segunda-feira, 27 de agosto de 2012

veja as incongruências anti-AO1990

a resistência à nova ortografia nasce de alguns tipos de pessoas: - 5% são intelectuais convencidos, para quem a língua é deles e já nasceu escrita da maneira que lhes ensinaram. alguns são despeitados por não terem sido chamados a fazer parte de uma comissão ou grupo, para os quais se julgam indispensáveis e "diacríticos"; - 10% são chauvinistas xenófobos arrogantes, para quem o Outro não existe, ou só pode existir dominado ou excluído (inclui os anteriores e alguns dos que se seguem); - 90% são uns pobres ignorantes, que não leem, não sabem a História da Língua nem a história das diferenças ortográficas, nem sabem escrever sequer pela ortografia antiga. e repetem ad nauseam os argumentos dos primeiros, quando não inventam "argumentos" fabulosos de sua própria lavra. assim vão as cousas...

se escreve "belzebú", "cú", "nú" e "perú", em vez de "belzebu", "cu", "nu" e "peru", se escreve "residêncial" em vez de "residencial", se confunde "censo" com "senso", se escreve "inflacção" em vez de "inflação" e "corrector da Bolsa" em vez de "corretor da Bolsa", então você é seguramente contra a nova ortografia. porque nem da ortografia velha percebe nada.

ao contrário dos cromos que se acham entendidos em ortografia, e por isso dizem que são contra, eu não me acho com competência para me sobrepor às Academias.

há por aí uns cromos resistentes à nova ortografia que dizem declarar o seu "amor à Língua Portuguesa". mas vendo bem, tudo analisado e investigado, o que têm é amor a uma portaria de 1 de setembro de 1911, através da qual se impõe unilateralmente uma reforma que divide a ortografia da Língua Portuguesa em duas: a de Portugal e a do Brasil. portaria vai, portaria vem, fraco amor à Língua...mais lhes vale estar calados.


para quem não souber: a portaria de 1 de setembro de 1911, da Primeira República, instituiu a reforma radical da ortografia da Língua Portuguesa em Portugal, sem qualquer consulta ao Brasil.


se você confunde "assento" com "acento" e é contra a "sensura" em vez de ser contra a "censura", pode crer: de certeza, você é contra a nova ortografia. porque não conhece uma nem outra.


se você escreve "Zézinho" em vez de Zezinho, e "sózinho" em vez de sozinho, ou "avózinha" em lugar de avozinha, é um caso perdido: o seu risco de ser contra a nova ortografia é muitíssimo elevado. não por culpa da nova ortografia mas pela sua ignorância da ortografia antiga.


se não sabe distinguir "passa-se" de "passasse", se escreve "voçê" em vez de "você", "adem" em vez de "hão de" e "omolete" em vez de "omelete", pode tomar nota: o risco de ser contra a nova ortografia é muito elevado.


o vírus dos erros ortográficos anda por aí muito espalhado. sobretudo entre os defensores da velha ortografia...


o isolacionismo, o chauvinismo e a xenofobia, por mais argumentos e pretextos que arranje, não deixam de ser o que são. e tendo em conta o interesse da Língua Portuguesa e do seu papel no mundo, e considerando que isolarmo-nos é sermos muito mais pequenos e insignificantes, manter essa postura é bem capaz de ser próprio de mentecaptos. com "p".


somos um povo que, provavelmente, não merece a sorte histórica que teve. na verdade, somos um bando de campónios, para quem o mundo acaba no alto do monte mais próximo. e por falar em sucateiros da Língua, alguém ainda sabe hoje a diferença entre "sobre" (por cima, em cima de) e "sob" (por baixo, debaixo de )? cada vez encontro menos representantes deste antigo saber. por que será? e quem vai ensinar os novos?


e o curioso é que quem não sabe a diferença é, infalivelmente, contra a nova ortografia...
infelizmente para eles, quer os "correctores", quer os "corretores" ortográficos só sabem se "sobre" ou "sob" está bem escrito, não sabem se está bem aplicado.

é moda e sina ser-se contra qualquer reforma ortográfica. nem Fernando Pessoa escapou à doença. a propósito da reforma de 1911, disse a respeito de se passar a escrever cisne, em vez de cysne: "vou continuar a escrever "cysne", porque o "y" me lembra o pescoço do animal"...

cada vez é mais difícil suportar os incríveis erros ortográficos, de prosódia e de construção gramatical dos comentários na internet. os mesmos erros que se encontram nos que se dizem contrários à nova ortografia. uma e outra coisa provam o estado lamentável a que chegou a nossa escolaridade básica e secundária, sobretudo no ensino da língua materna e da história pátria. e não sei como se há de compor semelhante descalabro, porque quem está neste lindo estado é quem vai "ensinar" as próximas gerações.

quem é contra a nova ortografia nunca entende nada, acha sempre tudo complicado, mesmo o que é mais simples, e, incrivelmente, só pensa em corretores ortográficos. desde os meus seis anos que não preciso de corretor ortográfico para escrever. e apesar das várias alterações sofridas pela norma oficial desde que me ensinaram a escrever, continuo a saber escrever sozinho.


a velha norma ortográfica tem inconsistências de tomo. se os seus defensores acham que as consoantes mudas devem ser escritas porque torna e porque deixa, e porque tirá-las é amputar a língua e assim, devem então explicar por que amputam eles as consoantes mudas em "vi[c]tória", "produ[c]to", "san[c]tuário", "prá[c]tico", etc e tal. ou não passam de uns cromos embirrantes...

ser a favor da nova ortografia pressupõe um estado de espírito de abertura e adaptabilidade que não é próprio de mentes velhas ou precocemente esclerosadas. e pressupõe, mais ainda, que se é a favor porque se leu, estudou e compreendeu a nova norma e os fundamentos da sua necessidade. pelo contrário, para se ser contra basta ser contra e repetir o que diz um esclerosado qualquer que seja contra.

o empobrecimento da Língua não é feito pela norma ortográfica, mas por quem escreve. e os que querem manter a velha ortografia contra tudo e contra todos têm dado exemplos de sobra, uns atrás dos outros, de como se pode danificar, maltratar e empobrecer uma Língua.

  • estes intelectualoides anti-acordo (vá-se lá saber porquê, nem eles sabem) são, de facto, ignorantes, agressivos e irritantes. já não tenho pachorra para lhes dar tempo de antena...

    de qualquer modo, a realidade é exatamente o contrário do que esse cromo descreve: essa gente que ele cita apenas se limita, por esclerose mental, a manter o hábito de escrever na velha ortografia, enquanto que cada vez é maior o número de jornais, revistas, televisões, publicitários e pessoas que fazem o esforço de se adaptar à nova.
    sinceramente, os pseudoargumentos e pseudosaberes dos adversários da nova ortografia fazem-me espécie. desde quando mudar de norma ortográfica foi um problema em Portugal? que escondem esses pseudoargumentos, esses pseudosaberes, essas embirrações e essas arrogâncias? amor à Língua não é, pois que a querem pequena, triste e apagada. e se não é amor é então a soberba e tacanhez de quem acha que não tem nada a harmonizar com ninguém, quem quiser que se harmonize com eles.
    os graçamouristas dizem que a nova ortografia é um bicho de oito cabeças. na sua simplicidade e evidência, pode ser. mas a deles deve ter muito mais cabeças e pescoços, porque raramente são capazes de escrever uma única linha sem erros de ortografia e de sintaxe.


http://www.facebook.com/l/OAQGASKVE/doaltodaminhagvea.blogspot.pt/2012/02/constitucional-ou-que.html


http://doaltodaminhagvea.blogspot.pt/2010/01/ortopornografia.html

http://doaltodaminhagvea.blogspot.pt/2009/06/orgulhosamente-sos.html

http://doaltodaminhagvea.blogspot.pt/2008/05/quatro-mil-contra-o-qu.html

http://falaresdanossalingua.blogspot.pt/2012/02/sem-o-querer-lancei-mim-mesmo-o-repto.html

http://falaresdanossalingua.blogspot.pt/2012/02/quem-e-o-famoso-especialista-

htmlhttp://falaresdanossalingua.blogspot.pt/2012/01/nova-ortografia-da-lingua-portuguesa.html

http://falaresdanossalingua.blogspot.pt/2008/03/o-acordo-ortogrfico.html

27 August 19:30


espetador / espectador / espetáculo


Gostaria de ver esclarecida a seguinte questão:
1. Segundo consta no vosso site, o vocábulo «espectáculo» viu a sua grafia alterada pelo novo acordo para «espetáculo»:
Conferir em http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=espect%C3%A1culo
2. E, também segundo o vosso site, o vocábulo «espectador», segundo entendo pode ser grafado de duas maneiras: «espectador» ou «espetador» ao abrigo do novo acordo ortgoráfico:
Conferir em: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=espectador
A minha questão é apenas uma só: Cumprindo o actual acordo ortográfico, posso ou não escrever «espectador» com um «c»?
PS: Não pretendendo fazer-vos perder tempo, contento-me com um «sim» ou «não».
Paulo Pacheco

Como poderá verificar na última das perguntas frequentes sobre o Acordo Ortográfico de 1990 (AO) ou nos Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990, esta questão está sujeita a várias considerações que dificultam uma resposta peremptória.

Segundo o texto do AO, na sua Base IV, 1.º c), os c das sequências cc, ect“conservam-se ou eliminam-se facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção edição;facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto ecorruto,recepção e receção”.

O texto do AO toma a "pronúncia culta" ou a "norma culta" (cf. ponto 4. da “Nota Explicativa” do Acordo Ortográfico de 1990) como critério para aproximar a grafia da pronúncia, mas esta é muito difícil de aferir. No entender da Priberam e dos seus critérios para aplicar o AO, o conceito de "norma culta", por muito vago que possa ser, não pode reflectir as opções individuais de um falante ou de um grupo de falantes, mas aquelas que assim foram consideradas no registo em dicionários ou vocabulários com transcrição fonética ou ortoépica. Por este motivo, no caso de espectáculo e de espectador, as grafias consideradas preferenciais depois da aplicação do Acordo Ortográfico sãoespetáculo eespetador, uma vez que as principais obras de referência para o português europeu com indicação fonética ou ortoépica registam a indicação de que o -c- não é pronunciado. No caso de espectador, a decisão de registar uma dupla grafia prende-se com o facto de em algumas obras de referência haver indicações diferentes sobre a pronúncia do -c-.

Pelas razões expostas acima, deverá escrever-se espetáculo e espetador (se não pronunciar o c) ou espectador (se pronunciar o c), depois da aplicação do AO.



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