domingo, 4 de dezembro de 2011

Um texto do séc XVI sobre professores




Foi-me enviado este texto sobre os professores. Podemos aplicá-lo a
qualquer funcionário também.
Um abraço

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** Um texto do séc XVI**

/... eles sempre foram cultores da autêntica sabedoria, que só pode
advir de um olhar simples mas profundo/
/      de quanto a própria realidade nos ensina .../

Ora aqui está uma prova de que já ninguém percebe nada de educação.
Não sabem o que os Jesuítas já sabiam nos finais do século XVI.

Vejam o que aconselhava a obra /Ratio atque Institutio Studiorum,
/(1599), uma espécie de _Plano Oficial de Estudos Jesuítas._


"Nada deve ser mais importante nem mais desejável (...) do que preservar
a boa disposição dos professores (...). É nisso que reside o maior
segredo do bom funcionamento das escolas (...)."

"Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom
serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações."

Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: "A
solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e
reconforta-os no trabalho."

"Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência,
não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por
mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a
desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que
não lhes suceda o mesmo."

Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque "a honra eleva
as artes."

"Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores
(...) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa,
se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto
se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões
habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor
possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles
próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e
confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a
união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim
possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores,
se disso houver necessidade."

"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência

Para conservar (...) um bom nível de conhecimento de letras e de
humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o
provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três
indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de
eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão
ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para
se dedicarem imediatamente àquelas matérias - desde que já possuam, nas
restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu
trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie
de viveiro para uma estirpe de bons professores.

II. 20. Manter o entusiasmo dos professores

O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com
diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado
sobrecarregados pelos trabalhos domésticos." (leia-se,hoje,
administrativos  (1))

Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (*1599*)

(1) A expressão entre parêntesis é minha.















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