SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Angola e São Tomé e Príncipe relançam cooperação bilateral
Embaixador angolano disse acreditar que "os tempos mudaram" e que a sua presença em território são-tomense permitrá "imprimir uma nova dinâmica nas nossas relações de amizade e de cooperação"
Da Redação, com Panapress
São Tomé - Angola e São Tomé e Príncipe decidiram relançar a sua cooperação bilateral nos vários domínios, após uma prolongada letargia marcada pela ausência de um embaixador angolano.
O anúncio foi feito pelo novo embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Alfredo Eduardo Manuel Mingas, pouco após a entrega das suas cartas credenciais ao Presidente são-tomenes, Manuel Pinto da Costa.
“A ausência de um embaixador deverá ter criado certamente um vazio. O que temos que fazer agora é olhar para frente e começarmos a trabalhar,” disse Alfredo Mingas, para quem a cooperação bilateral esteve "moribunda" nos últimos cinco anos.
O diplomata angolano disse acreditar que "os tempos mudaram" e que a sua presença em território são-tomense permitrá "imprimir uma nova dinâmica nas nossas relações de amizade e de cooperação" como uma "necessidade imperiosa".
Eduardo Mingas, que falava à imprensa a saída do Palácio do Povo, afirmou que outra das suas prioridades é a conclusão das obras das novas instalações da Embaixada de Angola em São Tomé, localizada na marginal 12 de julho, próxima do Palácio dos Congressos.
Mas insistiu ter como principal tarefa relançar a cooperação entre os dois países, tendo em conta os vários acordos já assinados entre os dois Governos nos anos anteriores.
Entre estes instrumentos jurídicos figuram acordos de investimentos privados avaliados em milhares de dólares americanos assinados em 2008.
Nos termos de um destes acordos, a empresa petrolífera angolana "Sonangol" vai investir na reabilitação e ampliação do porto e aeroporto de São Tomé, bem como construir tanques para conservação de combustíveis em Neves, na zona norte do arquipélago são-tomense.
Estes acordos foram assinados durante o anterior Governo do MLSTP/PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrático), chefiado por Joaquim Rafael Branco (2008-2010).
O MLSTP tem uma relação histórica com o partido do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
Angola ficou sem embaixador em São Tomé e Príncipe desde 2007, e Alfredo Mingas foi nomeado três meses depois da eleição, em agosto passado, de Manuel Pinto da Costa como Presidente da República.
Veterano da luta de libertação nacional e primeiro Presidente de São Tomé e Príncipe (de 12 de julho de 1975 a 4 de março de 1991), Manuel Pinto da Costa, igualmente fundador do MLSTP, é tido como um "grande amigo" do Presidente José Eduardo dos Santos.
Depois de abandonar o poder e a vida política em 1991, na sequência da vitória eleitoral de Miguel Trovoada, o economista Manuel Pinto da Costa voltou à cena política em 1996, como líder do MLSTP, tendo perdido duas eleições presidenciais consecutivas (1996 e 2001).
Nas últimas eleições presidenciais realizadas no arquipélago este ano, Pinto da Costa venceu a primeira volta, a 18 de julho, com 35,8 porcento dos votos antes de ganhar a segunda volta, a 7 de agosto, com 52,9 porcento dos sufrágios contra os 47,2 porcento do seu rival Evaristo do Espírito Santo Carvalho, antigo primeiro-ministro e atual presidente da Assembleia Nacional.
Candidato do partido da Ação Democrática Independente (ADI,), Evaristo Carvalho foi primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe de 7 de julho a 25 de outubro de 1994 e depois de 26 de septembro de 2001 a 28 de março de 2002.
Sem comentários:
Enviar um comentário