O Norte e a Galiza
por Alfredo Barbosa, Publicado em 14 de Junho de 2011 |
É de admitir que na Lisboa política e intelectual não se tenha a percepção da importância que a Galiza tem para o Norte de Portugal, e vice-versa. Nesse âmbito físico e espiritual conhecido por Terreiro do Paço, o Norte (ainda) é longe, e mais longe do Porto para cima. O Alto Minho é muito distante e a Galiza significará muito pouco. Se as relações entre as duas regiões tivessem algum significado para quem decide na capital, há muito haveria ligações ferroviárias modernas de Vigo ao Porto. Mas, como quem melhor conhece o caminho são os nortenhos que emigram ou que diariamente fazem viagens casa-trabalho-casa, ou os empresários com interesses de um lado e do outro, foi abandonada, num abrir e fechar de olhos, a linha de velocidade alta (erradamente baptizada como TGV) e desenvolvido um controlo inapropriado nas Scut. Desconsideraram-se os fortes impactos das portagens, das ligações ferroviárias e da consolidação do Aeroporto Sá Carneiro como a maior plataforma de ligações aéreas do noroeste peninsular. Com más decisões políticas, foi prejudicado muito do trabalho de (principalmente) Fraga Iribarne (antigo presidente do governo autónomo galego) e vários edis nortenhos (de Gaia a Bragança).
O Norte (ainda) é longe. Este mesmo Norte que castigou Sócrates e o PS nas urnas e entregou o poder ao PSD, como no passado lho tirou por razões semelhantes: não cumprimento de promessas, abandono, sobranceria, ignorância do território e dos sentimentos do povo. É provável que não se perceba na capital que entre o Norte e a Galiza se fala quase de um povo. Quem o não percebeu, perdeu votos; quem o não entender, não trabalhará para um melhor futuro de Portugal.
Docente da Universidade Fernando Pessoa
O Norte (ainda) é longe. Este mesmo Norte que castigou Sócrates e o PS nas urnas e entregou o poder ao PSD, como no passado lho tirou por razões semelhantes: não cumprimento de promessas, abandono, sobranceria, ignorância do território e dos sentimentos do povo. É provável que não se perceba na capital que entre o Norte e a Galiza se fala quase de um povo. Quem o não percebeu, perdeu votos; quem o não entender, não trabalhará para um melhor futuro de Portugal.
Docente da Universidade Fernando Pessoa
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