A imprensa e blogosfera mantêm a publicação sobre o último encontro FLE, sobre o sistema educativo da Holanda. Hoje publicamos a entrevista de Frans de Vijlder à revista Ver, deixando aqui já aqui algumas "pitadas" do que pode ler na íntegra:
“E quais são as grandes vantagens dessa escolha, nomeadamente para os estudantes, para os pais e para os professores?
Em primeiro lugar, cumpre destacar que a liberdade de escolha é uma consagração de um Direito Humano Universal (...) Para os pais e estudantes, a escolha da escola aparece como um instrumento de dinamização da qualidade e como um veículo para a existência de uma oferta educativa variada, espelhando a multiculturalidade própria da sociedade atual.
Para os professores, garante que estes encontram escolas onde podem ensinar de acordo com as suas convicções e com livre expressão das suas opiniões, aumenta a possibilidade de trabalharem em escolas com maior diversificação e de escolherem diferentes métodos de ensino. Por fim, garante aos professores das escolas privadas e estatais o mesmo regime profissional, aumentando, assim a sua mobilidade em termos de oferta de emprego.
Numa Europa a braços com tantas dificuldades e com um sistema de Segurança Social em perigo, quais são os argumentos de peso que sustentam os benefícios da liberdade de educação?
O argumento mais forte e sólido é o de que a escolha da escola é uma condição para a manutenção do Estado Social e da democracia (...).
Como sabe, Portugal vive a pior recessão dos últimos trinta anos. As escolas privadas são dispendiosas e recebem poucos financiamentos estatais. Já as públicas têm de lidar com orçamentos baixos, um número crescente de alunos e professores desmotivados. Não se podendo comparar as situações portuguesa e holandesa, o que aconselharia Portugal a fazer em matéria de educação?
A crise pode ser o momento e a oportunidade para se melhorar o sistema. (...) sugeriria o seguinte: o estabelecimento de um custo de financiamento por aluno (tendo em conta a sua origem social) em todas as escolas públicas e a introdução de mais escolas privadas financiadas com fundos públicos, para trazerem maior dinâmica ao sistema público português. Simultaneamente, a introdução de um sistema de prestação de contas mais rigoroso e transparente sobre os resultados das escolas e projetos educativos. Pais, alunos, cidadãos começariam a querer ter voz e a querer saber porque algumas escolas produzem bons resultados e outras, sistematicamente, maus resultados (...).
Se o custo por aluno for corretamente estabelecido e as medidas de prestação de contas e transparência rigorosas, o sistema de serviço público melhorará e no seu todo poderá ficar mais barato do que o atual. “
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