Vinte anos depois, a cátedra Jaime Cortesão da USP olha o futuro com confiança
São Paulo - Vinte anos depois e com mais de oitenta bolsas atribuídas, a cátedra de História e Cultura "Jaime Cortesão", na Universidade de São Paulo (USP), batizada com o nome do pensador português, olha para o futuro com otimismo. O aniversário da sua criação e dos dez anos de instalação na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas reuniu pesquisadores, professores e estudantes em debates que se debruçaram sobre várias áreas do conhecimento.
A cátedra está "consolidada" e cresce na única universidade brasileira que tem a disciplina obrigatória de História da Civilização Ibérica, com cerca de 300 vagas anuais, distribuídas por dois semestres, enfatiza a professora titular Vera Ferini, dinamizadora das Jornadas Jaime Cortesão.
Apoiada pelo Instituto Camões, com um verba anual que ronda os 20 mil euros, podendo em algumas situações chegar a 30 mil euros, e apoios institucionais de entidades brasileiras, como o CNPq e o Capes, além da própria USP, a cátedra Jaime Cortesão encerra nesta sexta-feira (14) o evento comemorativo das duas décadas de existência, que reuniu durante três dias, no edifício de História e Geografia, na cidade universitária, professores, pesquisadores, alunos e convidados portugueses.
Temas como "Dimensões do Império Português em África", "Dimensões sócio-políticas da colonização do Brasil", "História e Cultura Medieval" ou ainda "Cultura política em Portugal" foram alguns dos assuntos em debate nas várias mesas-redondas realizadas, depois de, na quarta-feira, a abertura ter sido dedicada a "Jaime Cortesão, percursos", com a participação dos professores Luís Adão da Fonseca, Jorge Couto e José Andrade Arruda.
A par das discussões acadêmicas, o evento ficou também marcado pelo lançamento da "Rede luso-brasileira de estudos medievais".
A importância acadêmica da cátedra, do passado ao presente, e o caminho futuro, foi realçada na cerimônia de abertura em que a presidente do Instituto Camões, Ana Paulo Laborinho, esteve representada pelo cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço, e pelo diretor do Camões no Brasil, João Pignatelli. Presentes também, entre outros convidados, os professores portugueses Joaquim Romero de Magalhães, Luís Adão da Fonseca e Jorge Couto.
O encontro foi ainda oportunidade para "pensar uma nova plataforma para a cátedra daqui por diante" e momento de "reflexão sobre como administrar e manter o padrão de qualidade dentro da universidade", disse ao Portugal Digital a professora Vera Ferini.
Impulsionadora da cátedra e dos estudos sobre as histórias de Portugal e da Espanha na USP, Vera Ferini realçou igualmente a importância das pesquisas realizadas ao longo destes anos, graças aos subsídios do Instituto Camões e apoios de outras entidades, que possibilitam a concessão de bolsas mensais de 700 reais, com duração máxima de dois meses, para pesquisa em Portugal,contribuindo, assim, para a formação acadêmica de uma "elite de jovens mestres e doutores".
Atualmente, nas universidades brasileiras, além da cátedra Jaime Cortesão, na USP, apenas a cátedra de literatura António Vieira, no Rio de Janeiro, desenvolve atividade acadêmica regular, com apoio português.
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