República Checa: Textos de Eça e Judite de Carvalho vencem prémio de tradução

O Prémio, nascido de uma cooperação entre a Universidade Carolina e o Instituto Camões, com o apoio das Embaixadas do Brasil e de Portugal em Praga, pretende distinguir jovens tradutores lusitanistas que demonstrem um especial talento para a tradução literária, bem como um conhecimento aprofundado das literaturas dos países da CPLP.

Na cerimónia oficial de entrega do Prémio no Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões de Praga, que contou com a presença dos Embaixadores de Portugal e Brasil em Praga, a chefe do Departamento de Estudos Lusobrasileiros da Faculdade de Filosofia da Universidade Carolina notou a qualidade dos trabalhos apresentados a concurso, bem como as responsabilidades que incorrem sobre quem traduz uma obra.
«O tradutor é uma pessoa de dupla lealdade: perto da cultura de tradução e perto da cultura que é a sua. Por isso, ele é ao mesmo tempo imprescindível e perigoso. Como diz Fradique Mendes no livro de Eça de Queirós, ‘o poliglota nunca é patriota’. Há momentos em que isso parece um mérito e outros em que parece uma traição. Mas isso não significa que possamos deixar de ter cuidado para que as portas permaneçam abertas e o espírito humano passe livremente de um lado para outro», referiu a académica.
Nota de relevo para a concorrente Zuzana Turková, que viu o seu trabalho duplamente premiado, já que a sua tradução da Correspondência de Fradique Mendes chamou a atenção de uma editora de Praga que manifestou a intenção de assinar contrato de edição com a jovem tradutora para colocar este título no mercado checo.
Em 2009, a tradução para checo de alguns contos extraídos de Os Passos em Volta, de Herberto Hélder, efetuada por Juraj Štubner, venceu a 1ª edição do Prémio Hieronymitae Pragenses de tradução literária de obras em língua portuguesa. Em 2010, o primeiro lugar coube a Júlia Kočanová, pela tradução de vários contos do escritor brasileiro Rubem Fonseca.
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