Ciclo de Conferências do OLP: "O Valor Económico da Língua Portuguesa"
"O Valor Económico da Língua Portuguesa", foi o tema da 3ª conferência do 1º Ciclo de Conferências do Observatório da Língua Portuguesa.
03-12-2011 Precedendo a Conferência sobre o Valor Económico da Língua Poruguesa, realizou-se o acto de lançamento da obra de Eugénio Anacoreta Correia Perspectivas Actuais da Língua Portuguesa. Cerimónia idêntica decorreu, neste mesmo dia, em Macau.
O Dr. José Ângelo Lobo do Amaral, vice-presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), apresentou a obra e explicou os objectivos do IIM, responsável pela edição desta publiação, e as tarefas que realiza, tendo referido que as suas actividades se norteiam pelo estabelecimento de pontes com a diáspora macaense e com os países da CPLP.
Intervieram nesta 3ª Conferência do 1º Ciclo de Conferências do Observatório da Língua Portuguesa a Dra. Maria Eduarda Boal como presidente e moderadora, o Prof. José Paulo Esperança e o Dr. Luís Sousa Macedo, como conferencistas e o Dr. Francisco Sarsfield Cabral, como comentador.
Maria Eduarda Boal deu início à sessão, começando por agradecer a presença dos conferencistas e do comentador que, amavelmente, acederam partilhar a sua experiência e o seu saber, a todos quantos acompanham estas conferências, bem como todo o apoio da Fundação Cidade de Lisboa e disse:
O tema que hoje vamos abordar – O Valor Económico da Língua Portuguesa – enquadra-se nos objectivos globais deste ciclo e fecha-o em coerência com as temáticas anteriores – 1ª Conferência Que estratégia para a Língua Portuguesa? E 2ª conferência A Internacionalização da Língua Portuguesa – e enquadra-se porque o valor económico de uma língua é tanto maior quanto a existência de uma política e estratégia nacionais e internacionais.
Penso que a definição de políticas como a definição de estratégias, que anteriormente aqui foram discutidas, têm de partir de uma visão nacional para uma visão internacional e global. À Língua Portuguesa pode-se aplicar estas diferentes visões, na medida em que é falada por vários países e nações e por inúmeras comunidades ou grupos de cidadãos espalhados pelo mundo, que a utilizam como língua materna, como 2ª língua ou como língua estrangeira, havendo, igualmente, a considerar o modo e a frequência com que a língua portuguesa é usada nos diferentes meios e redes de comunicação à escala global. Creio que são algumas destas características que podem conferir supremacia e poder a uma língua, em relação a outras línguas menos faladas universalmente. Segundo a maior ou menor utilização desse poder, fruto dessas políticas e estratégias, dependerá o seu valor, nomeadamente o seu valor económico.
É, pois, para nos falar do Valor Económico da Língua Portuguesa que estão connosco os nossos convidados.
José Paulo Esperança (nota curricular) centrou a sua intervenção na apresentação do estudo que o ISCTE tem vindo a realizar sobre o Valor Económico da Língua Portuguesa, estudo esse que foi iniciado há 3 anos e que será objeto de publicação, nos próximos meses, em livro, com o título “O Potencial Económico da Língua Portuguesa”.
Referiu este professor universitário que uma língua é um património tanto mais valioso quanto mais parceiros, mais utilizadores, ela tiver. A língua, disse, é um super bem público, já que a partilha aumenta o seu valor.
Começou por se referir à difusão das línguas no mundo e ao desaparecimento constante de alguns idiomas.
Chamou a atenção para o poder económico dos falantes de português, que representa 4% da riqueza mundial.
Referiu dados referentes ao número de falantes de acordo com diferentes observatórios e apresentou estudos sobre a posição da Língua Portuguesa face a diversas ópticas de observação, tendo, por exemplo referido que, de acordo com o barómetro de Calvet, o Português ocupa:
Abordou o tema da intercompreensão entre idiomas, tendo-se referido à posição do Português face às línguas espanhola, francesa, italiana e romena.
Salientou que o estudo feito chega à conclusão que, de acordo com a metodologia utilizada, a de Martín Municio[i], o valor do português representa, em Portugal, 17% do PIB.
Esclareceu que objeto do estudo consiste em analisar o impacto da proximidade linguística, do ponto de vista do português, sobre o comércio externo, o investimento directo estrangeiro, os fluxos migratórios e o turismo.
Disse poder concluir-se que proximidade linguística influencia, significativamente, o investimento directo no estrangeiro e os fluxos migratórios e, moderadamente, o comércio externo e os fluxos turísticos. E citou “as diferenças linguísticas são barreiras ao comércio, equivalentes a tarifas que podem ir dos 15 aos 22%.” (Hagel, em Stickel (2008)).
Fazendo uma comparação entre emigrantes e imigrantes por família linguística, afirmou verificar-se que os fluxos migratórios são determinados por razões económicas: os emigrantes procuram zonas de rendimento mais elevado (Kerswill, 2006). No entanto, o factor linguístico é muito significativo:
Referiu-se, depois, à notoriedade da Língua Portuguesa no mundo através do reconhecimento de personalidades, de que são exemplos o caso do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva, de Ronaldinho Gaúcho, de Cristiano Ronaldo, de Ronaldo, de Figo, de Fernando Pessoa, de José saramago, de Paulo Coelho, de Amália Rodrigues ou de Luís de Camões.
Relativamente à notoriedade de marcas reconhecidas em países não lusófonos e em países de língua oficial portuguesa, sugem nomes como Petrobrás, TAP, Sagres, Pingo Doce/Jerónimo Martins/Biedronka, Millenium BCP, Superbock, Havaianas, Azaléia, Garoto, Guaraná Antárctica ou Sonangol, Mcel, Gringo, Mozal, Soares da Costa, Cuca, Sagres, Portugal Telecom, Unitel, Vodacom, Odebrecht, respecivamente.
Referiu também estudos sobre edições de revistas e publicação de peródicos, fascículos e artigos em Português.
Concluiu que:
Não é por acaso, mas exactamente porque a língua e a cultura são factores de aproximação, de entendimento e de cumplicidades várias que as grandes empresas portuguesas que já se internacionalizaram ou que estão em processo de o fazer, em sectores tão diferenciados como a banca, as telecomunicações, as energias ou a construção, todas elas elegeram como vector estratégico dessa internacionalização, além, obviamente, dos contextos europeus, fundamentalmente a África lusófonas e o Brasil.
Afigura-se crucial, num tempo de crise como o actual, apostar crescentemente nos países com quem, ao longo dos séculos, construímos pontes, afinidades, afectos e uma língua comum. São eles sobretudo o Brasil e Angola que integrarão no presente século, e já integram, o grupo das economias em desenvolvimento ou emergentes, sem esquecer os recursos energéticos e petrolíferos existentes em São Tomé, Moçambique ou Timor.
O sucesso do nosso desenvolvimento passa claramente pela aposta das parcerias investimento nas economias dinâmicas no espaço CPLP.
Recordou o Embaixador José Aparecido de Oliveira, a quem se deve a homenagem de todos pela sua intervenção em favor da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cuja acção se estrutura segundo o eixo político-diplomático, da responsabilidade dos Estados, e os eixos da economia e da Língua Portuguesa, onde a participação da sociedade civil é determinante.
Referiu, neste contexto, a importância da associação Conselho Empresarial da CPLP
Se o Português, disse, é a 3ª língua europeia mais falada e o 5º idioma mundial, usado por mais de 250 milhões de pessoas, através da internet, por força da aliança estratégica já estabelecida, por exemplo, entre a Portugal Telecom e a OI, o maior operador de telefone fixo do Brasil, o Português está hoje a percorrer o caminho de se consolidar como uma língua mundial.
O que acabei de dizer, esclareceu Luís Sousa Macedo, não é publicidade à minha empresa, mas a simples constatação de que já vivemos e cada vez mais viveremos, através da massificação das novas tecnologias, um novo paradigma da língua e dos negócios, indutor de profundas alterações e mudanças da nossa existência. A mudança não é uma opção, é um imperativo. Para pior, para melhor? Estará como tudo na vida na nossa mão sabermos ou não sabermos fazer as coisas.
Seguiu-se a intervenção do comentador Francisco Sarsfield Cabral (nota curricular) que começou por felicitar Eugénio Anacoreta Correia pelo estudo apresentado no início da sessão - Perspectivas Actuais da Língua Portuguesa - que considerou abordar aspectos muito importantes e até mesmo desconhecidos.
Considerou que a Língua Portuguesa tem sido um património subavaliado.
Referindo-se à actulidade, afirmou que num contexto de dificuldades económicas Portugal tem de procurar novos parceiros económicos e, aí, a língua tem uma importância decisiva.
Deu o exemplo da situação na Irlanda, chamando a atenção para o facto de que se este país já está em crescimento, isso muito se deve a um significativo investimento americano, o que acontece também pelo facto de ser um país que fala inglês.
Abordou depois casos como o dos investimentos portugueses em Angola e vice-versa.
Sobre a CPLP referiu que no seio desta Comunidade existe um grande potencial de crescimento.
Das várias intervenções de personalidades da audiência destacamos a do Dr. José Ângelo Lobo do Amaral que referindo-se à importância económica da Língua Portuguesa, informou sobre o papel e actividades do Fórum para a Cooperação Económica e Social Entre a China e os Países de Língua Portuesa (Macau) no que refere às relações comerciais entre a China e os países de Língua Portuguesa.
Maria Eduarda Boal deu por encerrado este ciclo de conferências, dizendo:
Mais uma vez muito obrigada, mas não queria encerrar a sessão sem dizer, em nome do Observatório da Língua Portuguesa e, sobretudo em nome da sua Direcção, o quanto nos foi gratificante viver estes dias da realização do I ciclo de Conferências do OLP.
A qualidade e o brilho dos conferencistas e comentadores e este público sempre interessado, levantando questões pertinentes, demonstraram que estivemos certos no grande interesse que pusemos na realização das nossas conferências e que este primeiro passo bem sucedido aguça-nos o apetite para outras realizações em que, conjuntamente, partilhemos as nossas inquietações e problemas.
Não poderia terminar sem agradecer à FC Lisboa, nomeadamente na pessoa do seu Presidente Engº Álvaro Pinto Correia, o acolhimento que nos dá e a generosidade com que nos cede estas magníficas instalações.
Muito obrigada a todos.
O Dr. José Ângelo Lobo do Amaral, vice-presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), apresentou a obra e explicou os objectivos do IIM, responsável pela edição desta publiação, e as tarefas que realiza, tendo referido que as suas actividades se norteiam pelo estabelecimento de pontes com a diáspora macaense e com os países da CPLP.
Maria Eduarda Boal deu início à sessão, começando por agradecer a presença dos conferencistas e do comentador que, amavelmente, acederam partilhar a sua experiência e o seu saber, a todos quantos acompanham estas conferências, bem como todo o apoio da Fundação Cidade de Lisboa e disse:
O tema que hoje vamos abordar – O Valor Económico da Língua Portuguesa – enquadra-se nos objectivos globais deste ciclo e fecha-o em coerência com as temáticas anteriores – 1ª Conferência Que estratégia para a Língua Portuguesa? E 2ª conferência A Internacionalização da Língua Portuguesa – e enquadra-se porque o valor económico de uma língua é tanto maior quanto a existência de uma política e estratégia nacionais e internacionais.
Penso que a definição de políticas como a definição de estratégias, que anteriormente aqui foram discutidas, têm de partir de uma visão nacional para uma visão internacional e global. À Língua Portuguesa pode-se aplicar estas diferentes visões, na medida em que é falada por vários países e nações e por inúmeras comunidades ou grupos de cidadãos espalhados pelo mundo, que a utilizam como língua materna, como 2ª língua ou como língua estrangeira, havendo, igualmente, a considerar o modo e a frequência com que a língua portuguesa é usada nos diferentes meios e redes de comunicação à escala global. Creio que são algumas destas características que podem conferir supremacia e poder a uma língua, em relação a outras línguas menos faladas universalmente. Segundo a maior ou menor utilização desse poder, fruto dessas políticas e estratégias, dependerá o seu valor, nomeadamente o seu valor económico.
É, pois, para nos falar do Valor Económico da Língua Portuguesa que estão connosco os nossos convidados.
Referiu este professor universitário que uma língua é um património tanto mais valioso quanto mais parceiros, mais utilizadores, ela tiver. A língua, disse, é um super bem público, já que a partilha aumenta o seu valor.
Começou por se referir à difusão das línguas no mundo e ao desaparecimento constante de alguns idiomas.
Chamou a atenção para o poder económico dos falantes de português, que representa 4% da riqueza mundial.
Referiu dados referentes ao número de falantes de acordo com diferentes observatórios e apresentou estudos sobre a posição da Língua Portuguesa face a diversas ópticas de observação, tendo, por exemplo referido que, de acordo com o barómetro de Calvet, o Português ocupa:
- a 5ª posição relativamente ao número de países com essa língua como língua oficial;
- a 7ª posição relativamente ao número de traduções: língua de destino;
- a 8ª posição relativamente ao número de artigos na Wikipédia;
- a 15ª posição relativamente ao número de prémios Nobel da Literatura;
- a 15ª posição relativamente ao número de traduções: língua de origem;
- a 31ª posição relativamente ao índice de desenvolvimento humano;
- a 32ª posição relativamente à taxa de penetração da Internet;
- a 91ª posição relativamente à taxa de fecundidade.
Abordou o tema da intercompreensão entre idiomas, tendo-se referido à posição do Português face às línguas espanhola, francesa, italiana e romena.
Salientou que o estudo feito chega à conclusão que, de acordo com a metodologia utilizada, a de Martín Municio[i], o valor do português representa, em Portugal, 17% do PIB.
Esclareceu que objeto do estudo consiste em analisar o impacto da proximidade linguística, do ponto de vista do português, sobre o comércio externo, o investimento directo estrangeiro, os fluxos migratórios e o turismo.
Disse poder concluir-se que proximidade linguística influencia, significativamente, o investimento directo no estrangeiro e os fluxos migratórios e, moderadamente, o comércio externo e os fluxos turísticos. E citou “as diferenças linguísticas são barreiras ao comércio, equivalentes a tarifas que podem ir dos 15 aos 22%.” (Hagel, em Stickel (2008)).
Fazendo uma comparação entre emigrantes e imigrantes por família linguística, afirmou verificar-se que os fluxos migratórios são determinados por razões económicas: os emigrantes procuram zonas de rendimento mais elevado (Kerswill, 2006). No entanto, o factor linguístico é muito significativo:
- 13% dos emigrantes portugueses escolhem países onde se fala português;
- 10%, vão para países de língua espanhola, sugerindo a importância da proximidade, não apenas geográfica dado que encontramos comunidades importantes na América Latina de expressão espanhola;
- 51% dos imigrantes em Portugal vêm de países de língua oficial portuguesa.
Referiu-se, depois, à notoriedade da Língua Portuguesa no mundo através do reconhecimento de personalidades, de que são exemplos o caso do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva, de Ronaldinho Gaúcho, de Cristiano Ronaldo, de Ronaldo, de Figo, de Fernando Pessoa, de José saramago, de Paulo Coelho, de Amália Rodrigues ou de Luís de Camões.
Relativamente à notoriedade de marcas reconhecidas em países não lusófonos e em países de língua oficial portuguesa, sugem nomes como Petrobrás, TAP, Sagres, Pingo Doce/Jerónimo Martins/Biedronka, Millenium BCP, Superbock, Havaianas, Azaléia, Garoto, Guaraná Antárctica ou Sonangol, Mcel, Gringo, Mozal, Soares da Costa, Cuca, Sagres, Portugal Telecom, Unitel, Vodacom, Odebrecht, respecivamente.
Referiu também estudos sobre edições de revistas e publicação de peródicos, fascículos e artigos em Português.
Concluiu que:
- o impacto do investimento directo estrangeiro para o desenvolvimento económico dos países é muito significativo. A verificação feita neste estudo sugere que as empresas reduzem fortemente os custos de organização quando investem em países com o mesmo idioma. Esta situação é mais significativa nas empresas com menor experiência internacional.
- Existe uma forte aposta no português, pelas oportunidades profissionais e empresariais para os seus utilizadores.
- A ênfase dada ao impacto da proximidade linguística sobre o comércio externo parece excessiva. No caso do português, o investimento directo estrangeiro e as migrações são muito mais sensíveis.
- A língua promove relações, principalmente nas migrações. Os trabalhadores do conhecimento exercem mais facilmente o seu potencial quando não existem custos de adaptação linguística.
- O valor da língua para as empresas e os países pode ser potenciado se for canalizado para as actividades com maior potencial da sua utilização – cultura, conhecimento científico e técnico e funções de coordenação e gestão.
- Este estudo pode ser desenvolvido em duas direcções:
- Análise sectorial distinguindo “indústrias da língua” e outras actividades com menor intensidade linguística;
- Repetição desta metodologia junto de cada país de expressão portuguesa.
- Aprofundar a intercompreensão entre os utilizadores do português, com destaque para o vocabulário científico e técnico. Desenvolver a actividade editorial e de produção científica em português.
- Privilegiar o ensino do português junto dos utilizadores do idioma hiper-central (inglês, desenvolvimento vertical) e dos países falantes do espanhol (desenvolvimento horizontal).
- Promover a aliança com a língua espanhola, incluindo a intercompreensão e a aproximação na área editorial (ex.: acesso às listas da ISI de publicações científicas em português e espanhol ou mistas).
Não é por acaso, mas exactamente porque a língua e a cultura são factores de aproximação, de entendimento e de cumplicidades várias que as grandes empresas portuguesas que já se internacionalizaram ou que estão em processo de o fazer, em sectores tão diferenciados como a banca, as telecomunicações, as energias ou a construção, todas elas elegeram como vector estratégico dessa internacionalização, além, obviamente, dos contextos europeus, fundamentalmente a África lusófonas e o Brasil.
Afigura-se crucial, num tempo de crise como o actual, apostar crescentemente nos países com quem, ao longo dos séculos, construímos pontes, afinidades, afectos e uma língua comum. São eles sobretudo o Brasil e Angola que integrarão no presente século, e já integram, o grupo das economias em desenvolvimento ou emergentes, sem esquecer os recursos energéticos e petrolíferos existentes em São Tomé, Moçambique ou Timor.
O sucesso do nosso desenvolvimento passa claramente pela aposta das parcerias investimento nas economias dinâmicas no espaço CPLP.
Recordou o Embaixador José Aparecido de Oliveira, a quem se deve a homenagem de todos pela sua intervenção em favor da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cuja acção se estrutura segundo o eixo político-diplomático, da responsabilidade dos Estados, e os eixos da economia e da Língua Portuguesa, onde a participação da sociedade civil é determinante.
Referiu, neste contexto, a importância da associação Conselho Empresarial da CPLP
Se o Português, disse, é a 3ª língua europeia mais falada e o 5º idioma mundial, usado por mais de 250 milhões de pessoas, através da internet, por força da aliança estratégica já estabelecida, por exemplo, entre a Portugal Telecom e a OI, o maior operador de telefone fixo do Brasil, o Português está hoje a percorrer o caminho de se consolidar como uma língua mundial.
O que acabei de dizer, esclareceu Luís Sousa Macedo, não é publicidade à minha empresa, mas a simples constatação de que já vivemos e cada vez mais viveremos, através da massificação das novas tecnologias, um novo paradigma da língua e dos negócios, indutor de profundas alterações e mudanças da nossa existência. A mudança não é uma opção, é um imperativo. Para pior, para melhor? Estará como tudo na vida na nossa mão sabermos ou não sabermos fazer as coisas.
Considerou que a Língua Portuguesa tem sido um património subavaliado.
Referindo-se à actulidade, afirmou que num contexto de dificuldades económicas Portugal tem de procurar novos parceiros económicos e, aí, a língua tem uma importância decisiva.
Deu o exemplo da situação na Irlanda, chamando a atenção para o facto de que se este país já está em crescimento, isso muito se deve a um significativo investimento americano, o que acontece também pelo facto de ser um país que fala inglês.
Abordou depois casos como o dos investimentos portugueses em Angola e vice-versa.
Sobre a CPLP referiu que no seio desta Comunidade existe um grande potencial de crescimento.
Das várias intervenções de personalidades da audiência destacamos a do Dr. José Ângelo Lobo do Amaral que referindo-se à importância económica da Língua Portuguesa, informou sobre o papel e actividades do Fórum para a Cooperação Económica e Social Entre a China e os Países de Língua Portuesa (Macau) no que refere às relações comerciais entre a China e os países de Língua Portuguesa.
Maria Eduarda Boal deu por encerrado este ciclo de conferências, dizendo:
Mais uma vez muito obrigada, mas não queria encerrar a sessão sem dizer, em nome do Observatório da Língua Portuguesa e, sobretudo em nome da sua Direcção, o quanto nos foi gratificante viver estes dias da realização do I ciclo de Conferências do OLP.
A qualidade e o brilho dos conferencistas e comentadores e este público sempre interessado, levantando questões pertinentes, demonstraram que estivemos certos no grande interesse que pusemos na realização das nossas conferências e que este primeiro passo bem sucedido aguça-nos o apetite para outras realizações em que, conjuntamente, partilhemos as nossas inquietações e problemas.
Não poderia terminar sem agradecer à FC Lisboa, nomeadamente na pessoa do seu Presidente Engº Álvaro Pinto Correia, o acolhimento que nos dá e a generosidade com que nos cede estas magníficas instalações.
Muito obrigada a todos.
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