domingo, 5 de junho de 2011

um português na américa fala

Sobre o prêmio , o discurso de Barack Obama..... Transformar é preciso

O presidente norte-americano afirmou esta quinta-feira que o arquiteto português Eduardo Souto de Moura, prémio Pritzker 2011, "redefiniu as fronteiras da sua arte", a arquitetura, servindo simultaneamente o "bem público", comparando-o com um dos 'pais' dos Estados Unidos, Thomas Jefferson(http://www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1869663).

Sobre o prêmio , o discurso de Barack Obama e vocação dos portugueses para transformar a crise em oportunidadesm escreve Maria de Lourdes Vale sob o título"Transformar é preciso...".  Interessante reflexão...  Leia.

Transformar é preciso...

por MARIA DE LURDES VALEHoje
Eduardo Souto de Moura esteve na terça-feira no Andrew Mellon Auditorium, em Washington, para receber o Prémio Pritzker. Frente a Barack Obama, o arquitecto português disse isto: "Com dez séculos de História, Portugal encontra-se hoje numa grande crise social e económica, como já aconteceu em vários períodos anteriores. Hoje, como ontem, a solução para a arquitectura portuguesa é emigrar. Como dizia Paul Claudel: 'Le Portugal est un pays en voyage, de temps en temps il touche l'Europe.' Resta-nos a 'mudança', como quer dizer a palavra 'crise' em grego. Resta-nos decifrar o significado dos dois caracteres chineses que compõem a palavra 'crise': o primeiro significa 'perigo', o segundo 'oportunidade'. Em África e noutras economias emergentes não nos faltarão oportunidades, o futuro é já aí. 'Trabalhar na transmutação, na transformação, na metamorfose é obra própria nossa (Herberto Helder).'"
Foi Portugal que esteve ali presente e foi do nosso País que se falou na imprensa americana. O mérito é de Souto de Moura, que, nas palavras do Presidente dos EUA, "puxou os limites da sua arte, mas fê-lo de uma forma que serve o bem comum" e "nunca se satisfez com soluções fáceis". Obama acertou em cheio, não há melhor imagem para definir as qualidades dos portugueses quando, e aproveito a citação do poeta, conseguem trabalhar "na transmutação".
É este o desafio que nos espera nos próximos tempos. Sermos capazes de transformar a crise em oportunidades e fazer com que o nome de Portugal não fique associado a um naufrágio colectivo. Para isso, é preciso um esforço individual e comunitário, dos que estão dentro e fora do País. E há bons exemplos.
Uma jovem consultora de marcas resolveu fazer com que as festas do São João sirvam de pretexto para atrair mais turistas à Invicta e dinamizem mais negócio. Patrícia convidou dois amigos para a ajudarem a activar o Porto Forward, criou um site, bateu a várias portas, e já pôs em marcha um movimento que no dia 10 de Junho organiza uma "martelada" no centro de Madrid para dar a conhecer a alegria com que os tripeiros celebram o seu santo.
João Francisco, presidente do Portuguese Circle em Nova Iorque e Domitília dos Santos, a portuguesa mais influente em Wall Street, juntaram-se à cônsul de Portugal em Newark, e organizaram em poucos meses e com a ajuda de dezenas de voluntários - desde a chefe Luísa Fernandes até ao Melhor Bolo de Chocolate do Mundo - a primeira corrida de cinco milhas de Portugal na Big Apple. Sabem quantas pessoas se inscreveram? Sete mil. No dia 19 de Junho, lá estarão todos com a camisola verde e vermelha no Central Park a celebrar o País.
É destes que precisamos. Dos que transformam ideias em actos.
 

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