quarta-feira, 5 de setembro de 2012

a maldição do brasil com o nobel

A maldição do Brasil com o Nobel

Terça, 04 Setembro 2012 00:00

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Por José Paz Rodrigues (*)

O Brasil ganhou cinco copas do mundo em futebol, mas, desde 1901 até o dia de hoje, nunca algum dos seus cidadãos conseguiu o Prémio Nobel, em qualquer das seis áreas em que é distribuído. Este nosso grande país que é o Brasil, (e digo nosso porque pertence à nossa mesma área linguística da lusofonia), não tem mesmo nenhum prémio Nobel. Neste tema a situação é quase vexatória, e tal maldição não tem explicação alguma, pois, especialmente, nas rubricas da literatura e da paz, teve e tem destacados especialistas que bem mereciam ser premiados, antes que muitos outros que, com efeito, foram premiados.

É insultante, além de constituir um atentado contra a inteligência e o coração, que Henry Kissinger, responsável máximo por guerras imperialistas na Ásia, e polo golpe de estado no Chile em 1973, tenha sido premiado neste mesmo ano com o da Paz. Também que em 1953 fosse atribuído o de Literatura ao imperialista britânico, o literato (?) Winston Churchill. Mesmo é incompreensível que no ano passado levasse o da Paz o presidente dos USA Obama. Ou que tempo atrás fosse concedido o de Literatura a Cela, pessoa desprovida dos valores humanos que, na teoria e no pensamento de Alfredo Nobel, devem possuir os premiados. Sobre as luzes e sombras dum prémio de tanta categoria e prestígio no mundo como o Nobel, o obscurantismo com que atuam os comités e júris concessores, as filias e fobias dos seus membros e, não poucas vezes, a sua grande subjetividade nas escolhas, outras a politização, escreverei proximamente um outro artigo.

Diante do que ficou apontado, para mim ainda é muito mais grave e insultante a marginalização de que até agor tem sido objecto o Brasil na eleição das pessoas premiadas cada ano, para Física, Química, Medicina-Fisiologia, Economia e Paz. E mais ainda para a área de Literatura, campo em que o país do Amazonas tem tido ao longo dos tempos escritores de verdadeira valia e de categoria suficientemente contrastada. Porque também é insultante o desprezo dos Comités do Nobel para com o nosso idioma internacional, o terceiro mais importante do mundo e o sexto em número de falantes. Só uma vez, desde 1901, foi premiado um escritor do nosso idioma, o português José Saramago em 1998. Sobre este tema em particular voltarei com um artigo no seu momento.

Tenho a esperança, que é sempre o último que se perde, de que esta injusta e imerecida maldição do Brasil com o Prémio Nobel termine no próximo mês de outubro, em cuja segunda semana se dão a conhecer os galardoados. Espero e desejo que o 10 de dezembro próximo, na grande gala da entrega dos prémios, presidida polo rei da Suécia, figure polo menos um ou uma brasileira para receber algum dos prémios nas diferentes categorias. Analisarei a seguir o percurso histórico das propostas realizadas, para receber o prémio algum brasileiro, em cada uma delas, resenhando, se for o caso, os reveses e os falhanços.

1.-Prémio Nobel da Paz: Todos sabemos que este prémio é outorgado polo Comité do Nobel radicado na Noruega. Helder Câmara (1909-1999), que foi uma pessoa excepcional e que tanto lutou contra a ditadura militar brasileira, e em favor dos pobres e classes sociais menos favorecidas, lançando aquela formosa campanha “Ano 2000 sem miséria”, merecia ter sido premiado, como foi Pérez Esquivel em 1980, lutador como Helder contra uma ditadura, a do seu país Argentina. Neste caso valeu o critério, no do brasileiro não. Câmara fora proposto para levá-lo em 1972 e em mais três ocasiões sem sucesso. Grande merecedor deste prémio fora também o magnífico educador Paulo Freire (1921-1997), preocupado com a educação, alfabetização e libertação das classes populares. Em 1990, sem sucesso tal como anteriormente, foi proposto para este prémio Dom Paulo Evaristo Arns, que tinha nascido em Criciúma (SC) em 1921, e que veioa ser um grande defensor dos direitos humanos. Alguma vez foi proposto também Herbert José de Sousa (1935-1997), mais conhecido como “Betinho”. Também fora proposta em 2006, de forma muito merecida, Zilda Arns (1934-2010), que desenvolveu um excelente labor com a sua “Pastoral da Criança”, de ajuda a milhões de crianças de famílias pobres por todo o país. Este seu programa foi proposto sem sucesso polo governo brasileiro nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2005 para este prémio. Houve quem propusesse nalgum momento Lula da Silva (devo dizer, porém, que sou dos não concorda em conceder este a galardão a pessoas que tenham exercido ou exerçam a política desempenhando cargos).

2.-Prémio Nobel de Física: César Lattes (1924-2005), nascido em Curitiba-Paraná, tinha que ter ganho este prémio em 1950. Comprovou experimentalmente a existência da partícula subatómica “méson pi”, e investigou sobre os raios cósmicos. Físico de categoria mundial, especialista em física atómica, em 1963 criou em Campinas o Instituto de Física. De forma inexplicável, mas em concordância com a tradicional maldição brasileira, no seu lugar recebeu o prémio o britânico Cecil Powell, que ajudara na redação do estudo-relatório que fez o brasileiro.

O físico teórico Mário Schenberg (1916-1990) tinha merecido de sobra o prémio porque, com George Gamow, formulou o processo Urca, sobre a perda de energia das supernovas. E trabalhou com grandes investigadores como Wolfgang Pauli e Eurico Fermi. Existe alguma possibilidade de que, no presente ano de 2012, se termine a maldição brasileira, pois o cientista Miguel Nicolelis, nascido em 1961 em São Paulo, considerado como um dos 20 maiores e mais importantes cientistas do mundo, atualmente na ianque Universidade de Duke, e criador de um instituto de neurociência em Natal (RN), polos seus estudos com macacos que controlam braços mecânicos com a mente, possa ser premiado e passe a ser o primeiro cidadão brasileiro da história em conseguir um Prémio Nobel. Polas suas múltiplas investigações recebeu infinidade de prémios em diversos países. Em novembro de 2010 apresentou um interessante documento, por ele elaborado, intitulado “Manifesto da Ciência Tropical”, no que amostra as grandes potencialidades do Brasil e, posto em prática, poderia ser um agente efetivo de transformação social e económica do grande país americano. Espero que tenha a sorte negada antes a outros muitos.

3.-Prémio Nobel de Química: O químico Otto Gottlieb (1920-2011) foi proposto nos anos 1998,1999 e 2000 para receber este prémio. Tinha elaborado um interessante índice para medir a biodiversidade dos ecossistemas da Floresta Amazónica e da Mata Atlântica. Escreveu mais de 700 artigos científicos e foi um investigador de verdadeira categoria. Como é prática habitua, quando se trata de premiar alguém do Brasil, afinal não o conseguiu.

4.-Prémio Nobel de Economia: Foi proposto nesta área para ser premiado o paraibense Celso Furtado (1920-2004), grande economista de fama mundial, representante do “estruturalismo”. O seu estudo mais importante trata sobre o desenvolvimento económico e seus problemas. De passagem, calha aqui dizer que este prémio foi atribuído em 1998 ao economista bengali Omortia Sem, que quem isto escreve conhece pessoalmente, por sermos ambos tagoreanos, e porque o laureado mora na sua casa de Santiniketon, no estado indiano de Bengala. Outrora estudou naquela bela localidade, onde eu moro metade do ano, na Universidade Visva-Bharoti, criada em 1921 por Robindronath Tagore.

5.-Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia: O bioquímico de São Paulo Sérgio Henrique Ferreira, nascido em 1934, tinha que ter levado este prémio em 1982, para o que estava proposto, por ter criado importantes drogas anti-hipertensão, a partir da bradicinina. Afinal o prémio foi para o britânico John Vane, e a maldição brasileira continuou para a frente. Quem também merecia este prémio foi Maurício Rocha e Silva (1910-1983). Este bioquímico do Rio de Janeiro descobriu a bradicinina, tirada do veneno da cobra jararaca, muito importante para controlar a pressão arterial.

O caso de Peter Brian Medawar (1915-1987), nascido em Petrópolis, é muito curioso, e ademais revelador da maldição que estou a comentar neste artigo. Em 1960 conseguiu, a par Frank Burnet, o Prémio Nobel de Medicina, mas na altura já tinha a nacionalidade britânica. Até quase os quinze anos morou e se formou no Brasil. Mais tarde, por ser um grande estudante e filho de família abastada, foi estudar para Oxford e também por um tempo investigou no Magdalen College e na Universidade de Birmingham. Entusiasta da pesquisa científica, nos anos trinta queria continuar a investigar sem renunciar à sua nacionalidade brasileira. Para isto solicitou do governo brasileiro que o isentasse de fazer o serviço militar obrigatório. O governo recusou-lhe tal isenção, assinando o escrito de recusa o ministro Salgado Filho. E este grande investigador, que mesmo trabalhara com Fleming, de pai libanês, brasileiro de nascimento e com estudos primários e secundários no Brasil, a quem se deve a importantíssima teoria da “Tolerância Imunológica Adquirida”, vital para que hoje possamos, por exemplo, fazer transplantes de órgãos, não teve outro remédio, para poder continuar a pesquisar, senão solicitar a nacionalidade britânica. E foi assim que o Brasil perdeu o seu primeiro Nobel.

Tenho uma intuição desde há tempos: acho que os diferentes governos que desde 1901 tem havido no Brasil, muitos horrorosos e fantoches dos USA, nunca se preocuparam de influir positivamente e com habilidade diplomática perante a Fundação Nobel. Para que seus cidadãos fossem premiados nalguma das áreas. E isto é muito mais claro no caso dos da área da Literatura que passo a comentar a seguir. Também é certo que, se se me demonstra o contrário, com dados e documentos reais, não tenho inconveniente em retirar a minha intuição sobre o nulo apoio da maioria dos governos brasileiros que houve, mais preocupados por outros temas que pola cultura. Isto é evidente de forma especial em aqueles governos que foram ditaduras militares ou não. O caso da queima dos livros de Jorge Amado, por serem considerados subversivos, por ordem do governo da altura é um caso paradigmático.

6.-Prémio Nobel de Literatura: Deixo para analisar no fim aquilo que considero mais flagrante e reprovável. Refiro-me, é claro, a que nunca a Academia de Letras da Suécia tenha atribuído a um escritor ou escritora brasileira o Nobel de Literatura. Com tantos e tão extraordinários escritores que tem dado o Brasil! Muito poucos países no mundo têm um elenco de literatos tão valiosos, tão excelsos e excelentes, tão magníficos, como tem o Brasil. Resenho a seguir os escritores que, em minha modesta opinião, mereciam ser premiados, fazendo as oportunas observações. Na minha apreciação e consideração, o mais extraordinário escritor do Brasil em toda a história foi Joaquim Mª Machado de Assis (1839-1908), que dá hoje nome a um dos maiores e mais importantes prémios literários do país. Não era fácil naquela altura que a Academia Sueca chegasse a conhecer a grande obra deste escritor. O primeiro ano em que se concedeu o Nobel foi em 1901. Por isso mediaram apenas sete anos para que o escritor carioca, que faleceu em 1908, pudesse ser galardoado. Bem poucos anos para o júri poder avaliar a obra de Machado e laureá-lo antes de falecer, dado que o Nobel só se concede a pessoas vivas. A minha lista de escritores do Brasil merecedores do prémio é:

Cecília Meireles (1901-1964): Tanto quanto sei, esta grande poeta e educadora nunca foi proposta para o Nobel. Mesmo no Brasil, de forma injusta e incompreensível, foi só reconhecida postumamente, recebendo os prémios mais importantes uma vez falecida. Depois de Machado de Assis, considero Cecília como a escritora brasileira que mais o merecia. Porque tudo o que escreveu é uma maravilha total, tanto em prosa como em poesia. Foi, além do mais, uma genial educadora, defensora dos princípios educativos da Escola Nova, muito preocupada por fomentar entre as crianças o prazer por ler. Grande admiradora da Índia e de Tagore, a sua pessoa reunia cem por cento os valores ideais que deve ter um Prémio Nobel, seguindo o modelo proposto polo criador dos prémios. Não só era uma escritora excepcional, também era uma pessoa de grande ética, devotada para com os semelhantes, cheia de alegria e amor aos demais. Entre os premiados desde 1901, na área literária, só encontro ao seu nível, (também com todos os valores que deve reunir um Nobel), a Gabriela Mistral (1945), Pearl S. Buck (1938), Juan Ramón Jiménez (1956), Pablo Neruda (1971), Romain Rolland (1915) e, especialmente, Robindronath Tagore (1913). É bem triste, mas, a maior poeta do Brasil nunca foi nomeada para receber este prémio, que por arrobas merecia. Recomendo aos meus leitores que, se querem desfrutar, leiam tudo o que puderem desta escritora de antepassados galegos, que nasceu e morou no Rio de Janeiro.

Jorge Amado (1912-2001): Um romancista extraordinário, cujos romances tão lindos foram traduzidos para numerosos idiomas, foi sem dúvida o eterno aspirante a ser premiado com o Nobel de Literatura. Durante décadas, os amantes da nossa formosa língua esperávamos cada outubro ver o nome do baiano Amado entre os premiados. Acho que ele também. A sua candidatura esteve sempre presente nos anos setenta e oitenta. Mas já em 1967 a União Brasileira de escritores (UBE) fez a proposta ao comité do prémio, embora Amado não concordasse. Ao ano seguinte a UBE torna a fazer a proposta e Amado aceita, com a condição de fosse conjunta também com a do seu amigo o escritor português Ferreira de Castro (1898-1974). No ano 1988, por informações oficiosas, sabe-se que ficou a tão só dous votos do egípcio Naguib Mahfouz, que foi o ganhador. Sabe-se também que um Amado muito solidário patrocinou outras pessoas para este prémio. Patrocinou não só o autor deA Selva, Ferreira de Castro, em várias ocasiões. Também o português Miguel Torga (primeiro premiado com o Camões), Drummond de Andrade e Gilberto Freyre. Teria sido um grande prestígio para o Nobel que Amado tivesse sido na altura um dos premiados.

Jorge de Lima (1893-1953): Foi o escritor brasileiro que mais perto esteve de levar este prémio. O membro da Academia Sueca Arthur Lundkvist leu uns seus poemas, de que muito gostou. Este académico dominava várias línguas latinas, e entre elas o francês, o italiano e o castelhano, aprendendo mais tarde português. Gostava muito de poesia e, de tornada de uma viagem à Índia em 1950, o barco fez escala no Rio de Janeiro. Assim, aproveitou para estar todo um dia na companhia de Jorge de Lima, que morava na cidade. De acordo com o brasileiro assinalou que o ano 1958 ficava reservado para outorgar-lhe o prémio. Infelizmente, o poeta Jorge de Lima morreu cinco anos antes e a frustração e maldição brasileira continuou.

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): O seu tradutor para o idioma sueco Arne Lundgren, em 1967, solicitou-lhe, a pedido do comité do Nobel, o envio de todas as traduções disponíveis de seus livros. O grande poeta não fez caso a tal requerimento, assinalando não ter nenhum interesse por prémios. Quando Jorge Amado fez a proposta para que fosse atribuído o prémio a Drummond, este comentou que quem realmente o merecia era o romancista Amado. Natural de Minas Gerais, este excelente poeta escreveu mais de trinta livros de poesia a cada qual mais belo. São poucos os galegos que sabem que o poema do nosso Celso Emílio Longa noite de pedra, esteve inspirado noutro formosíssimo do brasileiro. Que, injustamente, tampouco conseguiu o Nobel.

Gilberto Freyre (1900-1987): Natural de Recife, foi um grande sociólogo, antropólogo, historiador, pintor e escritor reconhecido mundialmente. É provável que seja o brasileiro mais cosmopolita de todos, sendo admirado em muitos países e muito premiado. No mês de novembro de 1946, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, com o apoio de Jorge Amado, membro da comissão naquela altura, propôs Freyre como candidato para o Nobel do ano 1947, que finalmente ganhou o francês André Gide. A petição, muito justa e merecida, foi apoiada também por numerosos inteletuais brasileiros.

João Guimarães Rosa (1908-1967): Foi um dos escritores brasileiros mais importantes de todos os tempos e um extraordinário poliglota, dominador de infinidade de idiomas. O nosso Paz Andrade chegou a conhecê-lo e escreveu aquele livro sobre A Galecidade de Guimarães Rosa. Em 1967 seria proposto para o prémio por indicação dos seus editores europeus, alemães, franceses e italianos, mas a sua prematura morte com 59 anos impediu tomar em consideração tal proposta. Para continuar assim a maldição brasileira com este prémio.

Graciliano Ramos (1892-1953): Não o sei, mas, sendo um dos maiores amigos de Jorge Amado, suponho que em algum momento foi proposto por este para o prémio. Que realmente merecia pola sua excelente obra literária e polos seus valores humanos. Os seus livros Vidas secas e Memórias do cárcere, levados magistralmente ao cinema, em 1963 e 1984, por Nelson Pereira dos Santos, são autênticas obras-mestras da literatura, não só brasileira senão também mundial.

Outros que também o mereciam: O elenco de escritores brasileiros, como já disse, é excelente. Ao largo dos tempos houve escritores dos que se falou como candidatos para o Nobel de Literatura. Nalgum caso conhece-se o ano da proposta. Eis a listagem de escritores que também mereciam este prémio: Érico Veríssimo (1905-1975), José Lins do Rego (1901-1957), João Cabral de Melo Neto (1920-1999), natural de Pernambuco, Murilo Mendes (1901-1975), Manuel Bandeira (1886-1968), Clarice Lispector (1920-1977), Carlos Heitor Cony, nascido em 1926, Zuenir Ventura, nascido em 1931, Affonso Romano de Sant´Ana, nascido em 1937, o poeta Ferreira Gullar, nascido em 1930, que foi proposto sem sucesso no ano 2002 e João Ubaldo Ribeiro, nascido em 1941, proposto, sem sucesso também, para ser premiado em 2010.

i.-Ariano Suassuna, no 2012?: A Comissão de Relações Exteriores do Senado do Brasil tomou o acordo de propor como candidato para o Prémio Nobel de Literatura do presente ano ao escritor e académico Ariano Suassuna. Que nasceu no dia 16 de junho de 1927 na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba, e conta com 84 anos de idade. As suas obras mais importantes são O Auto da Compadecida, A Pedra do Reino e O homem da vaca e o Poder da Fortuna. O senador Cássio Cunha Lima, responsável pola proposta no Senado, tem dito: “A vida e a obra de Ariano Suassuna, para representar o Brasil no Prémio Nobel, contêm expressão filosófica que transpõe as limitações temporais e de gerações, atingindo todos os públicos e transportando-se pelos mais diversos e modernos meios de comunicação”. Levaríamos uma grande alegria se em outubro aparecesse Ariano como o premiado do presente ano. Por vários motivos: por terminar com a maldição tantas vezes citada neste artigo, e pola promoção do idioma que tanto amamos, que é a minha língua materna.

Fala-se também da candidatura do Paulo Coelho, muito traduzido e com livros seus nas livrarias de aeroportos de muitos países, mesmo asiáticos. No Brasil não conta com muitas simpatias, mas poderia ser, polo interesse das suas editoras no mundo. Outro que também soa algo é Leonardo Boff, natural de Concórdia, de 73 anos de idade e representante da teologia da libertação.

http://www.pglingua.org/opiniom/5148-a-maldicao-do-brasil-com-o-nobel

(*) Didata e Pedagogo Tagoreano

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