"PGL: Otero Pedrayo não é um autor fácil. Foi complexo entrar na língua do autor?
OW: Olha, não é muito mais difícil do que ler, por exemplo, o brasileiro Guimarães Rosa. Com a ajuda de dicionários, sobretudo o dicionário eletrônico Estraviz, consegui penetrar na áspera e bela língua de Pedrayo."
"estou pensando num projeto de pós-doutorado sobre a inserção do reintegracionismo no sistema literário e cultural galego."
"O Brasil é um país de passado recente e obscuro, com histórias de espoliações e opressões, mas com lindas promessas de futuro. A Galiza é um país de passado profundo, cheio de enredos e glórias, mas com um presente obscuro e um futuro incerto. Precisamos unir este passado fecundo a um futuro de esperanças. E para isto nós temos o veículo: falamos a mesma língua, língua esta que veio a ser conhecida mundialmente como portuguesa. Aliás, outra coisa que podemos aprender com as galegas e os galegos é a relevância da língua. Falamos com tanta naturalidade o português que esquecemos sua força e sua importância. A luta de galegas e galegos para preservar a sua língua é um sinal para que atentemos para a singularidade e preciosidade desse patrimônio comum."
"Precisamos nos conhecer mais, lermos conjuntamente Castro Alves e Rosalia de Castro, Cabanillas e Euclides da Cunha, Drummond e Álvaro Cunqueiro. Todo brasileiro que conhece a Galiza fica fascinado. E creio que a recíproca é verdadeira. Devemos aproveitar nossas afinidades – sobretudo a linguística – para estreitar nossos laços. Só temos a ganhar com isso. Apesar da crise, sou otimista. As crises sempre geraram novas oportunidades."
Sem comentários:
Enviar um comentário