou o sistema de  financiamento público, que deixou de estar reservado em exclusivo às escolas do Estado, podendo as restantes aceder a um  subsidio publico que pode equivaler a 100% do custo do aluno numa escola estatal. Refira-se,  de que acordo com os dados internacionais do Eurydice, que o custo por aluno Polaco é  menor que o de um aluno Português.

Que o paralelismo histórico entre Portugal em 1975 e a Polónia em 1989 nos sirva de lição para também nós querermos aumentar as nossas aspirações: Ambos os países saíram de ditaduras e herdaram um sistema educativo centralizador e ideológico de fraca qualidade e equidade. Hoje, 91% dos cidadãos Polacos acredita na enorme importância da escolaridade. Estudos internacionais analisam esta reforma como mais uma em que  a escolha da escola possibilitou o melhoramento da qualidade e equidade no ensino. A Polónia não se deixou intimidar pela sua fraca herança educativa e orgulhosamente noticia que o seu serviço publico de educação é equiparável ao Norueguês e que é financeiramente sustentável.

Fica mais um exemplo de que em educação, afinal, há quem consiga depressa e bem!


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