IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS
Carsten L. Wilke não foi o primeiro alemão a tentar fazer uma história sintética dos judeus portugueses. Essa primazia cabe a Meyer Kaiserling e data do século XIX. Jorge Martins também fez uma história global, mas em três volumes e de difícil acesso ao grande público. Assim, apesar de Wilke notar que "os intelectuais portugueses nunca se sentiram tentados pelo anti-semitismo do final do século XIX, início do século XX como os intelectuais em muitos países europeus", a verdade é que apesar dos muitos trabalhos existentes - e que cita na bibliografia - faltava uma obra para o público em geral.Carsten L. Wilke correu um risco: o de ser criticado por escrever uma síntese de 200 páginas quando os eruditos se debruçam sobre períodos particulares onde ainda há muito por descobrir
Carsten L. Wilke , um erudito a escrever para o grande público
19.06.2009 - José Manuel Fernandes
Carsten L. Wilke não foi o primeiro alemão a tentar fazer uma história sintética dos judeus portugueses. Essa primazia cabe a Meyer Kaiserling e data do século XIX. Jorge Martins também fez uma história global, mas em três volumes e de difícil acesso ao grande público. Assim, apesar de Wilke notar que "os intelectuais portugueses nunca se sentiram tentados pelo anti-semitismo do final do século XIX, início do século XX como os intelectuais em muitos países europeus", a verdade é que apesar dos muitos trabalhos existentes - e que cita na bibliografia - faltava uma obra para o público em geral.Carsten L. Wilke correu um risco: o de ser criticado por escrever uma síntese de 200 páginas quando os eruditos se debruçam sobre períodos particulares onde ainda há muito por descobrir
O
autor, que assume que "a história dos judeus em Portugal sempre o
fascinou", sentiu-se tentado a fazê-lo "sobretudo por causa do problema
da identidade das comunidades que saíram de Portugal" e da vontade de
saber mais sobre uma área ainda pouco estudada e importante: "a
influência que a diáspora dos judeus portugueses teve na própria cultura
judaica".
Correu contudo um risco: o de ser criticado por escrever uma síntese de 200 páginas quando os eruditos se debruçam sobre períodos particulares onde ainda há muito por descobrir. Carsten L. Wilke reconhece que correu esse risco até porque também ele é um erudito, "alguém que trabalha nos arquivos para tentar encontrar algo de novo sobre um detalhe da história". Contudo não resistiu ao desafio do seu editor francês apesar de não saber, enquanto escrevia, se seria capaz de escrever para todos. Hoje acredita que conseguiu fazê-lo: "felizmente o livro teve algum sucesso em França e espero que também tenha em Portugal."
http://www.wook.pt/ficha/historia-dos-judeus-portugueses/a/id/1876038
Correu contudo um risco: o de ser criticado por escrever uma síntese de 200 páginas quando os eruditos se debruçam sobre períodos particulares onde ainda há muito por descobrir. Carsten L. Wilke reconhece que correu esse risco até porque também ele é um erudito, "alguém que trabalha nos arquivos para tentar encontrar algo de novo sobre um detalhe da história". Contudo não resistiu ao desafio do seu editor francês apesar de não saber, enquanto escrevia, se seria capaz de escrever para todos. Hoje acredita que conseguiu fazê-lo: "felizmente o livro teve algum sucesso em França e espero que também tenha em Portugal."
História dos Judeus Portugueses
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 248
Editor: Edições 70
ISBN: 9789724415789
Coleção: Lugar da História
Sinopse
Portugal
tem um olhar único sobre a história judaica. No imaginário nacional, o
judaísmo pertence não apenas à sua tradição cultural, mas também à sua
genealogia. Na época medieval, os monarcas portugueses garantiram aos
judeus mais protecção e segurança do que qualquer outro país europeu. A
entrada de Portugal na era moderna
fez-se, porém, no decurso de um processo de «cristianização» violenta
de toda a sua vasta comunidade judaica, e os descendentes desta, quando
não puderam, ou quiseram, sobreviver como judeus no exílio,
misturaram-se em grande número ao resto da população. Os que se exilaram
e vieram a fundar, ou desenvolver, dezenas das mais dinâmicas
comunidades judaicas do mundo moderno, nem por isso deixaram de
reivindicar além-fronteiras a identidade contraditória de «judeus do
desterro de Portugal». Há mais de um século que esta história complexa e
absolutamente singular apaixona estudiosos dos mais variados ramos do
saber, dentro e fora de Portugal. E se hoje os aspectos parcelares de
dois milénios de civilização judeo-portuguesa estão amplamente
estudados, são também dos mais mal resumidos, o que explica que sejam
tão mal conhecidos fora dos círculos especializados. A presente síntese
vem colmatar essa lacuna.
História dos Judeus Portugueses de Carsten L. Wilke
http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=234576
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