quarta-feira, 1 de junho de 2011

insucesso escolar


 Insucesso escolar: dados pouco divulgados....


Resumindo:
No Luxemburgo, Canadá, Reino Unido, Suíça e França os estudantes portugueses
são os que têm maiores taxas de abandono escolar e insucesso. Logo, o problema
não está nos nossos professores, mas sim nos pais das criancinhas e na forma
como encaram a (des)necessidade da escola.


Insucesso escolar: dados a ter em conta!
Um estudo vem agora revelar que os Portugueses não gostam do estudo.

Trata-se de uma entrada no blog do Venerando Matos ("Vedrografias") que
comenta números muito interessantes (divulgados hoje no Público) no que
respeita ao "interesse" escolar dos alunos portugueses .


... parece que, afinal, não são propriamente os professores os culpados do
insucesso deles!!

Mas, claro, a divulgação que é dada a estes contributos para a explicação do
insucesso escolar em Portugal é escassa, porque não convêm...
"São marcas que continuam a acompanhar os portugueses. Cá dentro, Portugal
tem a segunda taxa mais elevada de abandono escolar precoce da União
Europeia. Lá fora, os filhos dos emigrantes portugueses continuam a desistir. No
Luxemburgo, um em cada quatro alunos que abandona a escola secundária é
português "
, dá conta um estudo do Ministério da Educação luxemburguês, ontem
divulgado pela agência Lusa.

"Entre os estudantes estrangeiros que frequentam o ensino secundário naquele
país, os portugueses são os que apresentam a maior taxa de abandono escolar."

No último ano lectivo, estavam inscritos nas escolas públicas 7046 portugueses.
Desistiram 454, o que representou um aumento de cinco por cento em relação
ao ano anterior. Os alunos portugueses representam 19,1 por cento da população
estudantil do Luxemburgo. São o maior grupo entre os
estrangeiros que estudam naquele país.

"A outra face da mesma moeda: dados recentes mostram que, nos EUA, Canadá,

Grã-Bretanha e Suíça, os filhos dos emigrantes portugueses estão também
entre os que obtêm resultados escolares mais baixos entre as comunidades
estrangeiras
." ( !!! )


Para Hermano Sanches Ruivo, responsável pela primeira associação de
luso-descendentes criada na Europa, a Cap Magellan, a reprodução desta
situação deve-se em grande parte ao facto de muitas famílias continuarem
não valorizar o papel da educação.
"Para muitos, educação é os filhos fazerem o que eles fizeram", comenta ao
PÚBLICO.

"Não têm tempo para acompanhar os filhos, não gastam dinheiros em aulas

suplementares para compensar atrasos. Os jovens, por seu lado, têm como
preocupação começar a trabalhar o mais rapidamente possível
."

Também o organismo que coordena os serviços escolares na Suíça (CDIP)
apontou, em 2007, o dedo às famílias. Os fracos resultados escolares das
crianças portuguesas devem-se "ao desinteresse total dos pais em acompanhar"
a educação dos filhos e à "origem sócio-cultural modesta" destes,
afirmava-se num documento que suscitou a indignação dos representantes
portugueses naquele país.

Sanches Ruivo, que foi o primeiro luso-descendente a ser eleito para a
Câmara de Paris, considera que a responsabilidade desta performance negativa
recai também sobre os sucessivos governos portugueses. "Tem sido feito muito

pouco para promover a língua portuguesa"
, constata. Um resultado: em França,
apenas 30 mil pessoas estão a aprender português, os estudantes de italiano
são quase 300 mil, os de espanhol três milhões.

SÃO COINCIDÊNCIAS A MAIS. Os sistemas educativos do Luxemburgo, Canadá,
Reino Unido, Suíça, França e Portugal, sendo muito diferentes - e alguns
deles muito prestigiados internacionalmente - apresentam os mesmos dois
problemas com os alunos portugueses: Abandono escolar e insucesso...
Não seria de explorar a possibilidade de estarmos perante um problema
cultural de fundo, dos portugueses em relação à escola e à necessidade do
estudo ?

Andou o Ministério da Educação, nos últimos anos, sob a liderança de Maria
de Lurdes Rodrigues, com o beneplácito de um agradecido José Sócrates, com o
apoio propagandístico de alguns "opinadores", como Emídio Rangel ou Miguel
Sousa Tavares, a despejar sobre a opinião pública a ideia de que os
professores portugueses eram uma espécie de crápulas, responsáveis pelo
abandono escolar e pelos maus resultados dos alunos, para vir agora um
estudo do Ministério da Educação do Luxemburgo revelar que são os estudantes
portugueses naquele país os que registam mais abandono escolar e piores
resultados.

Afinal, como prova esse estudo, reforçado por situação idêntica noutros
países, como os Estados Unidos, o Canadá, a Grã-Bretanha e a Suiça, o facto
de as famílias portuguesas emigrantes não valorizarem o estudo e o ensino
está na origem do abandono escolar e dos maus resultados.

Ou seja, em sistemas de ensino diferentes, com condições de trabalho e
formação dos professores diversos, o resultado é sempre o mesmo em relação
aos estudantes portugueses: alto índice de abandono e fracos resultados
escolares.

Apontam ainda aqueles estudos como principais responsáveis pela situação as
famílias que não valorizam os estudos. Obviamente que em *Portugal a razão é
a mesma.

Depois da divulgação desta notícia, só por má-fé, ignorância e/ou inveja
social é que se pode continuar a despejar sobre a opinião
pública a ideia da "culpa dos docentes" pelo estado do ensino indígena.

De facto, existe na sociedade portuguesa uma tendência generalizada para
desvalorizar o estudo, o esforço intelectual e a responsabilidade das
famílias na educação dos filhos.
O ataque desferido nos últimos anos à classe docente tem contribuído fortemente para
agravar essa situação.
Num país onde "opinadores", economistas e políticos transmitem como imagem
de valorização pessoal e económica actividades como a especulação
financeira e imobiliária, o futebol e os concursos de fama efémera, não é
de admirar que se desvalorize socialmente o conhecimento e a aprendizagem.

Basta olhar para os escaparates dos quiosques para percebermos isso:
existe uma imensidão de publicações dedicadas ao futebol, à vida cor-de-rosa
de famosos por serem famosos, ou à divulgação de truques financeiros para
enriquecer rapidamente.

Se alguém quiser encontrar uma revista de Cultura, de Arte ou de História,
de edição regular, só recorrendo à imensidão de publicações
espanholas ou francesas de boa qualidade.

Perante esta realidade, até poderíamos ter o melhor sistema de ensino do
mundo, que os resultados pouco mudariam!

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