in DIÁLOGOS LUSÓFONOS
A língua portuguesa é um "instrumento" para estabelecer comunicação
Respeito a controversa portuguesa que determina a não aceitação, por muitos, do novo acordo ortográfico, embora julgue que se confunde "ortografia única" da língua portuguesa com uma ameaça à nacionalidade ou identidade portuguesa.
No entanto, há que não esquecer que a lingua portuguesa é um "instrumento" para estabelecer comunicação entre as pessoas. Só existe apenas um fator para definir uma boa comunicação. Se ela comunica, ou não, e esta se modificará eternamente, porque depende das pessoas, que não são estáticas, e ai temos um problema, porque se as pessoas mudam, a mudança na comunicação é inerente. E o que fazer nesse caso?
Os meios de comunicação e o povo nas ruas, dão testemunhos a todo o momento.Observamos as diversidades da linguagem portuguesa na lusofonia em muitas latitudes. O AO 90 estabelece normas para que não fiquemos pior, pois as variantes da língua portuguesa vão ser cada vez mais, o que nos pode a levar a um distanciamento e ao surgimento de "outras" línguas.
Como exemplo, cito as palavras de Amélia Mingas em "O português em Angola: Reflexões", no: VIII Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (vol. 1). Macau: Centro Cultural da Universidade de Macau, 1998 pp. 109-126 cit em INVERNO, Liliana. A transição de Angola para o português vernáculo: estudo morfossintáctico do sintagma nominal (em português) :
(...) uma nova realidade linguística em Angola, a que chamamos "português de Angola" ou "angolano", à semelhança do que aconteceu ao brasileiro ou ao crioulo. Embora em estado embrionário, o "angolano" apresenta já especificidades próprias (...). Pensamos que, no nosso país, o "português de Angola" sobrepor-se-á ao "português padrão" como língua segunda dos Angolanos.
Enfim, será bom refletirmos sobre a dinâmica da língua e a importância de continuarmos a conseguir comunicarmo-nos em língua portuguesa.Ou não valerá a pena esta luta pelo norma ortográfica? Disse o poeta: "tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
Margarida Castro
12.03.12
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