quarta-feira, 5 de setembro de 2012

macau premiado pela unesco

Sala de Leitura da EPM distinguida pela Unesco

SEPTEMBER 5, 2012

Rui Leão e Carlotta Bruni assinaram o projecto vencedor da categoria “Inovação” do Prémio de Conservação da Herança Cultural Ásia-Pacífico da UNESCO. O galardão valoriza o trabalho das comunidades locais e entidades privadas na preservação do património.

Pedro Galinha

O anúncio foi feito no dia 27 de Agosto, mas o email da UNESCO com a informação de que o atelier de Rui Leão e Carlotta Bruni foi o vencedor da categoria “Inovação” do Prémio de Conservação da Herança Cultural Ásia-Pacífico da UNESCO com o projecto da Sala de Leitura da Escola Portuguesa de Macau (EPM) só foi lido uma semana depois. “Mesmo assim, parece que foi ontem”, confessa Leão, entre risos.

Sobre o espaço galardoado, o arquitecto explica que foi “um projecto pequeno” que passou a ter “uma grande ambição” de inserir-se num espaço que já existia. “O edifício tem uma implementação bahausiana, em que há pátios intercalados com auditórios. A encomenda foi feita no sentido de fazer uma sala de leitura respeitando a ideia de um pátio”, disse ao PONTO FINAL Rui Leão.

Luz natural e harmonia com o espaço envolvente foram algumas das preocupações na concepção do projecto, que partiu de um elemento particular: uma palmeira.

“Desenhámos o espaço a partir daí, fazendo com que a luz do exterior entrasse precisamente através da planta”, conta Leão. Depois, “foi realizada uma análise do desenho original do arquitecto Chorão Ramalho [autor do projecto original da Escola Portuguesa]”.

“Estudámos a proporção de ferro e vidro que ele utilizava nas janelas e a organização de outros elementos estruturais. Basicamente, toda a métrica da Sala de Leitura parte da mesma ordem geométrica e compositiva do desenho estabelecido para os espaços comuns do edifício por Chorão Ramalho”, sintetiza o arquitecto.

Segundo Leão, o projecto que partilhou com Carlotta Bruni – e também acompanhado por Joana Seabra – demorou “talvez quatro meses” a ser realizado. “O mais impositivo foi mesmo a construção, feita durante as férias escolares de 2008”, concluiu.

Na hora de destacar um pormenor do espaço, o arquitecto nomeia o aspecto geral da Sala de Leitura: “Fizemos um truque, que foi baixar a laje da cobertura, que faz com que pareça que os miúdos estão no pátio.”

Mais do que arquitectura

“O Prémio Ásia-Pacífico da UNESCO tem uma vertente muito social. Pretende valorizar o trabalho das comunidades locais e das entidades privadas na preservação do património. É mais do que um simples prémio de arquitectura”, explica Rui Leão ao PONTO FINAL, que na altura em que submeteu a candidatura do projecto à UNESCO contou com os “melhores” júris possíveis: “Tínhamos de preparar um relatório de utilizador e por isso pedi ajuda à Escola Portuguesa. O resultado foi a chegada de mais de 60 cartas dos alunos com os seus comentários.”

A reacção à obra “foi excepcional”, resume Leão, que este dado como o grande factor que o levou a submeter a candidatura.

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