quarta-feira, 2 de maio de 2012

cristãos e muçulmanos em Portugal


haja tolerância  mas que seja recíproca.
http://www.infopedia.pt/$cristaos-e-muculmanos-em-portugal


Acerca da convivência dos Cristãos e Muçulmanos em Portugal na
época da Reconquista Cristã

Todos os povos fiéis ao Islão, árabes ou convertidos, e gentes orientais - sírios, egípcios e berberes - que se fixam na Península Ibérica são denominados Mouros.
Acerca da sua permanência neste território durante o período anterior à Reconquista Cristã, poucos são os dados disponíveis. Sabe-se porém que numa primeira fase da Reconquista todos os mouros são impiedosamente exterminados e só a partir do século IX serão poupados. Na sua maioria são feitos escravos e apenas alguns, de mais elevada condição social, são usados como moeda de troca de prisioneiros cristãos.
D. Afonso Henriques, em 1170, dá carta de foral às populações mouriscas de Lisboa, Almada, Palmela e Alcácer, que submete sob a sua autoridade.
Estas comunidades vivem em relativa liberdade religiosa, praticando os seus costumes e leis, estando porém longe de ser consideradas como iguais. Vivem na dependência dos reis que delas exigem o pagamento de pesados tributos e todo o tipo de serviços. Os Mouri Mei, assim designados nos documentos régios, pagavam à Coroa o imposto de capitação, a que chamavam alfitra, imposto este que eram obrigados a pagar desde o nascimento; quando atingiam a idade produtiva os rapazes pagavam ainda um valor adicional à alfitra. Pagavam também a dízima sobre a produção da terra, a quarentena sobre o gado e todos os bens em seu poder, impostos a que chamavam azaqui; o imposto sobre a compra e venda de bens de raiz; a dízima do trabalho; as portagens e a dízima de resgate e alforria. Apesar de alguns destes impostos serem comuns aos cristãos, para os mouros o valor a pagar é acrescido pelo facto de professarem outra fé.
Vivem em comunidades fechadas chamadas mourarias ou aljamas, governados por um alcaide de sua escolha que é também juiz.
 A Mouraria de Lisboa dispunha de banhos, prisão, açougue, escola, curral, cemitério e duas mesquitas. Além de Lisboa encontramos também, no reinado de D. Pedro I, mourarias em Setúbal, Tavira, Faro, Loulé, Silves, Beja, Moura, Évora, Estremoz, Elvas, Avis, Alenquer e Santarém.
Até D. Afonso V as causas de justiça entre mouros e cristãos eram julgadas ora em tribunal muçulmano ora em tribunal cristão, dependendo da fé professada pelo réu e da gravidade do crime; mas a partir de D. Afonso V todos os casos passam a ser tratados em tribunal cristão.
Apesar da liberdade religiosa de que dispõem as comunidades mouriscas, estão permanentemente sob as tentativas de conversão por parte dos cristãos, quer através da doutrinação dos sacerdotes, quer pelos aumentos nos valores da tributação.
A convivência entre cristãos e muçulmanos é evitada ao máximo, sendo o termo "contágio" utilizado nos documentos para caracterizar essa convivência. Assim, as Mourarias eram encerradas ao toque do sino ficando todos os muçulmanos forçados a um recolher obrigatório. Também os cristãos estavam proibidos de penetrar nas mourarias e pondo-se o caso de uma mulher aí entrar sozinha a pena era a morte. Se as relações de convivência são mal vistas, quer pela Igreja quer pela Coroa, muito mais o são tratando-se de relações carnais ou casamentos. Normalmente a pena aplicada a ambas as partes é a pena capital. Ainda para evitar a mistura, todos os mouros são obrigados a ostentar símbolos que identifiquem de imediato a sua condição: albernazes, aljubas, capuzes e balandraus; com D. Afonso IV, usam um sinal branco no barrete e o cabelo rapado. Com D. João II, uma lua vermelha no braço.
Apesar de todas estas leis a miscigenação é inevitável, em todos os estratos da sociedade e mesmo no que toca aos monarcas: D. Afonso Henriques tem um filho de uma moura, o mesmo acontecendo com D. Afonso II. Na verdade os mouros exercem diversas atividades produtivas e comerciais dentro da sociedade portuguesa medieval: são agricultores (em terras próprias ou arrendadas), sapateiros, ferreiros, oleiros, esparteiros, albardeiros, pedreiros, carpinteiros, comerciantes, etc.
A permanência e convivência pacífica entre mouros e cristãos no território português acaba abruptamente no reinado de D. Manuel, quando, sob o pretexto religioso, em 1496, os mouros são obrigados a escolher entre a expulsão e o batismo.
Outro ambiente em que cristãos e muçulmanos convivem são as praças portuguesas no Norte de África, principalmente a partir da tomada de Ceuta em 1415. As comunidades árabes vizinhas das cidades dominadas por portugueses abastecem os cristãos quer a nível económico - mantimentos - quer a nível de apoio militar.




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