TIMOR/ELEIÇÕES
É possível confronto de ideias sem violência -- Mário Carrascalão (C/VÍDEO e C/FOTO)
O deputado timorense Mário Carrascalão disse em entrevista à agência Lusa que as eleições legislativas de 07 de julho vão ser uma lição para Timor-Leste porque vão mostrar que é possível haver confronto de ideias sem violência.
"Estas eleições vão ser sobretudo uma lição para Timor e depois também vão convencer os próprios timorenses que é possível fazer eleições em que todas as suas ideias são expostas, confrontadas, mas sem criarem situações de violência, de confrontações físicas ou agressões orais e verbais que levam a situações mais graves", afirmou o antigo vice-primeiro-ministro.
Mário Carrascalão considerou também que o escrutínio vai mostrar que Timor-Leste está numa fase mais avançada do que seria previsto para um país com apenas 10 anos de exercício da democracia.
Nas terceiras legislativas de Timor-Leste participam 21 partidos e coligações, que se encontram em campanha eleitoral até 04 de julho.
Questionado sobre a tendência dos eleitores para 07 de julho, o também vice-presidente do Partido Social-Democrata (PSD, liderado por Zacarias da Costa) disse que o natural é que os que gastaram mais dinheiro venham a ter uma melhor posição nos resultados eleitorais.
"Eu acho que não seria estranho para ninguém se o CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, liderado por Xanana Gusmão) vier a ganhar as eleições", disse, destacando que aquela formação partidária está a gastar muito dinheiro em publicidade.
Para o deputado timorense, uma situação que não deve ser excluída no futuro cenário político é uma aliança entre o CNRT, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin, liderada por Mari Alkatiri) e o Partido Democrático (PD).
"O que eu não consigo vislumbrar é a forma de Mari Alkatiri (líder da Fretilin) vir a ser o vice do Xanana Gusmão, ou o Xanana Gusmão vir a ser o vice de Mari Alkatiri", salientou.
"Eles querem que existam apenas três partidos políticos em Timor e nunca se referem ao PSD", afirmou Mário Carrascalão, considerando que o seu partido vai consolidar a sua posição e terá de ser tido em conta numa possível coligação governamental.
O PSD integra atualmente a coligação governamental Aliança da Maioria Parlamentar (AMP, liderada por Xanana Gusmão). Nas eleições de 2007, o PSD concorreu coligado com a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT, do falecido Xavier do Amaral).
No atual Governo, o PSD tinha Mário Carrascalão como vice-primeiro-ministro, mas que se demitiu por divergências com Xanana Gusmão, e ministros nas pastas dos Negócios Estrangeiros, Economia e Justiça.
MSE.
Lusa/Fim
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