quarta-feira, 25 de abril de 2012

AO 1990 SEMELHANÇAS COM OUTRAS LÍNGUAS

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS

Os exemplos dados são sempre os que mais convêm aos detratores do AO, com o objetivo de mostrar a nova grafia como excêntrica e à revelia de todas as outras línguas.

Como é evidente, isso não é verdade. Não deixa de ser curioso que, na tabela apresentada, se tenha excluído o italiano (língua latina e muito próxima da nossa) em prol do alemão!!!

À tabela abaixo, apresento estes contraexemplos: 

Em latim
Em francês
Em espanhol
Em inglês
Em italiano
Em português de Portugal pré-AO
Em português de Portugal pós-AO
objectu
objet
objeto
object
oggetto
objecto
objeto
projectu
projet
proyecto
project
progetto
projecto
projeto
 subscriptiōne
souscription
suscripción
subscription
sottoscrizione
subscrição
subscrição
constructiōne
construction
construcción
construction
costruzione
construção
construção
victorĭa
victoire
victoria
victory
vittoria
vitória
vitória
practĭca
pratique
práctica
practice
pratica
prática
prática
optiōne
option
opción
option
opzione
opção
opção
captīvu
captif
cativo
captive
cativo 
cativo
cativo
dictionarĭu 
dictionaire
diccionario
dictionary
 dizionario
dicionário
dicionário
assumptiōne 
 assomption
 asunción
assumption
 assunzione
assunção
assunção

Como se vê, há exemplos para tudo. Palavras como “objet” (francês) e “objeto” (espanhol) também já não têm “c” há séculos. Porque choca, então, a palavra “objeto” em português?

Por outro lado, o italiano há muito que também abandonou a escrita de letras que não pronuncia, sem dramas…

Também não deixa de ser curioso que, se fizermos um levantamento de “c”, “p” e letras afins que ainda se mantêm noutras línguas, vemos que a ortografia de 1945 (que tanto querem agora preservar em Portugal, o tal “velho português”) também já tinha mandado às urtigas a esmagadora maioria das consoantes mudas que se anteriormente se escreviam. A partir de 1945 deixou de se escrever “escriptório”, “assignatura”, “práctica”, etc., etc., etc. Será que – já agora! –, por uma questão de coerência com outros idiomas europeus, não seria conveniente recuperar todas as letrinhas mortas que as palavras já carregaram no passado!?

Um abraço,
Manuel de Sousa
Porto, Portugal
 

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