Nós e a Canalha!
Já fomos, por eles, apelidados de PIGS, forma insultuosa, racista, ilegal por isso, mas sobretudo absolutamente imoral, de ver a economia “a mexer” em um país!
Pressionados, envergonhados por termos sido apanhados em falta, (na verdade temos mesmo vergonha na cara e somos mesmo “gente séria”!), até engolimos o termo PIGS e, como não somos gregos, numa percentagem eleitoral elevada, assumimos que havia que pagar a divida, e lá fomos para o memorando da troika.
Mas sabíamos, pelo menos alguns de nós sabiam, que não havia nada de mal na razão do nosso endividamento!
Tinha havido somente um forte esforço no sentido de nos adequarmos ao status dessa CEE/União Europeia que nos era apresentada como a nova “Ilha dos Amores”!
E fomos de facto empurrados para o elevado dispêndio em infra estruturas, e nunca incentivados a investir sim na educação e na qualificação das pessoas!
Ora, na realidade, a implantação de infra estruturas, se essenciais para a economia, não acrescentam valor aos bens e serviços que a economia portuguesa gera, pelo que o que sucedeu foi o fragilizar ainda mais a economia interna, dada a maior facilidade em receber os bens e serviços que das estranjas por cá chegam, ( das estranjas alemãs por exemplo).
( Sem sombra de duvidas que existiram minorias que beneficiaram imoralmente, que se deixaram adormecer com as benesses europeias, que, até, se vingaram do 25 de Abril e da Democracia, despachando, para o absentismo e os jipes topo de gama, terras agricultáveis ou florestáveis, fábricas de baixa produtividade e ou competitividade herdadas do fascismo e da guerra colonial, ( é bem fácil enriquecer a vender fardas e enlatados “para a tropa”...), ou encerrando as micro mercearias de bairro em troca destes “centros de negócio ilegal” que são os grandes canais de distribuição).
Mas a generalidade das Pessoas, dos Consumidores, comportaram-se com elevada qualidade, por muito que a troika esconda tal, e bastava olhar para o endividamento das Famílias, elevado mas apesar de tudo, na média global, baixo, que havia antes do Memorando, para o perceber.
Como basta conhecer a economia deste país para entender que, em geral, o endividamento das Empresas, tem uma óbvia razão – se não existe Poupança, então para que haja Investimento, só pode haver Endividamento!
E, na realidade, a situação nem era grave, também aqui!
Para a troika somos, eles querem que sejamos, para que nos sintamos Humilhados –a Canalha do Sul!
E, mais uma vez, recordo um dos Pais da Democracia Portuguesa, Mário Soares, um dos pouco a insurgir-se contra este discurso da troika, que sejam mal educados na terra deles, e acrescento hoje, Porra que já chega, (termo pouco de economista eu sei!)!
Agora estes da troika surgem com a sua já evidente incompetência, com mais uma solução – baixem-se os salários, mais uma vez a única solução que são capazes de apresentar burros que são, anulando a negociação coletiva de trabalho, e inventando a negociação por via das Comissões de Trabalhadores de Empresa que, ( está na cara!), quando se portarem mal, deixarão de ter representatividade!
Vou-vos relatar então uma solução alternativa que conheço,
Uma organização portuguesa, que vive a Crise como todas as outras, sentou à mesma mesa todos os seus trabalhadores e apresentou as Contas da Casa – teremos resultados negativos neste ano, disseram os responsáveis, e haverá dificuldade em cumprir nos prazos adequados o pagamento das remunerações, se nada mudar.
Disseram mais – há que pôr toda a imaginação da Casa em funcionamento, para encontrar soluções de redução de Custos, essencial face à Crise, mas, sobretudo, para manter os Clientes motivados, fundamental face à Crise também mas já centrado no Futuro!
E surgiram n sugestões, entre elas a de continuar o brainstorming gerado, para que novas Ideias apareçam.
Está a acontecer na EPAR, mas está a acontecer, eu sei-o bem, na generalidade das Organizações portuguesas que buscam para além da sobrevivência, a Continuidade!
O que ainda não se vê, na verdade, é a Banca a perceber quem são os seus Clientes e a procurar ver como motivá-los, para além desta propaganda bacoca que alimentam as fundações Figo e equivalentes, ( contra as quais nada tenho diga-se), ou os Festivais musicais (contra os quais também nada tenho diga-se), mas que não alimentam a Criação de Valor, pela sustentabilidade das Organizações, e, por isso, do Emprego, do Consumo, e, claro, do reforço da atividade económica!
Canalha Nós?
Convictamente não!
Canalhas eles, isso sim!
E, ainda por cima, canalhas bem pagos por nós , imerecidamente bem pagos, ( e que ao que parece, em algumas das situações pelo menos nem impostos pagam a ninguém...), pois, chegou o tempo de lhes dizer,
e se prestassem contas, vocês também ?
Porque, na verdade, há que recordar o papel das ditas Agências de Notação no acelerar da crise, com a pressão que originam sobre esse fantasma, “os mercados”, sobre essa economia de casino/monopólio que está a mostrar-se ser definitivamente globalmente insustentável!
Elas deveriam ter sido apontadas a dedo, fortemente penalizadas pelos Estados Democráticos, e os silêncios que sobre elas se geraram, as campanhas feitas contra os que contra elas se bateram, também merecem esta nota de critica!
Porque, eu e uns tantos, como alguns se lembrarão, lançámos em 2009 uma Campanha/Petição pela Regulamentação das Agencias de Notação, duramente criticada à Direita e à Esquerda.
Enfim, os erros de liderança pagam-se, e estamos todos a pagar, a falta de demonstração da rejeição desta economia de Casino/monopólio.
Mas, na altura, o importante era derrubar o governo e o resultado está à vista – a troika não pára de asneirar e de insultar!
O mal e a caramunha, gostem ou não à Direita ou à Esquerda, vem do Exterior pelo que a Solução é lá que tem de ser encontrada coma critica cerrada ao Xenofobismo, à economia de casino/monopólio, e a defesa incessante da Democracia económica, social, e politica, enquanto que internamente a solução é a governação de Unidade e de Consenso Nacional!
Gostem ou não, não temos outra solução!
E se assim é, há que entender que quem simboliza o mal e o erro, na economia, é a elite alemã que teima em, manter a Merkell no poder, mesmo sabendo-se que ela já nem os alemães representa, pelo que a Solução passa por uma Manifestação à porta da Embaixada da Alemanha, contra a senhora Merkell, exigindo a sua demissão.
Porque, caída ela, cairá este bando de incompetentes e burros que são “ a troika”!
Joffre Justino
(Director Pedagógico)
E-mail : jjustino@epar.pt
Blog pessoal: coisasdehoje.blogs.sapo.pt/
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