IN DIALOGOS LUSOFONOS
Amigos,
Todos nós julgamos que tudo o que foi comentado, língua, sotaque, costumes, hábitos, cultura, fenótipo, história,.. são fatores que em conjunto proporcionam a identificação ou naturalidade de uma pessoa.
Mas pegando o "bonde andando", no caso do Vilson, é interessante notar que o sotaque por si só, como qualquer fator isolado , não é suficiente para dar um diagnóstico exato de onde se é.
Sabe-se que o fator sotaque sofre influencias várias. Idade em que a criança aprende a verbalizar (1 até 7anos) , as línguas e sotaques que lhe são propiciadas a exercitar, o ambiente sócio-cultural em que se desenvolve, a saúde do aparelho fonador, o perfil emocional e neurológico da criança, ..,tudo isso vai lhe determinar o tipo de fala. Provavelmente o Vilson aprendeu em São Paulo as primeiras palavras, cursou as primeiras letras. Mesmo que em casa houvesse quem tivesse outros sotaques, a escola e convívio social local determinaram o sotaque dominante. Mas há também casos em que o "individuo tem "ouvido", isto é, facilidade nata de perceber e aprender os sons "musicais" de outras línguas. Se essa capacidade for trabalhada na infância, quando as articulações têmporo-mandibulares ainda não estão "configuradas" para um tipo articular específico, que o uso dá, o sotaque é praticamente idêntico ao do povo que fala a língua aprendida.
Exemplo:
Aprendi a falar e a construir frases na minha terra natal (Faial), onde vivi meus primeiros 8 anos de existência. No Brasil, no inicio era portuguesinha. Depois de 23 anos de Rio de Janeiro, perguntavam-me se eu era do Sul do país, no Sul ficavam em dúvida de onde eu era. Formada, depois de dois anos de residência, diuturnamente convivendo com colegas do nordeste, meu marido reclamava do meu sotaque nordestino. Fui morar em Minas e depois de 34 anos , lá, perguntam -me se sou carioca, no Rio. se sou mineira. Em Portugal chamam-me de brasileira.!
Cumprimentos
Eduarda FAGUNDES
UBERABA
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