De Mafra, com mágoa
Mafra
é mafra
e eu
sou eu.
Nunca dancei ao som de carrilhões
nem pus colchas floridas nas janelas.
Não pretendo lançar no futuro
a minha história que os outros construiram.
Mafra é mafra
e eu sou livre.
Ou não.
(Meus escravos de áfrica plantados no brasil
escavando o ouro com a coronha das g-3.)
Nunca acertei meus passos pelo ritmo das balas
nem porei a cabeça no alvo que procuras.
Mafra
é mafra
e eu
sou eu.
Por detrás das máscaras eu lá estou
sem ódios, nem balas, nem guerra
despido
e com um ramo de cravos
em cada mão.
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Urbano Bettencourt
In Raiz de Mágoa, Setúbal, 1972
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