terça-feira, 12 de junho de 2012

escolas "satisfaz"


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Os governos tendem a focar os seus recursos nas escolas consideradas "insatisfazes" e os pais, regra geral, consideram que uma "escola satisfaz" é uma escola inclusiva e agregadora de todo o tipo de alunos, pelo que não questionam os seus resultados. O estudo que trazemos hoje, "(Un)satisfactory Schools" veio concluir que em Inglaterra as "escolas satisfaz" escondem um elevado número de alunos que silenciosamente e imperceptivelmente estão a ser deixados para trás.  De facto, estudos empíricos evidenciaram que na maioria dos casos, os avaliadores externos das escolas tendem a  ser condescendentes na sua avaliação quando as escolas são frequentadas por populações mais desfavorecidas. Noutras circunstâncias, as "escolas satisfaz" conseguem-no à custa do desequilíbrio de resultados entre os seus  alunos, acabando por camuflar populações escolares que necessitam apoio, algumas vezes excluídas pela própria escola. Os autores do estudo aconselham assim que as "escolas satisfaz" de Inglaterra passem a ser denominadas "(In)satisfazes" e que sejam rigorosamente monitorizadas e incentivadas para que as lideranças escolares sejam capazes de promover estratégias de aprendizagem com os professores e para todos os seus alunos, tornando-as verdadeiramente inclusivas e um trampolim para a mobilidade social, num caminho de convicta excelência.

Na semana em que a União Europeia anuncia que Portugal está longe de cumprir a meta de 10% de abandono escolar precoce para 2020, fica aqui reforçada a nota de que dos resultados absolutos das escolas, nomeadamente as notas de exames e as notas internas, são pouco expressivos e facilmente nos iludem quanto aos alunos que estão a ficar para trás, aos que estão a ser excluídos  e aos resultados que não são trabalho da escola.  Num sistema de qualidade, o paradigma de aferição e medição do sucesso é dado pela relação entre o percentil e a aprendizagem do aluno ou por aquilo que a escola ou o professor acrescenta (a medição pelo valor acrescentado).  A escola deve conseguir chegar ao potencial dos seus alunos, conjugando qualidade a equidade.

Sabe que em Portugal é possível medir a qualidade das aprendizagens de acordo com o potencial e o valor acrescentado se forem divulgados os dados necessários para o efeito?

Se quiser conhecer algumas das instituições que estariam habilitadas para o fazer e conhecer um pouco mais sobre avaliação da qualidade, reveja a nossa conferencia: Como medir o valor acrescentado de escolas e professores? e Como ter na sala de aula os melhores professores?

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