in diálogos lusófonos
A escravatura em Espanha com portugueses
A Longa Tradição Esclavagista em Espanha
No início do século XXI, multiplicaram-se as notícias na comunicação social sobre casos de escravatura em Espanha. Milhares de seres humanos, a quem é negada a liberdade e a dignidade, são forçados a trabalhar para outros. Entre as vítimas desta barbárie contam-se milhares de portugueses.
Os factos não são novos, apenas confirmam uma velha tradição neste país. Recorde-se que a Espanha e Portugal foram durante séculos duas das principais potências negreiras no mundo (consultar). A barbárie cometida de forma sistemática contra povos e culturas não é também nenhuma novidade ( consultar ).
O que constitui algo de novo é o tipo de escravatura que está a ser realizada em Espanha com portugueses: a escravatura de alcoolicos, deficientes físicos e mentais, toxicodependentes e outras pessoas com graves problemas de inserção social.
Estes são aliciados ou raptados em pequenas aldeias no interior do país junto à fronteira, mas também em albergues, centros de acolhimento de sem abrigo e outros locais similares das principais cidades do país. Estas pessoas são depois levadas para Espanha, onde são forçadas a trabalhar em quintas e empresas de todo o tipo.
As principais regiões de Espanha que são beneficiárias desta mão-de-obra escrava situam-se em Navarra no País Basco (Álava, La Rioja, etc). Tratam-se de regiões historicamente ligadas à exploração de escravos. A tradição tem-se mantido nestas regiões ao longos dos séculos.
Nas grandes herdades agrícolas, onde os trabalhos sazonais requerem muita mão-do-obra, é bastante comum recorrerem a redes de angariadores que se dedicam a explorarem e a escravizarem trabalhadores estrangeiros. As situações são tão frequentes que a própria comunicação social espanhola só esporadicamente lhes dá alguma importância.
Em Portugal muitas destas pessoas foram como desaparecidas pelos seus familiares, o seu paradeiro só foi descoberto mais tarde quando foram encontradas ou conseguiram fugir dos escravocratas. Estas praticas de escravatura ter-se-ão incrementado de novo em Espanha a partir de meados dos anos 90, acompanhando o surto económico deste país. A Polícia Espanhola também mantido quase sempre alheada desta barbárie.
Os relatos de alguns escravos que conseguiram fugir de Espanha, testemunham algo que aparentemente seria inconcebível num país que pertence à União Europeia ( consultar ).
Mas a verdade é que estas situações não parecem ser casos isolados, mas tudo indicada que estão inclusive extremamente generalizadas em muitas regiões de Espanha.
1997
Um grupo portugueses e espanhóis de etnia de cigana, ao serviço dos grandes proprietários agrícolas, intensificam o aliciamento de milhares de portugueses que toxicodependentes, alcoolicos, sem-abrigo, prostitutas mas também pessoas com graves perturbações mentais para irem trabalhar para Espanha.
Uma vez chegados ao destinos, retiram-lhes os documentos, metem-nas em barracões com condições infra-humanas e sob ameaça obrigam-nas a trabalhar como escravos. O único pagamento que muitas delas recebem é em doses de droga.
Esta organização não tardou a evoluir para uma estrutura mafiosa, organizada de forma piramidal, beneficiando da cumplicidades dos proprietários rurais e da indiferença das autoridades espanholas.
2000
A comunicação social começa a dar conta do envolvimento de grupos da comunidade cigana portuguesa, a partir de 2000 em raptos e no tráfico de seres humanos.
Um dos primeiros casos conhecidos ocorreu em 2000 em Carrazeda do Alvão, concelho de Vila Pouca de Aguiar (Vila Real). Dois homens de etnia cigana raptam dois gémeos deficientes mentais e lavaram-nos para Espanha. Foram descobertos mais tarde a cerca de 20 quilómetros da fronteira francesa, numa exploração agrícola. Viviam como escravos.
2002
No dia 2 de Junho de 2002, numa aldeia perto de Vila Real, um individuo com problemas de inserção social e grande debilidade mental é levado para a zona de Almodena, Espanha. O raptor de etnia cigana dedicava-se a levar para Espanha individuos com problemas de sociais, onde os forçava sob ameaça a trabalhar como escravos.
.
Em Junho de 2002, dois portugueses de etnia cigana foram detidos pela polícia basca (Ertzaintza), em Villabuena, acusados de manter como escravos três portugueses que trabalhavam na agricultura. Estes não recebiam ordenado sendo frequentemente golpeados com barras de ferro e estavam impedidos de abandonar a zona. Estes escravos portugueses sofriam de graves deficiências mentais.
2004
Em Janeiro de 2004 foi julgado o primeiro caso em tribunais portugueses, de uma rede de ciganos que se dedicava ao rapto e envio de deficientes para Espanha.
2005
No dia 25 de Abril de 2005, a polícia desmantelou uma rede constituída por mais de 3 dezenas de ciganos portugueses e espanhóis que se dedicavam ao tráfico de pessoas, na sua maioria deficientes mentais. Estas eram aliciados com promessas de trabalho em Espanha onde acabavam depois por ser transformados em escravos ao serviço de empresas espanholas (Navarra, mas também em La Rioja, País Basco).(consultar )
2006
No dia 24 de Março de 2006, o jornais portugueses noticiam a prisão de 10 negreiros: 9 eram portugueses (ciganos) e 1 espanhol. Todos tinham residência fixa em Espanha. (Consultar). Estes criminosos foram libertados pouco depois, tendo persistido nas mesmas práticas. Nesta operação foram libertados 43 portugueses, a maioria sofria de vários distúrbios. Em outras operações policiais posteriores foram libertados mais de cem portugueses com idênticas características.
2007
No dia 15 de Março de 2007 a comunicação social noticia que a polícia espanhol descobriu mais 91 trabalhadores (79 portugueses) em regime de escravatura na região de Navarra, onde trabalhavam em explorações agricolas. Foram detidos 17 angariadores, 13 dos quais eram ciganos portugueses.
A maioria destes escravos foram recrutados nas estações de transportes públicos e em albergues de Lisboa e Porto, na sua maioria eram "sem abrigo", alcoolicos, deficientes físicos e mentais e toxicodependentes.
Em Abril de 2007, a polícia espanhola admitia que na zona de La Rioja, a norte de Madrid, existissem cerca de 2 mil portugueses em regime de escravatura. A maioria é oriunda do norte de Portugal e revela graves deficiências físicas e mentais, assim como problemas com drogas.
A 14 de Maio de 2007, um agente da PJ (Norte) afirmou ao Rádio Clube Português que as autoridades tinham identificado em Espanha cerca de 60 individuos sobre os quais recaem fundadas suspeitas de se dedicarem a estas actividades criminosas. Apesar disto nenhum fora preso até esta altura.
2008
A 21 de Abril de 2008 a policia portuguesa e espanhola anunciaram que havia detido 28 membros de uma organização mafiosa que se dedicava ao rapto, sequestros, tráfico de pessoas e de droga, escravatura e lavagem de dinheiro. Esta organização que actuava desde 1998 envolvia mais de cem pessoas, pertencentes a vários clans de etnia cigana de Portugal e Espanha.
Os principais lideres da organização eram originários Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Bragança e da Guarda. Alguns dos cabecilhas presos nesta operação já o tinha sido também em 2005, por idênticos motivos.
Calcula-se que só entre 2002 e 2008 tenham escravizado nas regiões espanholas de la Rioja, Navarra, Alava e Saragoça, mais de 3.000 ( três mil ) portugueses oriundas do norte de Portugal. A região de La Rioja, com cerca de 800 escravos, foi o principal destino destas pessoas. O seu perfil é sempre o mesmo: toxicodependentes, alcoolicos, sem-abrigo, idosos, deficientes e pessoas com graves perturbações mentais.
Muitos destes escravos possuíam inclusive contas onde eram depositadas certas quantias, mas eles nunca chegavam a ver a cor do dinheiro, pois estas mafias é que as movimentavam. Doses de droga eram o pagamento muitos recebiam pelo seu trabalho.
O trabalho era de sol a sol e até à exaustão. Ao fim de uns anos, quando os escravos deixavam de render, eram metidos em carros e abandonados em Portugal.
Uma mulher resgatada pela polícia, estava em cativeiro desde 1997, e era usada como escrava sexual pelos membros desta organização mafiosa e por proprietários de quintas espanholas.
Ao longo dos anos as famílias destas pessoas tem apresentado queixas às autoridades do seu desaparecimento e das suas suspeitas de que estavam a ser explorados, mas estas nada ou quase nada fizeram. Uma vergonha !
A forma brutal como são exploradas as fragilidades destas pessoas, sem o mínimo respeito pela dignidade humana, o que torna particularmente chocante estes casos.
2009
Em 28 de Outubro de 2009, a Polícia Judiciária anuncia a prisão de três individuos de uma familia de etnia cigana, da zona do Fundão, mas residente em Espanha.
Pelo menos desde 2004 que se dedicavam a aliciar trabalhadores portugueses do Fundão e da Covilhã para trabalharem em quintas espanholas, na zona de Valladolid. Uma vez aí chegados eram escravizados, sujeitos a constantes humilhações e agressões físicas, dormindo inclusive acorrentados. A escravatura destes portugueses era feita com o conhecimento dos proprietários das quintas, a polícia e a população local. Um facto que revela a mentalidade que continua a persistir em boa parte da população de Castela e Leão.
2010
A imprensa de Portugal e Espanha continua a relatar casos de portugueses que trabalhavam como escravos em quintas espanholas, às ordens de bandos de criminosos. A 6 de Março de 2010 a Polícia Judiciária (PJ) estima em mais de três dezenas as pessoas que, todos os anos, são vítimas de sequestro e traficadas de Portugal para Espanha, onde depois são escravizadas em instalações agrícolas.
10 de Dezembro de 2010, a Polícia Judiciária informa que identificou um proprietário agrícola da Covilhã, e etnia cigana, que terá escravizado pelo menos 12 indivíduos de nacionalidade portuguesa em explorações rurais em Espanha. Os casos passaram-se em 2008 e 2009 e o suspeito contou com a ajuda de familiares de etnia cigana para transportar as vítimas. Nas quintas espanholas, eram confinados a condições humanamente degradantes, «trabalhando de sol a sol, sem receberem as quantias inicialmente prometidas». Os trabalhadores que pretendessem regressar a Portugal «eram ameaçados e agredidos».
2011
A polícia portuguesa continua impotente para desmantelar a rede de trafico de escravos que envolve empresários agrícolas espanhóis e famílias ciganas portuguesas.
A 11 de Janeiro de 2011, a Polícia Judiciária (PJ) da Guarda anunciou a detenção de um indivíduo de etnia cigana suspeito e a identificação de outros quatro por crimes de escravidão e de tráfico de pessoas. As vítimas, sete homens sem-abrigo, com idades entre os 20 e os 40 anos, tendo sido recrutados em Aveiro e Coimbra.
O grupo criminoso operava a partir do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. As vítimas eram levadas sob coacção para Espanha, onde trabalhavam como escravos na agricultura. Os sete homens viviam "em barracas sem condições", por sistema "eram agredidos" e "nenhum tinha documentos". Eram obrigadas também a entregarem o subsídio do Estado português atribuído a pessoas carenciadas.
2 de Maio de 2011. O tribunal da Covilhã condenou uma família de individuos de etnia cigana, por terem escravizado vários portugueses em Espanha. Um dos membros desta família cumpre uma pena em Valhadolid (Espanha) por vários crimes.
7 de Junho de 2011. Uma família cigana (5 homens e 2 mulheres) foi julgada em Coimbra. Desde 2007 andou a recrutar alcoólicos e indigentes em aldeias dos concelhos de Tábua, Oliveira do Hospital, Seia, Nelas e Mangualde, para os levar para quintas espanholas na região de Salamanca, Valladolid e Burgos, onde trabalhavam como escravos. Foram identificados 20 escravos.
Cumplicidades da Polícia espanhola com Empresários Negreiros
- Estes factos revelam a existência de uma vasta rede de angariação e exploração de escravos em Espanha, cuja manutenção só sé possível com o silêncio cumplicidade das autoridades espanholas.
- Os empresários espanhóis, com particular destaque para os de Navarra, La Rioja, Andaluzia e País Basco (Eukadia), apoiados numa rede constituída maioritariamente por individuos de etnia cigana, parecem ter-se especializado em explorar seres humanos indefesos, como toxicodependentes, deficientes físicos e mentais. Uma infâmia !
http://imigrantes.no.sapo.pt/page6.EmigPortEsc02.html
A Longa Tradição Esclavagista em Espanha
No início do século XXI, multiplicaram-se as notícias na comunicação social sobre casos de escravatura em Espanha. Milhares de seres humanos, a quem é negada a liberdade e a dignidade, são forçados a trabalhar para outros. Entre as vítimas desta barbárie contam-se milhares de portugueses.
Os factos não são novos, apenas confirmam uma velha tradição neste país. Recorde-se que a Espanha e Portugal foram durante séculos duas das principais potências negreiras no mundo (consultar). A barbárie cometida de forma sistemática contra povos e culturas não é também nenhuma novidade ( consultar ).
O que constitui algo de novo é o tipo de escravatura que está a ser realizada em Espanha com portugueses: a escravatura de alcoolicos, deficientes físicos e mentais, toxicodependentes e outras pessoas com graves problemas de inserção social.
Estes são aliciados ou raptados em pequenas aldeias no interior do país junto à fronteira, mas também em albergues, centros de acolhimento de sem abrigo e outros locais similares das principais cidades do país. Estas pessoas são depois levadas para Espanha, onde são forçadas a trabalhar em quintas e empresas de todo o tipo.
As principais regiões de Espanha que são beneficiárias desta mão-de-obra escrava situam-se em Navarra no País Basco (Álava, La Rioja, etc). Tratam-se de regiões historicamente ligadas à exploração de escravos. A tradição tem-se mantido nestas regiões ao longos dos séculos.
Nas grandes herdades agrícolas, onde os trabalhos sazonais requerem muita mão-do-obra, é bastante comum recorrerem a redes de angariadores que se dedicam a explorarem e a escravizarem trabalhadores estrangeiros. As situações são tão frequentes que a própria comunicação social espanhola só esporadicamente lhes dá alguma importância.
Em Portugal muitas destas pessoas foram como desaparecidas pelos seus familiares, o seu paradeiro só foi descoberto mais tarde quando foram encontradas ou conseguiram fugir dos escravocratas. Estas praticas de escravatura ter-se-ão incrementado de novo em Espanha a partir de meados dos anos 90, acompanhando o surto económico deste país. A Polícia Espanhola também mantido quase sempre alheada desta barbárie.
Os relatos de alguns escravos que conseguiram fugir de Espanha, testemunham algo que aparentemente seria inconcebível num país que pertence à União Europeia ( consultar ).
Mas a verdade é que estas situações não parecem ser casos isolados, mas tudo indicada que estão inclusive extremamente generalizadas em muitas regiões de Espanha.
1997
Um grupo portugueses e espanhóis de etnia de cigana, ao serviço dos grandes proprietários agrícolas, intensificam o aliciamento de milhares de portugueses que toxicodependentes, alcoolicos, sem-abrigo, prostitutas mas também pessoas com graves perturbações mentais para irem trabalhar para Espanha.
Uma vez chegados ao destinos, retiram-lhes os documentos, metem-nas em barracões com condições infra-humanas e sob ameaça obrigam-nas a trabalhar como escravos. O único pagamento que muitas delas recebem é em doses de droga.
Esta organização não tardou a evoluir para uma estrutura mafiosa, organizada de forma piramidal, beneficiando da cumplicidades dos proprietários rurais e da indiferença das autoridades espanholas.
2000
A comunicação social começa a dar conta do envolvimento de grupos da comunidade cigana portuguesa, a partir de 2000 em raptos e no tráfico de seres humanos.
Um dos primeiros casos conhecidos ocorreu em 2000 em Carrazeda do Alvão, concelho de Vila Pouca de Aguiar (Vila Real). Dois homens de etnia cigana raptam dois gémeos deficientes mentais e lavaram-nos para Espanha. Foram descobertos mais tarde a cerca de 20 quilómetros da fronteira francesa, numa exploração agrícola. Viviam como escravos.
2002
No dia 2 de Junho de 2002, numa aldeia perto de Vila Real, um individuo com problemas de inserção social e grande debilidade mental é levado para a zona de Almodena, Espanha. O raptor de etnia cigana dedicava-se a levar para Espanha individuos com problemas de sociais, onde os forçava sob ameaça a trabalhar como escravos.
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Em Junho de 2002, dois portugueses de etnia cigana foram detidos pela polícia basca (Ertzaintza), em Villabuena, acusados de manter como escravos três portugueses que trabalhavam na agricultura. Estes não recebiam ordenado sendo frequentemente golpeados com barras de ferro e estavam impedidos de abandonar a zona. Estes escravos portugueses sofriam de graves deficiências mentais.
2004
Em Janeiro de 2004 foi julgado o primeiro caso em tribunais portugueses, de uma rede de ciganos que se dedicava ao rapto e envio de deficientes para Espanha.
2005
No dia 25 de Abril de 2005, a polícia desmantelou uma rede constituída por mais de 3 dezenas de ciganos portugueses e espanhóis que se dedicavam ao tráfico de pessoas, na sua maioria deficientes mentais. Estas eram aliciados com promessas de trabalho em Espanha onde acabavam depois por ser transformados em escravos ao serviço de empresas espanholas (Navarra, mas também em La Rioja, País Basco).(consultar )
2006
No dia 24 de Março de 2006, o jornais portugueses noticiam a prisão de 10 negreiros: 9 eram portugueses (ciganos) e 1 espanhol. Todos tinham residência fixa em Espanha. (Consultar). Estes criminosos foram libertados pouco depois, tendo persistido nas mesmas práticas. Nesta operação foram libertados 43 portugueses, a maioria sofria de vários distúrbios. Em outras operações policiais posteriores foram libertados mais de cem portugueses com idênticas características.
2007
No dia 15 de Março de 2007 a comunicação social noticia que a polícia espanhol descobriu mais 91 trabalhadores (79 portugueses) em regime de escravatura na região de Navarra, onde trabalhavam em explorações agricolas. Foram detidos 17 angariadores, 13 dos quais eram ciganos portugueses.
A maioria destes escravos foram recrutados nas estações de transportes públicos e em albergues de Lisboa e Porto, na sua maioria eram "sem abrigo", alcoolicos, deficientes físicos e mentais e toxicodependentes.
Em Abril de 2007, a polícia espanhola admitia que na zona de La Rioja, a norte de Madrid, existissem cerca de 2 mil portugueses em regime de escravatura. A maioria é oriunda do norte de Portugal e revela graves deficiências físicas e mentais, assim como problemas com drogas.
A 14 de Maio de 2007, um agente da PJ (Norte) afirmou ao Rádio Clube Português que as autoridades tinham identificado em Espanha cerca de 60 individuos sobre os quais recaem fundadas suspeitas de se dedicarem a estas actividades criminosas. Apesar disto nenhum fora preso até esta altura.
2008
A 21 de Abril de 2008 a policia portuguesa e espanhola anunciaram que havia detido 28 membros de uma organização mafiosa que se dedicava ao rapto, sequestros, tráfico de pessoas e de droga, escravatura e lavagem de dinheiro. Esta organização que actuava desde 1998 envolvia mais de cem pessoas, pertencentes a vários clans de etnia cigana de Portugal e Espanha.
Os principais lideres da organização eram originários Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Bragança e da Guarda. Alguns dos cabecilhas presos nesta operação já o tinha sido também em 2005, por idênticos motivos.
Calcula-se que só entre 2002 e 2008 tenham escravizado nas regiões espanholas de la Rioja, Navarra, Alava e Saragoça, mais de 3.000 ( três mil ) portugueses oriundas do norte de Portugal. A região de La Rioja, com cerca de 800 escravos, foi o principal destino destas pessoas. O seu perfil é sempre o mesmo: toxicodependentes, alcoolicos, sem-abrigo, idosos, deficientes e pessoas com graves perturbações mentais.
Muitos destes escravos possuíam inclusive contas onde eram depositadas certas quantias, mas eles nunca chegavam a ver a cor do dinheiro, pois estas mafias é que as movimentavam. Doses de droga eram o pagamento muitos recebiam pelo seu trabalho.
O trabalho era de sol a sol e até à exaustão. Ao fim de uns anos, quando os escravos deixavam de render, eram metidos em carros e abandonados em Portugal.
Uma mulher resgatada pela polícia, estava em cativeiro desde 1997, e era usada como escrava sexual pelos membros desta organização mafiosa e por proprietários de quintas espanholas.
Ao longo dos anos as famílias destas pessoas tem apresentado queixas às autoridades do seu desaparecimento e das suas suspeitas de que estavam a ser explorados, mas estas nada ou quase nada fizeram. Uma vergonha !
A forma brutal como são exploradas as fragilidades destas pessoas, sem o mínimo respeito pela dignidade humana, o que torna particularmente chocante estes casos.
2009
Em 28 de Outubro de 2009, a Polícia Judiciária anuncia a prisão de três individuos de uma familia de etnia cigana, da zona do Fundão, mas residente em Espanha.
Pelo menos desde 2004 que se dedicavam a aliciar trabalhadores portugueses do Fundão e da Covilhã para trabalharem em quintas espanholas, na zona de Valladolid. Uma vez aí chegados eram escravizados, sujeitos a constantes humilhações e agressões físicas, dormindo inclusive acorrentados. A escravatura destes portugueses era feita com o conhecimento dos proprietários das quintas, a polícia e a população local. Um facto que revela a mentalidade que continua a persistir em boa parte da população de Castela e Leão.
2010
A imprensa de Portugal e Espanha continua a relatar casos de portugueses que trabalhavam como escravos em quintas espanholas, às ordens de bandos de criminosos. A 6 de Março de 2010 a Polícia Judiciária (PJ) estima em mais de três dezenas as pessoas que, todos os anos, são vítimas de sequestro e traficadas de Portugal para Espanha, onde depois são escravizadas em instalações agrícolas.
10 de Dezembro de 2010, a Polícia Judiciária informa que identificou um proprietário agrícola da Covilhã, e etnia cigana, que terá escravizado pelo menos 12 indivíduos de nacionalidade portuguesa em explorações rurais em Espanha. Os casos passaram-se em 2008 e 2009 e o suspeito contou com a ajuda de familiares de etnia cigana para transportar as vítimas. Nas quintas espanholas, eram confinados a condições humanamente degradantes, «trabalhando de sol a sol, sem receberem as quantias inicialmente prometidas». Os trabalhadores que pretendessem regressar a Portugal «eram ameaçados e agredidos».
2011
A polícia portuguesa continua impotente para desmantelar a rede de trafico de escravos que envolve empresários agrícolas espanhóis e famílias ciganas portuguesas.
A 11 de Janeiro de 2011, a Polícia Judiciária (PJ) da Guarda anunciou a detenção de um indivíduo de etnia cigana suspeito e a identificação de outros quatro por crimes de escravidão e de tráfico de pessoas. As vítimas, sete homens sem-abrigo, com idades entre os 20 e os 40 anos, tendo sido recrutados em Aveiro e Coimbra.
O grupo criminoso operava a partir do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. As vítimas eram levadas sob coacção para Espanha, onde trabalhavam como escravos na agricultura. Os sete homens viviam "em barracas sem condições", por sistema "eram agredidos" e "nenhum tinha documentos". Eram obrigadas também a entregarem o subsídio do Estado português atribuído a pessoas carenciadas.
2 de Maio de 2011. O tribunal da Covilhã condenou uma família de individuos de etnia cigana, por terem escravizado vários portugueses em Espanha. Um dos membros desta família cumpre uma pena em Valhadolid (Espanha) por vários crimes.
7 de Junho de 2011. Uma família cigana (5 homens e 2 mulheres) foi julgada em Coimbra. Desde 2007 andou a recrutar alcoólicos e indigentes em aldeias dos concelhos de Tábua, Oliveira do Hospital, Seia, Nelas e Mangualde, para os levar para quintas espanholas na região de Salamanca, Valladolid e Burgos, onde trabalhavam como escravos. Foram identificados 20 escravos.
Cumplicidades da Polícia espanhola com Empresários Negreiros
- Estes factos revelam a existência de uma vasta rede de angariação e exploração de escravos em Espanha, cuja manutenção só sé possível com o silêncio cumplicidade das autoridades espanholas.
- Os empresários espanhóis, com particular destaque para os de Navarra, La Rioja, Andaluzia e País Basco (Eukadia), apoiados numa rede constituída maioritariamente por individuos de etnia cigana, parecem ter-se especializado em explorar seres humanos indefesos, como toxicodependentes, deficientes físicos e mentais. Uma infâmia !
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