terça-feira, 11 de setembro de 2012

IN MEMORIAM ANTERO DE QUENTAL

  • ANTERO DE QUENTAL (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 -- 11 de Setembro de 1891) EVOLUÇÃO Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo, Tronco ou ramo na incógnita floresta... Onda, espumei, quebrando-me na aresta Do granito, antiquíssimo inimigo... Rugi, fera talvez, buscando abrigo Na caverna que ensombra urze e giesta; Ou, monstro primitivo, ergui a testa No limoso paúl, glauco pascigo... Hoje sou homem -- e na sombra enorme Vejo, a meus pés, a escada multiforme, Que desce, em espirais, na imensidade... Interrogo o infinito e às vezes choro... Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro E aspiro unicamente à liberdade.
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