sexta-feira, 13 de abril de 2012

Galiza e norte de Portugal



Turismo: Galiza e norte de Portugal aproximam-se cada vez mais

Ao longo dos últimos anos, Portugal e Espanha têm desenvolvido esforços para uma cooperação mais próxima entre os gabinetes de turismo da Galiza e do norte de Portugal. O objetivo é potenciar toda a área como um único destino turístico.
De acordo com números do World Travel & Tourism Council (WTTF), o turismo contribuiu com 9,2 mil milhões de euros para a economia portuguesa em 2011, o que significa 5,3% do total do Produto Interno Bruto (PIB). Isto significa, segundo a mesma organização, que Portugal se situa como a 27.ª economia mundial no que toca à contribuição do turismo para as receitas do país. E é por isso que, cada vez mais, surgem novas iniciativas para alargar a atividade. Uma delas é potencializar toda a região fronteiriça do norte de Portugal e da Galiza.
As entidades responsáveis pelo avançar do projeto são a Junta da Galiza e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - Norte (CCDR-N). As duas formam o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial - Galiza e Norte de Portugal, repartindo a presidência em mandatos de dois anos.
Nuno Fazenda, responsável da Agenda Regional para o Turismo da CCDR-N, salienta que os recentes desenvolvimentos vêm em função da macro-região, instituída em 2010, que junta como parceiros as regiões espanholas da Galiza e de Leão e Castela e o norte de Portugal. Nessa altura, foram definidos vários grupos de trabalho para o desenvolvimento da cooperação entre as províncias, entre os quais o da cultura e turismo.

A parte mais dinâmica da fronteira

A fronteira entre Portugal e Espanha estende-se por mais de mil e duzentos quilómetros e é uma das mais antigas da Europa. A geografia transfronteiriça das regiões da Galiza e do norte de Portugal, aliadas à proximidade linguística e cultural, potenciam a região como um único destino turístico.
Até agora, o grupo de trabalho ainda não passou diretamente à ação, mas os alvos já estão definidos. "Foram identificadas várias áreas de atuação. O turismo de saúde e bem-estar, por exemplo, é muito forte nas duas regiões", diz Nuno Fazenda. Há, ainda, o facto de cada região ter quatro espaços com a designação de Património da Humanidade, o que se alia ao "turismo rural e religioso, muito forte com os Caminhos de Santiago", acrescenta. O responsável da Agenda Regional para o Turismo recorda, também, que Galiza e o norte de Portugal têm "onze milhões de dormidas ao ano", segundo dados de 2009.

O que há a ganhar e o que falta fazer

António Cândido, da Turismo do Porto e Norte de Portugal, garante que o essencial é ganhar "escala". "Por exemplo, é mais fácil trazer turistas de Madrid ou Barcelona para visitar as duas regiões do que se estivermos sós", diz. No entanto, para António Cândido, há mais a retirar desta aproximação. "Não devemos esquecer que iriam aumentar os fluxos de emprego e comerciais. Além disso, a região ficaria com mais força para apresentar projetos de desenvolvimento na União Europeia", defende.
Na opinião de António Cândido, as questões legislativas e burocráticas constituem o único entrave à concretização completa da iniciativa. "Do lado da Galiza, há um governo regional que decide por ele. Do lado de cá, a CCDR-N não pode decidir sem o consentimento do governo que temos em Lisboa, e isto é, muitas vezes, penalizador porque o timing de resolução dos assuntos é distinto", revela.
 
"Stop wireless or I open fire!" (Graf Spee)

 

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