quarta-feira, 6 de junho de 2012

uma visão da história da bandeira de Portugal

História  da Bandeira de Portugal

Por Manuel Luciano da Silva, Médico 
Infelizmente muitos portugueses não sabem ler a Bandeira de Portugal. Não sabem o significado das suas cores e muito menos o simbolismo  dos seus desenhos ou ícones.
É uma pena  porque a Bandeira de Portugal é o hino nacional português em colorido. De quem é a culpa?  Certamente  do Ministério da Educação  Nacional e dos professores da instrução elementar.
A história da bandeira  portuguesa é a mesma do escudo nacional português.  A bandeira portuguesa descreve-nos, de forma clara e condensada, toda a história do país.

Primeira bandeiraQuando Portugal se tornou independente em 1139, o primeiro rei, D. Afonso Henriques, adoptou como bandeira uma simples cruz em campo branco.

Primeira Bandeira A mais importante modificação da bandeira portuguesa que se lhe seguiu, ocorreu depois da surpreendente victória do rei D. Afonso Henriques sobre os cinco reis mouros na batalha de Ourique. Para comemorar esta relevante vitória, o monarca português decidiu dividir a cruz azul original em cinco escudetes, cada um representando um rei mouro vencido.  Dentro de cada escudete foram colocados cinco bezantes representativos das cinco chagas de Cristo.
Segunda Bandeira  
A bandeira portuguesa é também chamada a Bandeira das Quinas, Se contarmos todos os bezantes no sentido vertical  e horizontal (contando o do centro duas vezes)  encontramos o total e trinta bezantes (ou moedas), que representam os trinta dinheiros em prata com que Cristo foi vendido.
Bandeira das Quinas 
O grande poeta português Luís de Camões descreve a bandeira do seguinte modo:
Canto -- Estância LIII
 Aqui pinta no branco escuro ufano,
Que agora esta vitória certifica,
Cinco escudos azuis esclarecidos,
Em sinal destes cinco reis vencidos. 
 
Canto III – Estância LIV
E nestes cinco escudos pinta os trinta
dinheiros, por que Deus fora vendido,
Escrevendo a memória em vária tinta

D’aquele de quem foi favorecido:
Em cada um dos cinco, cinco pinta,
Porque assi fica o número cumprido,
Contando duas vezes o do meio
Dos cinco azuis, que em cruz pintando veio. 
 

As Armas Portuguesas  na Bandeira

As armas portuguesas, chamadas escudo nacional, evoluíram do escudo propriamente dito, que com a espada e a lança constituiam a armadora do cavaleiro. Consequentemente, o escudo nacional acompanhou sempre as modificações do formato dos escudos.
Terceira Bandeira
A configuração originária do escudo terminava em bico e era portanto a forma em V e foi a do primeiro escudo português. Mais tarde, o escudo em V começou a ser usado simultaneamente com o escudo em forma de U (base redonda).
Também se pode encontrar uma versão simplificada das armas portuguesas: um escudo em V, com outro concêntrico e um bezante dentro.

Introdução dos castelos

Em 1249, o rei Afonso III conquistou o Algarve aos Mouros, fixando definitiamten as fronteiras de Portugal continental, hoje conhecidas. Para comemorar essa conquista,  o  rei acrescentou  à bandeira nacional nove castelos, dispostos em forma de U e representativos do mesmo número de fortalezas tomadas aos Mouros. 
Foi durante o reinado de D. João I que o escudo português em forma de U começou a ser usado com mais frequência do que o escudo  em forma de V.  Embora este continuasse a usar-se simultaneamente. Mais tarde, o rei D. João II reduziu o número de castelos a sete, número ainda hoje encontrado na bandeira portuguesa.
  Quarta Bandeira 
Adição da Esfera Armilar
D. Manuel I mandou adicionar a esfera armilar, seu emblema, à bandeira. Alguns anos depois (1522), Fernão de Magalhães, com a viagem circum-navegação que realizou provou a esfericidade da terra.
Quinta Bandeira 
A maior alteração sofrida pela bandeira após o período das descobertas, efectuou-se com a implantação da República Portuguesa em 1910. Introduziu-se o campo verde e vermelho em volta do centro da bandeira que permaneceu o mesmo desde o tempo das descobertas.
Bandeira Actual
O vermelho representa o sol feérico e incandescente nascendo e declinando sobre as proas e as popas das valorosas  caravelas portuguesas, cujo império, pela primeira vez na história do mundo abrangia todo o globo.  (A crença popular atribui ao vermelho a cor do sangue dos heróis e mártires portugueses). O verde representa a cor do mar alto que os portugueses foram os primeiros europeus a sulcar. (A crença popular identifica o verde com a cor dos prados de Portugal).
A bandeira de  Portugal é uma das mais bonitas  do mundo e também aquela na qual podemos ler os capítulos mais importantes da História de Portugal. Todos os portugueses deviam saber de cor e salteado o seu simbolismo, principalmente todos  aqueles que são responsáveis pela educação da juventude  em Portugal,  mas isso infelizmente não acontece!  É lamentável!

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