Exmo. Senhor
José Queirós, Provedor do Jornal “Público”
A 18 de Janeiro de 2013, publicou
António Pinto Ribeiro, no Suplemento “Ípsilon” (pp. 38-39) do Jornal “Público”,
um texto intitulado “Para acabar de vez com a lusofonia”. No dia seguinte,
enviei para publicação o texto «“Para acabar de vez com a lusofonia”?! Resposta
a António Pinto Ribeiro». O texto foi recebido (tenho prova disso), mas não publicado.
Sei que lhe não cabe tomar
posição sobre o teor do(s) texto(s). Apenas lhe pergunto se há alguma directriz
editorial no jornal “Público” adversa ao conceito de Lusofonia – pergunta pertinente
dado que, sendo o texto citado um veemente manifesto anti-lusófono (que deu azo
a várias respostas – suponho que não terei sido o único a ter enviado um texto
de resposta para o jornal), não foi dada a possibilidade de qualquer espécie de
contraditório a quem defende tal conceito.
Considero mesmo que, face à
gravidade do texto em causa – recordo que nele se define a Lusofonia como uma
“forma torpe de neo-colonialismo” –, deveria ter ser sido o “Público” a ter
tomado a iniciativa de auscultar outras pessoas: aquelas (muitas, algumas bem
prestigiadas, como sabe) que, defendendo o conceito de Lusofonia, repudiam por
inteiro o epíteto de “neo-colonialistas”. Solicito-lhe, pois, um parecer
público sobre esta questão.
Melhores cumprimentos
Renato Epifânio
Presidente do MIL: Movimento
Internacional Lusófono
Ver texto:
http://mil-hafre.blogspot.pt/2013/01/para-acabar-de-vez-com-lusofonia.html
Lurdes deixou um novo comentário na mensagem "Carta enviada ao Provedor do Jornal "Público" - “P...":
Acabar com a Lusofonia! Como? Porquê’
Na verdade há um conjunto de povos em diferentes pontos do planeta que falam esta língua, logo têm também uma identidade lusófona, constituem uma comunidade de falantes do português. O português por seu lado é enriquecido com palavras, escritos, usos e costumes pelo facto de falarmos a mesma língua.
Será que a francofonia não existe?
Com tanto para pensar e transmitir se pensado, perdem-se alguns , com estas pouco congruentes banalidades. Ou será pelo af^/moda que agora grassa em Lisboa de falar inglês! O que somos,?quem somos? Anglofonia????L.
Lurdes deixou um novo comentário na mensagem "Carta enviada ao Provedor do Jornal "Público" - “P...":
Acabar com a Lusofonia! Como? Porquê’
Na verdade há um conjunto de povos em diferentes pontos do planeta que falam esta língua, logo têm também uma identidade lusófona, constituem uma comunidade de falantes do português. O português por seu lado é enriquecido com palavras, escritos, usos e costumes pelo facto de falarmos a mesma língua.
Será que a francofonia não existe?
Com tanto para pensar e transmitir se pensado, perdem-se alguns , com estas pouco congruentes banalidades. Ou será pelo af^/moda que agora grassa em Lisboa de falar inglês! O que somos,?quem somos? Anglofonia????L.
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Com o Apoio do MIL
Petição CONTRA O USO ABUSIVO DO TERMO "SOCIEDADE CIVIL" PELO GOVERNO DA REPÚBLICA
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=pasc
Petição CONTRA O USO ABUSIVO DO TERMO "SOCIEDADE CIVIL" PELO GOVERNO DA REPÚBLICA
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=pasc
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Terça, 17h, na nossa Sede
29 Janeiro: "A Saudade dos Heróis", de Rodrigo Sobral Cunha
Ver Cartaz:
Excerto da obra:
Prática da Ciência Nova*
GIAMBATTISTA VICO
Toda esta obra foi raciocinada até
agora, porém, como uma mera ciência contemplativa em torno da comum natureza
das nações. Parece no entanto falhar por isso mesmo no socorro à prudência
humana, ao aplicar-se às nações que vão cair, para que ou não se arruínem
completamente, ou não se apressem para a ruína; e em consequência, parece
falhar na prática, qual deve ser a de todas as ciências envolvidas em matérias
dependentes do arbítrio humano, chamadas “activas”.
Tal prática pode ser dada facilmente dessa
contemplação do curso que fazem as nações; advertidos da qual, os sábios das
repúblicas e os seus príncipes poderão com boas ordens, leis e exemplos chamar
de novo os povos à sua akmé, ou seja,
estado perfeito. A prática que podemos dar nós como filósofos pode encerrar-se
dentro das academias. E é que nestes tempos humanos, em que havemos nascido, de
engenhos agudos e inteligentes, deve aqui, no fim, olhar-se ao revés a figura
proposta no princípio[1]; e
que as academias com suas seitas de filósofos não secundem a corrupção da seita
destes tempos, mas aqueles três princípios sobre os quais se fundou esta
Ciência – que são: que se dê providência divina; que, porque se pode, se devem
moderar as paixões humanas; e que as nossas almas sejam imortais – e aquele
critério de verdade: que se deve respeitar o juízo comum dos homens, ou seja o
senso comum do género humano, por quem Deus, que não se deixa desconhecer ainda
que das mais perdidas nações, nunca desperta mais forte reflexão nelas do que
quando estão mais corruptas. Porque, enquanto os povos estão bem acostumados,
obram coisas honestas e justas em vez de falar delas, porque as fazem, mais do
que por reflexão, pelos sentidos[2]: mas,
quando estão estragados e corruptos, então, porque sofrem mal a falta dessas
coisas, não falam de outra coisa além de honestidade e justiça (como
naturalmente sucede o homem não falar de nada senão do que finge ser e não é);
e, porque sentem resistir-lhes a sua religião (a qual não podem naturalmente
desconhecer e renegar), para consolar as suas consciências perdidas, com essa
religião, impiamente pios, consagram as suas celeradas e nefandas acções. Donde
aqueles dois horrendos fenómenos humanos que se lêem na história de Roma
corrupta: um, o de Messalina, que tinha junto do tolo e estúpido Cláudio todas
as comodidades, licença e liberdade para desafogar noites inteiras em bacanais
a sua insaciável libido, mas, ao mesmo tempo que era casada com o imperador,
queria gozar de Gaio Sílio com toda a santidade e celebrações nupciais; o
outro, é o de Domício Nero, que envergonhara a majestade do império romano ao
actuar como músico nos teatros públicos, e com sacrifícios, augúrios e todas as
outras cerimónias divinas quis casar-se perversamente com Pitágoras[3].
Por tudo isto, ensinam os mestres da sabedoria aos
jovens como do mundo de Deus e das mentes se desce ao mundo da natureza, para
viver uma decente e justa humanidade no mundo das nações. O que quer dizer que
as academias[4], com tais princípios e com
tal critério de verdade, doutrinam à juventude que a natureza do mundo civil,
que é o mundo que foi feito pelos homens, tenha a mesma matéria e a mesma forma
que têm esses homens; por isso cada um desses dois princípios, que o compõem,
seja da mesma matéria e tenha as mesmas propriedades que têm esse corpo e essa
alma racional, cujas duas partes a primeira é a matéria e a segunda é a forma
do homem.
As propriedades da matéria são as de ser informe,
defeituosa, oscura, preguiçosa, divisível, móvel, “outra”, como Platão lhe
chama, ou seja sempre diversa de si; e por todas estas propriedades tem essa
matéria esta natureza de ser desordem, confusão e caos, ávida de destruir todas
as formas. As propriedades da forma são as de ser perfeição, luminosa, activa, indivisível,
constante, ou seja, quanto mais pode, esforça-se por persistir no seu estado,
no qual é (que é aquele que Platão costuma chamar “o mesmo”); por cujas
propriedades a natureza da forma do homem é ser ordem, luz, vida, harmonia e
beleza.
Por conseguinte, a matéria (que é o corpo do mundo das
nações), pela propriedade de ser informe, são os homens que não têm nem decisão
própria nem virtude; pela propriedade de ser defeituosa, são os homens
viciosos, porque todos os vícios não são senão defeitos; pela propriedade da
obscuridade, são os homens que descuram, não só a glória (que é uma grande e
estrondosa luz), como até o louvor (que é uma luz quieta e pequena); pela
propriedade de ser preguiçosa e indolente, são todos os mandriões, delicados,
moles e dissolutos; pela divisibilidade, são os homens que não perseguem senão
as suas próprias utilidades particulares (as quais dividem os homens) e os
prazeres corporais, ou seja os gostos dos sentidos (que são tantos quantos os
homens); pela mobilidade, são todos os homens estultos, que se arrependem
sempre, nunca estão contentes com o mesmo, sempre amam e aparentam novidades
(que, numa palavra, se chama “vulgo”, do qual é aditivo perpétuo ser “móvel”[5]);
pela desordem e a confusão, são os homens que, por todas estas propriedades da
matéria, reduziriam, pelo que lhes concerne, o mundo das nações ao caos dos
poetas teólogos (estado que achámos nós ser o da confusão das sementes
humanas), e em consequência levando à nefária vida bestial, quando esta terra
era uma infame selva de bestas.
Pelo contrário, a forma e mente deste mundo das
nações, pela propriedade de ser perfeição, são os homens que podem
aconselhar-se e defender-se a eles próprios e aos outros, que são os sábios e
os fortes; pela actividade, são os homens industriosos e diligentes; pela
propriedade de ser luminosa, são os homens que se adornam privadamente de
louvor e publicamente de glória; pela indivisibilidade, são os homens que em
cada uma das suas acções ou profissões se ocupam com todo o poder e com toda a
propriedade: o cavaleiro nas artes cavalheirescas, o literato no estudo das
ciências, o político nas práticas da corte, cada artesão na sua arte; pela
constância, são os homens sérios e graves; pela propriedade de ser “o mesmo”,
são os homens uniformes, circunspectos, convenientes e decorosos; e enfim, por
aquelas de ser ordem, beleza e harmonia, são os homens que, cumprindo cada um
os deveres de sua própria ordem, concorrem para a harmonia e a beleza das
repúblicas e, com todas estas belas virtudes civis, se esforçam por conservar
os Estados. Não podendo eles celebrar esse esforço pela sua débil natureza
corrupta, dispôs a providência ordens tais às coisas humanas, que eles promovam
as religiões e as leis assistidas pela força das armas. Esta força começou
entre os gentios pela força de Júpiter com as religiões, que promoveu o esforço
dos poucos gigantes mais robustos a fundar a humanidade. A tal força são os
poucos fortes conduzidos por natureza e, em consequência, com prazer, pois que
promove neles o esforço, que é conatural aos fortes; e os muito débeis são
mantidos dentro a despeito, para que não dissolvam a sociedade humana. O que é
o espírito de toda esta obra.
Assim, com estes princípios de metafísica descidos à
física e a seguir introduzidos pela moral na económica, ou seja na educação dos
jovens, sejam eles guiados à boa política e com tal disposição de ânimo passem
finalmente à jurisprudência (a qual por isso propusemos na Scienza Nuova prima às Universidades da Europa dever tratar-se com
todo o complexo da erudição humana e divina, e, por conseguinte, pomo-la sobre
todas as ciências), para que os jovens ao instruir-se, assim dispostos,
aprendam a prática desta Ciência, fundada nesta lei eterna, que pôs a
providência no mundo das nações: que estão a salvo, florescem e são felizes,
quando nelas o corpo serve e a mente comanda; e assim mostrar-lhes a verdadeira
encruzilhada de Hércules (o qual fundou todas as nações gentias): se queremos
entrar na via do prazer com vileza, desprezo e escravidão para eles e para as
suas nações, ou na via da virtude com honra, glória e felicidade.
*
Texto escrito no verão de 1731, precedendo de perto o De mente heroica e inicialmente destinado ao final da Ciência Nova, mas depois excluído por
Vico da redacção definitiva da sua obra maior. Publicado por Fausto Nicolini em
apêndice desta (1953), aqui se expõe, tanto quanto saibamos, pela primeira vez
em língua portuguesa. Em nota segue uma ou outra observação nossa complementar.
[4] O que
inclui também as instituições culturais em geral, a cultura lato sensu, mas sobretudo os representantes da alta
cultura.
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MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO
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Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa
sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente
no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de 20 milhares de adesões
de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos,
eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por
90 pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos
laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis:
cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de
Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base
de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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