Galeguismo influente
XOSÉ CARLOS MORELL 25 DE XULLO DE 2012 3
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Qual é o caminho para que o galeguismo deixe de ser insignificante no sentido de não influente na agenda social e económica do País?
A mesma pergunta também poderia ser mais fácil de responder: por quê Galiza carece de uma burguesia identificada com a realidade galega? A resposta é: porque a burguesia galega formou-se a partir de um sistema económico exógeno, portanto a população que veio às nossas cidades o fez renunciando ao seu passado e valores, que identificava com atraso e pobreza. Este fenómeno ainda não deixou de dar-se neste tempo, por muito que a autonomia procurasse dignificar a cultura galega como parte do chamado “sector público”. Isto também pude ser, por certo, causa de desapego e inclusive ressentimento.
Uma vez que não foi quem de conectar com a centralidade ou mainstream da sociedade galega, ou seja, o que representa os valores da burguesia, o galeguismo ficou confinado no sentir colectivo nos outros segmentos sociais: o mundo agrário e o proletariado consciente, além do já citado “sector público”.
Desde o pensamento socialista nasceu o sonho de que se a expressão do proletariado urbano consciente ocupasse as instituições políticas do Estado, a situação poderia ser revertida.
O sonho não teve oportunidade de se converter em realidade, pois o contexto mundial não o favoreceu (queda do muro de Berlim primeiro e da social democracia depois) e talvez porque estando dentro dum sistema económico exógeno, os interesses e aspirações das camadas proletárias não podia ser outro que dentro desse sistema e o aparelho estatal que o mantém.
Voltando à pergunta inicial, a novidade é que o sistema económico actual e o Estado que o faz viável se encontra em queda livre. As promessas de bem-estar, proteção e justiça distributiva não foram cumpridas. Ao contrário: como integrantes do sistema e o Estado, as classes meias e populares deveremos financiar o seu colapso retrocedendo em bem-estar e serviços várias décadas, o que produzirá um empobrecimento substancial e o porvir nada satisfatório de que os nossos filhos vão viver pior que nós, o qual falha também na promessa do eterno progresso.
Portanto, ser influente agora não é o mesmo que quando se procurava sê-lo dez ou vinte anos atras. Para ser influente agora haverá que dar respostas novas às novas perguntas. Uma: como os cidadãos recuperamos a soberania que lhe entregamos ao Estado toda vez que este não cumpriu a sua parte do contrato feudal. Duas: como Galiza pode recuperar os seus principais activos, (o meio rural e o seu idioma histórico e internacional) que abandonou a cambio de promessas não cumpridas de bem estar e «normalização». Se o galeguismo consegue dar uma resposta a isto poderá estabelecer as bases de uma autentica democracia e por tanto ser influente.
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PUBLICADO EN » SINATURAS, Xosé Carlos Morell
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