Artigos
Belarmino Van-Dúnem |
A Língua Portuguesa como instrumento de trabalho na ONU
01 de Março, 2012
A Organização das Nações Unidas é o maior centro diplomático e de concertação do mundo. Sobretudo depois da organização desenvolver organismos adjacentes para intervir em sectores como o do desenvolvimento, saúde, agricultura, educação ou direitos humanos.
Portanto, quase toda dinâmica do desenvolvimento dos Estados passa obrigatoriamente pelas agências da ONU. Apesar das fragilidades que a organização enfrenta devido à sua dependência, relativamente aos Estados que venceram a II Guerra Mundial, a ONU continua a ser a única organização de carácter universal e universalista com grande credibilidade.
Não é nenhum exagero afirmar que os Estados com uma representação medíocre na Assembleia-Geral da ONU são sempre ultrapassados nas questões mais cadentes das relações internacionais. Dai a necessidade dos Estados terem quadros devidamente treinados junto das suas representações na ONU. Uma boa imagem na ONU, também pode significar abertura de financiamentos para o desenvolvimento, compreensão na dinâmica da política interna e boas parcerias para a política externa. A condição indispensável para que os técnicos possam representar condignamente o seu Estado é o domínio de uma das línguas oficiais da organização sob sua responsabilidade. No caso concreto da ONU, estão em uso seis línguas de trabalho: inglês, francês, russo, espanhol, chinês e árabe.
No entanto, nas reuniões plenárias dos Chefes de Estado e de Governo existe sempre uma tradução caso o titular decida expressar-se na sua língua oficial, ainda que não seja nenhuma das seis.
A língua portuguesa não faz parte das línguas oficiais da ONU. Esta situação constitui um paradoxo e tem graves consequências para os Estados falantes da língua portuguesa.
É um paradoxo porque a língua portuguesa tem um historial que é do conhecimento geral. Durante alguns séculos serviu de língua franca entre os cinco continentes. O número de falantes da língua portuguesa tem vindo a crescer, sobretudo por influência do Brasil e dos países africanos que têm a língua portuguesa como língua oficial.
Na ONU vários Estados têm orientado os seus técnicos a fazerem cursos de língua portuguesa. No Senegal, o português está entre as línguas que acolhe a simpatia dos estudantes. Na África do Sul e na Namíbia acontece o mesmo. Na América Latina, há cada vez mais candidatos para aprender português.
Portanto, as perspectivas da expansão da língua portuguesa são reais. O facto da língua portuguesa não fazer parte das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas causa constrangimentos aos países de língua oficial portuguesa.
A maior parte dos cidadãos fica limitada no acesso às vagas para trabalhar ou fazer carreira na ONU, uma vez que o primeiro critério de elegibilidade é o domínio de uma das línguas oficiais.
Os técnicos que são enviados pelos Estados acabam por ter necessidade de passar por um período de adaptação, mas, no caso dos técnicos que não dominem uma das línguas oficiais a situação torna-se mais complicada porque têm que retirar parte do seu tempo para se dedicar à aprendizagem de uma das línguas de trabalho.
Em muitos casos, para não dizer na maior parte, as traduções não têm o mesmo impacto na audiência que o discurso directo.
Há inclusive casos caricatos em que o tradutor ou intérprete faz questão de omitir ou fazer acréscimos, deturpando a mensagem. Por exemplo, é vulgar ouvir a anedota em que um Chefe de Estado disse ao outro: “I`ll ring you up later”. O tradutor resolver dizer: “eu dar-te-ei um anel mais tarde”.
A oficialização da língua portuguesa na ONU só depende da CPLP. Se existir uma concertação, no que diz respeito às cotas e à padronização das traduções, não há grandes constrangimentos em negociar com a Assembleia-Geral da ONU.
Neste momento, tudo depende de Portugal e do Brasil porque esses dois Estados estão interessados nos pormenores da tradução e da escrita.
Ao contrário do inglês e do francês em que não é possível discutir a escrita, na língua portuguesa o principal problema está na escrita. Angola já tem o português como língua oficial em todas as organizações do continente africano de que é parte.
O português é indiscutivelmente a língua de unidade nacional, mas também não deixa de ser verdade que os técnicos nacionais têm tido dificuldades em participar nos fóruns internacionais por constrangimentos da língua. As vagas para Angola na ONU estão todas por preencher. Neste momento Angola conta com cidadãos nacionais que estão na ONU a fazer carreira, mas tiveram acesso à organização por recrutamento e não por concurso.
Portanto, interessa ao Estado angolano e aos angolanos que o português seja uma das línguas oficiais da ONU.
A Organização das Nações Unidas é o maior centro diplomático e de concertação do mundo. Sobretudo depois da organização desenvolver organismos adjacentes para intervir em sectores como o do desenvolvimento, saúde, agricultura, educação ou direitos humanos.
Portanto, quase toda dinâmica do desenvolvimento dos Estados passa obrigatoriamente pelas agências da ONU. Apesar das fragilidades que a organização enfrenta devido à sua dependência, relativamente aos Estados que venceram a II Guerra Mundial, a ONU continua a ser a única organização de carácter universal e universalista com grande credibilidade.
Não é nenhum exagero afirmar que os Estados com uma representação medíocre na Assembleia-Geral da ONU são sempre ultrapassados nas questões mais cadentes das relações internacionais. Dai a necessidade dos Estados terem quadros devidamente treinados junto das suas representações na ONU. Uma boa imagem na ONU, também pode significar abertura de financiamentos para o desenvolvimento, compreensão na dinâmica da política interna e boas parcerias para a política externa. A condição indispensável para que os técnicos possam representar condignamente o seu Estado é o domínio de uma das línguas oficiais da organização sob sua responsabilidade. No caso concreto da ONU, estão em uso seis línguas de trabalho: inglês, francês, russo, espanhol, chinês e árabe.
No entanto, nas reuniões plenárias dos Chefes de Estado e de Governo existe sempre uma tradução caso o titular decida expressar-se na sua língua oficial, ainda que não seja nenhuma das seis.
A língua portuguesa não faz parte das línguas oficiais da ONU. Esta situação constitui um paradoxo e tem graves consequências para os Estados falantes da língua portuguesa.
É um paradoxo porque a língua portuguesa tem um historial que é do conhecimento geral. Durante alguns séculos serviu de língua franca entre os cinco continentes. O número de falantes da língua portuguesa tem vindo a crescer, sobretudo por influência do Brasil e dos países africanos que têm a língua portuguesa como língua oficial.
Na ONU vários Estados têm orientado os seus técnicos a fazerem cursos de língua portuguesa. No Senegal, o português está entre as línguas que acolhe a simpatia dos estudantes. Na África do Sul e na Namíbia acontece o mesmo. Na América Latina, há cada vez mais candidatos para aprender português.
Portanto, as perspectivas da expansão da língua portuguesa são reais. O facto da língua portuguesa não fazer parte das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas causa constrangimentos aos países de língua oficial portuguesa.
A maior parte dos cidadãos fica limitada no acesso às vagas para trabalhar ou fazer carreira na ONU, uma vez que o primeiro critério de elegibilidade é o domínio de uma das línguas oficiais.
Os técnicos que são enviados pelos Estados acabam por ter necessidade de passar por um período de adaptação, mas, no caso dos técnicos que não dominem uma das línguas oficiais a situação torna-se mais complicada porque têm que retirar parte do seu tempo para se dedicar à aprendizagem de uma das línguas de trabalho.
Em muitos casos, para não dizer na maior parte, as traduções não têm o mesmo impacto na audiência que o discurso directo.
Há inclusive casos caricatos em que o tradutor ou intérprete faz questão de omitir ou fazer acréscimos, deturpando a mensagem. Por exemplo, é vulgar ouvir a anedota em que um Chefe de Estado disse ao outro: “I`ll ring you up later”. O tradutor resolver dizer: “eu dar-te-ei um anel mais tarde”.
A oficialização da língua portuguesa na ONU só depende da CPLP. Se existir uma concertação, no que diz respeito às cotas e à padronização das traduções, não há grandes constrangimentos em negociar com a Assembleia-Geral da ONU.
Neste momento, tudo depende de Portugal e do Brasil porque esses dois Estados estão interessados nos pormenores da tradução e da escrita.
Ao contrário do inglês e do francês em que não é possível discutir a escrita, na língua portuguesa o principal problema está na escrita. Angola já tem o português como língua oficial em todas as organizações do continente africano de que é parte.
O português é indiscutivelmente a língua de unidade nacional, mas também não deixa de ser verdade que os técnicos nacionais têm tido dificuldades em participar nos fóruns internacionais por constrangimentos da língua. As vagas para Angola na ONU estão todas por preencher. Neste momento Angola conta com cidadãos nacionais que estão na ONU a fazer carreira, mas tiveram acesso à organização por recrutamento e não por concurso.
Portanto, interessa ao Estado angolano e aos angolanos que o português seja uma das línguas oficiais da ONU.
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