terça-feira, 24 de abril de 2012

primeiro-ministro de Moçambique ao Brasil


Visita do primeiro-ministro de Moçambique ao Brasil reforça cooperação - Imprensa

Moçambique é actualmente o maior beneficiário da cooperação brasileira em África com mais de 20 iniciativas em curso nas áreas de saúde, agricultura, educação, formação profissional e ciência.
Da Redação, com Agência AIM
 
Maputo – A recém terminada visita de trabalho que o Primeiro-Ministro moçambicano, Aires Ali, realizou, de 16 a 18 de Abril, ao Brasil serviu para galvanizar a cooperação política e económica em diferentes áreas, com destaque particular para o sector da agricultura que se viu beneficiado com a abertura de linha decredito de 100 milhões de dólares, de acordo com a agência de notícias AIM.

O valor é destinado à compra de equipamento agrícola ligeiro, através do Programa Mais Alimentos para Africa, cuja implementação arranca ainda neste semestre, iniciativa que é vista, por Aires Ali, como sinal mais do que evidente do envolvimento e empenho do governo brasileiro no apoio as áreas fundamentais de desenvolvimento agrário.

Aires Ali destacou que o facto de o Brasil ter disponibilizado 100 milhões de dólares para a compra de equipamentos agrícolas para Moçambique, que deverão estar disponíveis ainda no corrente semestre, abre boas perspectivas para o desenvolvimento da agricultura no país.

Durante o tempo de permanência no Brasil, para além de participar no seminário sobre agricultura, o Primeiro-Ministro moçambicano reuniu-se com o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, o Ministro do Desenvolvimento e Industria, Fernando Pimentel, o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Maurício Ferreira, o Vice-Presidente de Operações da empresa brasileira Andrade Gutierrez, Engenharia e Construção, José Moreira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económica (BNDES), Luciano Coutinho, e o presidente da empresa brasileira de electricidade (Electrobras).

O projecto constitui uma verdadeira alavanca para o aumento da capacidade de prestação de serviços na preparação de terras e expansão das áreas lavradas no âmbito do programa Pro-Alimentos que se espera que resulte no fortalecimento da produção de hortícolas, para o consumo e venda no mercado, por parte dos pequenos produtores.

O programa de desenvolvimento da Agricultura nas Savanas Tropicais em Moçambique inclui o apoio a capacidade institucional, serviços de qualidade, aumento da produção e produtividade, mercados, numa plataforma desenhada especialmente para o fortalecimento do Sistema Nacional de Investigação Agro-pecuária de Moçambique da qual derivam os programas Embrapa- ABC Moçambique, ProAlimentos e ProSavana.

Para que este programa ganhe corpo, cerca de 13 milhões de dólares norte-americanos já estão a ser aplicados na componente técnica e realização de visitas de estudo e troca de experiências entre especialistas dos três países que integram este programa de cooperação trilateral designadamente, de Moçambique, Brasil e Japão.

O Programa ProSavana, considerado prioritário pelas autoridades moçambicanas, é uma réplica da experiência da EMBRAPA no desenvolvimento de savanas brasileiras, com objectivo de desenvolver uma agricultura competitiva e sustentável na região das savanas tropicais de Moçambique, ao longo do Corredor de Nacala.

O ProSavana está a ser implementado em doze distritos moçambicanos das províncias de Nampula, Cabo Delgado e Zambézia.

O Programa Embrapa-ABC abrange, entre outras actividades, ensaios de adaptação de variedade brasileiras, tecnologias diversas adaptadas as condições do solo moçambicano e apoio e capacitação institucional do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

"Moçambique é o maior beneficiário da cooperação brasileira em África"

Moçambique é actualmente o maior beneficiário da cooperação brasileira em África com mais de 20 iniciativas em curso nas áreas de saúde, agricultura, educação, formação profissional, desporto e ciência e tecnologia e com um nível de cooperação económica a rondar 1,3 biliões de dólares norte-americanos com a Vale na linha da frente com um total de cinco biliões.

Na área de mineração, o Primeiro-ministro, disse ter discutido com a Vale os avanços alcançados e perspectivas do futuro com as atenções viradas para os aspectos problemáticos que tocam com as populações por serem questões que, quando aparecem, devem ser resolvidos com a devida seriedade.

Trata-se de questões ligadas com o reassentamento e a impaciência dos moçambicanos em tirarem proveito dos projectos, tendo ficado clara a necessidade de a Vale dialogar mais com as populações como melhor saída para o alcance de soluções consensuais em tempo útil.

A Vale prepara-se para investir, nos próximos quatro anos em Moçambique, mais de um bilião de dólares norte-americanos de um pacote de cerca de 35 biliões que deverão ser aplicados pela companhia brasileira nos seus principais projectos.

Segundo informações disponíveis, esta companhia vai investir cerca de 500 milhões de dólares na expansão da mina de Moatize e outros cerca de 700 milhões de dólares no projecto ferro-portuário do Corredor de Nacala.

A Vale está também a implementar o projecto de exploração de fosfato de Evate, no distrito de Monapo, na província nortenha de Nampula, num projecto orçado em cerca de dois biliões de dólares, dos quais já foram investidos pouco mais de 200 milhões.

Na área saúde, o Brasil esta a trabalhar na edificação da fábrica de anti-retrovirais e outros medicamentos que deverá estar pronta a laborar no segundo semestre do presente ano.

Barragem “Moamba Major”

A questão da construção da barragem Moamba/Major na província de Maputo, foi tema de destaque no encontro do Primeiro-Ministro, Aires Ali, com o Vice-Presidente de Operações da empresa brasileira Andrade Gutierrez, Engenharia e Construção, José Moreira.

A propósito desta obra de grande envergadura na zona sul de Moçambique, Moreira revelou que as obras estão orçadas em 460 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 80 por cento serão disponibilizados pelo Brasil e terão a duração de três anos e meio.

A barragem que, segundo dados preliminares, vai gerar 1500 novos postos de trabalho, terá uma pequena central hidroeléctrica, com potência instalada de 11,5 Megawatts. A albufeira criada ocupará uma área de cerca de 54,5 quilómetros quadrados, com uma capacidade de armazenamento total de cerca de 650 milhões de metros cúbicos.

Ainda na área de energia, dos contactos efectuados resultou a gemelagem entre a empresa Brasileira Electrobras com a sua congénere moçambicana Electricidade de Moçambique (EDM), uma iniciativa que vai permitir a troca de experiências a este nível, no tocante a ao alargamento da rede distribuição e melhoria da qualidade de energia fornecida aos clientes.

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