quarta-feira, 5 de setembro de 2012

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Grupo Macau Rai Timor quer criar associações culturais nos dois territórios

01 de Setembro de 2012, 17:24

Macau, China, 01 set (Lusa) - O Grupo Macau Rai Timor quer criar a Casa de Macau em Timor e a Casa de Timor em Macau, disse hoje à agência Lusa o padre Domingos Soares, presidente daquela associação de solidariedade.

Em declarações à margem de uma conferência em Macau sobre o poeta e cientista Ruy Cinatti, com obra desenvolvida em Portugal e Timor-Leste, Domingos Soares explicou a ideia da instalação das duas 'casas' em Macau e Díli é justificada pelas relações históricas entre os dois povos.

A Casa de Macau em Timor e a Casa de Timor em Macau teriam funções de "promoção intercultural para fazer essa ligação e reavivar as relações existentes", que são também fruto de "uma relação entre raças".

"No tempo do colonialismo português foram macaenses para Timor, alguns foram presos, outros foram para a cidade para trabalhar, até para abrir comércio, e casaram-se com timorenses. Temos uma geração que já nasceu com sangue timorense e macaense: os filhos e netos dessa nova ligação que deve ser reavivada", explicou.

Segundo o padre Domingos Soares, apesar de os projetos estarem ainda em fase embrionária, alguns contactos foram já estabelecidos informalmente, nomeadamente com o Governo de Macau há dois anos, aquando da reativação da associação Grupo Macau Rai Timor, fundada em 1996 pelo padre Francisco Fernandes.

"Já tivemos alguns contactos, mas temos de ver melhor as possibilidades de apoio porque é uma associação sem fins lucrativos e nós precisamos do apoio dos associados e dos governos", salientou.

Domingos Soares considerou também que as trocas culturais e comerciais entre os dois territórios têm aumentado, invocando que "todos os anos vão a Macau representantes de Timor para a Festa da Lusofonia, e agora está em Macau um representante do Governo de Timor-Leste para estabelecer contactos de intercâmbio comercial".

"Com o apoio dos dois governos - de Macau e de Timor-Leste - podemos ir além das atividades governamentais e promover iniciativas da sociedade civil e de organizações não-governamentais, de pessoas que têm vontade para fazer alguma coisa por estes dois povos", defendeu.

O presidente do Grupo Macau Rai Timor deu o exemplo que as "Casas" poderiam ter um modelo semelhante ao da Casa de Portugal em Macau e referiu a necessidade de dotar as associações de espaços para a realização de atividades.

FV.

Lusa/Fim

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