segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

timor lorosae notícias 14 jan 2013


TIMOR LOROSAE NAÇÃO - diário


Posted: 13 Jan 2013 03:23 PM PST



Um clássico empatado em 17 minutos


Benfica e F. C. Porto empataram (2-2) no clássico da 14.ª jornada da Liga. Os quatro golos foram marcados nos primeiros 17 minutos do encontro, mas deixaram tudo na mesma na frente do campeonato. As águias mantêm, assim, três pontos de vantagem sobre os dragões que têm, porém, menos um jogo disputado.

Os dragões foram os primeiros a festejar, logo aos oito minutos. Após um livre de João Moutinho, Jackson não chega a tocar na bola, que sobra para o cabeceamento bem sucedido de Mangala. Mas a vantagem portista só durou dois minutos, já que após um cruzamento da esquerda de Melgarejo, Cardozo e Lima ganharam nas alturas, com o brasileiro a asssistir Matic, que assinou um golo simplesmente fantástico.

Num início de loucos, o F. C. Porto voltou a gelar a Luz à passagem do primeiro quarto de hora, num lance em que o guarda-redes benfiquista, Artur, teve um momento menos feliz. O brasileiro não foi rápido a aliviar e entregou a bola a Jackson, com o colombiano a não desperdiçar a oferta e a assinar o 1-2.

No entanto, a história repetiu-se e, dois minutos depois, as águias voltaram a empatar o jogo. Desta vez, foi Helton a não conseguir segurar um cruzamento, Otamendi também falhou o corte e Gaitán não perdeu a oportunidade para desferir uma bomba para o fundo da baliza.

O marcador não voltou a funcionar até ao final da primeira parte e o equilíbrio continuou a ser grande no segundo tempo. A verdade é que as situações de perigo foram raras até que, aos 77 minutos, Cardozo surgiu isolado frente à baliza do F. C. Porto, mas Helton conseguiu desviar ligeiramente a bola, que ainda bateu no poste. Estava escrito que o clássico ia terminar empatado.

*Título TLN - Foto FRANCISCO LEONG/GLOBAL IMAGENS

Posted: 13 Jan 2013 03:05 PM PST



Opozisaun Konsidera Ema Barak Sei Preokupa Seitor Edukasaun

Josefa Parada – Suara Timor Lorosae

DILI - Bankada Opozisaun FRETILIN iha uma fukun Parlamentu Nasional (PN) konsidera, to’o agora ema barak sei preokupa teb-tebes ba seitor edukasaun, tanba kondisaun eskola publiku hahu husi primaria to’o sekundaria barak sei a’at.

Kestaun ne’e hato husi deputadu bankada Fretilin Francisco Branco katak eskola publiku hotu iha rai laran barak sei ho kondisaun la permite atu halao prosesu aprendisazem, tamba ne’e hanesan reprejentante povu, sira husu ba governu atu hare ba preokupasaun ne’e.

“Ita hare katak, eskola publiku ne’e povu nia oan barak mak eskola iha ne’e, tanba ne’e ita husu nafatiin ba governu atu bele hadia eskola sira ne’e, atu nune’e prosesu apremdesazem mos bele lao ho diak no susesu,” hateten Branco ba STL iha uma fukun PN Sesta (11/01).

Deputadu bankada PD Paulo Monteiro hateten, kondisaun eskola iha kapital Dili barak seidauk diak, pior liu tan iha distritu ka sub-distritu, falta meja kadeira, livru no seluk tan, bainhira koalia konaba kualidade labarik sira nian, maibe tenki hare kondosoins diak para sira bele estuda ho diak. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sabado (12/1). Jasinta Sequeira 

Problema Inundasaun Iha Sidade Dili Laran, Fretilin: “Governu Mak Laiha Planu”

Josefa Parada – Suara Timor Lorosae

DILI – Tempo udan iha fatin-fatin liu-liu iha sidade Dili laran maioria akontese inundasaun ou be sae, ho problema ne’e partidu Fretilin ne’ebe sai hanesan Opozisaun iha Parlamentu Nasional (PN) konsidera governu mak laiha planu ne’ebe diak.

Kestaun ne’e hato’o hosi deputadu bankada Fretilin Aurelio Freitas Ribeiro ba STL iha uma fukun Parlamentu Nasional (PN) Kinta (10/01).

“Hau nia sentimentu ne’e la diak hau la gosta buat sira hanesan ne’e liu-liu sidade Dili laran ne’ebe nakonu ho foer no be nalihun iha fatin-fatin no ida ne’ebe iha kompetensia atu rejlve problema ida ne’e governu tanba iha tempo bailoro ne’e oportunidade ba governu atu halo buat sira ne’e maibe realidade laiha depois udan tau inundasaun akontese ha fatin-fatin mak foin hakfodak  atu hadia maibe hadia mos la los tan ne’e signifika katak governu mak laiha planu ne’ebe diak komesa hosi gvernu AMP to’o agora,” hatete deputadu Fretilin, Aurelio Freitas Ribeiro.

iha fatin hanesan deputadu bankada Fretilin, Joaquim do Santos, mos hatete governu nia planu ba osamentu inundasaun nian ne’e mak fraku, tanba tinan-tinan laiha osan atu hadia sidade Dili hodi bele livre hosi inundasaun. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sesta (11/1). Tomas Sanches/Timotio Gusmão 

CPD-RDTL Preokupa, PM Xanana Atu Hasai sira 

Josefa Parada – Suara Timor Lorosae

DILI - Grupo CPD-RDTL Preokupa tebes ho statementu husi Primeiru Ministru Xanana Gusmao, atu haruka forsa hasai sira husi Welaluhu, fatin nebee durante nee sira halao movimentu jona koperativa no ekonomia.

Kestaun ne’e fo sai husi Marcelino Caldas, ba STL katak inprinsipiu CPD-RDTL respeita no kunsidera PM Xanan Gusmao nudar veteran no atual PM iha pais ida nee.

“Tamba nee CPD-RDTL fo’o hanoin fila fali ba publiku katak PM Xanan Gusmao hateten tiha ona iha media hotu-hotu, atu bolu uluk dirizente CPD- RDTL Antonio Aitahan Matak para halo konfirmasaun, konaba CPD-RDTL nebee konsentra iha Welaluhu, atu halao movimentu jona koperativa no ekonomia nia, maibee seidauk bolu tan, PM Xanana komesa hasi lia fuan kroat  tuir deit propagadores sira nia propaganda nee pregozu tebe-tebes,” hateten Marcelino nebe hanesan Asuntu Relasaun Publika CPD-RDTL, ba STL iha Edifisiu STL Fatumeta, Dili, kinta (10/01). 

Neduni CPD-RDTL husu no fo’o hatene ba PM atu bolu uluk dirizente Antonio Aitahan Matak, para halo konfirmasaun no ba uluk lai terenu halo observasaun, hodi hare antes fo sai statementu. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sesta (11/1). Joao Anibal 

Posted: 13 Jan 2013 11:06 AM PST



The Jakarta Post - Travel - Sun, January 13 2013, 2:03 PM

The beach is inescapable when you are in Dili, Timor Leste. From Tasi Tolu to Meti Aut, there lies the center of the Dilinese universe. 

As the sun rises from its overnight bed, people jog and bike by the side of Kelapa Beach. Others will sit patiently waiting for the fishermen’s boats to arrive and unload their catch. 

During lunchtime, the bench in front of the Palacio do Governo, the Dili government building, is usually packed with people enjoying a break. Coconut anyone? It’s a pleasant refreshing drink in the scorching sun.

In the afternoon and at weekends, the coast is at its busiest. You will have difficulties parking your vehicle at the Lago de Lecidere. You can meet groups of youngsters playing soccer, fishing, doing bike slaloms or just walking by holding hands, as children roam the water front. Don’t miss the sunset. 

Take your place between two huge trees near by the Casa Europa to indulge in the twilight.

Posted: 13 Jan 2013 08:23 AM PST




A sede da CPLP, em Lisboa, será na próxima quarta-feira o palco para um debate sobre a participação da juventude na construção do espaço lusófono

Lisboa - A sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, irá receber na próxima quarta-feira, 16 de janeiro, a conferência "Jovens da CPLP", organizada pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ) de Portugal, em parceria com o Secretariado Executivo da CPLP.

Com a meta de difundir os objectivos e o alcance da cooperação em matéria de juventude, esta conferência é contextualizada pelos debates sobre a implementação de um "Documento Estratégico da Juventude da CPLP - Juventude da CPLP: 2015 e além" e sobre a adopção futura de uma "Carta da Juventude".

Com o tema "Jovens da CPLP", a conferência "pretende concretizar um debate com decisores públicos e técnicos para um melhor entendimento dos processos relacionados com a juventude neste espaço de integração", informou a CPLP em comunicado, referindo que "a juventude, no seio da CPLP, representa uma parte substancial da população, uma realidade heterogénea e multidimensional, pelo que as suas preocupações e aspirações assumem um carácter transversal".

"O evento contará com dois momentos de debate, nos quais se ambiciona envolver e estimular uma ampla participação da audiência. A informação recolhida na conferência, nomeadamente as comunicações dos oradores convidados, serão posteriormente integrados numa publicação sobre Cooperação na CPLP em matéria de Juventude", indica ainda o mesmo comunicado.

Posted: 13 Jan 2013 07:39 AM PST



Arshdeep Sarao – The Epoch Times – 07.01.13, com foto

Pesquisadores desenterraram fósseis de peixe que datam de 42 mil anos atrás, junto com os anzóis em Timor Leste. Os anzóis datavam de 11 mil anos e entre 16 mil e 23 mil anos de idade, respectivamente, e são as primeiras evidências definitivas de pesca encontradas até à data.

Uma equipe de arqueólogos liderada pela Dra. Susan O’Connor, da Universidade Nacional da Austrália, realizou as escavações em Jerimalai, uma caverna na costa do Timor Leste.

Até agora, foram escavados apenas dois poços de teste, cada um com uma área de um metro quadrado, disse O’Connor ao The Epoch Times por e-mail. Ela disse que a equipe pode voltar para mais escavações.

“Quando voltarmos, esperamos obter uma amostra muito maior dos tipos de anzóis e outros itens tecnológicos”, disse O’Connor.

Cerca de metade das espécies de peixes encontradas nos depósitos mais antigos da caverna eram de atum, que vivem em águas mais profundas. Os anzóis foram encontrados em depósitos que continham uma proporção maior de águas rasas, peixes, como trevallies e garoupas, que são frequentemente capturados com anzóis.

A descoberta é significativa para a compreensão da cultura da pesca marítima e dos seres humanos de 42 mil anos atrás.

“Eles tinham conhecimentos marítimos muito mais avançados do que havíamos entendido que os primeiros seres humanos modernos pudessem ter”, disse O’Connor.

“Captura de peixes pelágicos, como o atum, exige elevados níveis de planejamento e tecnologia marítima complexa. A evidência sugere que os habitantes estavam pescando no fundo do mar “, escreveram os pesquisadores num artigo publicado pela revista Science em 25 de novembro de 2011.
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Posted: 13 Jan 2013 03:05 AM PST




A carestia de vida era desmedida. Desde 1919, as greves sucediam-se. No início dos anos 20, estourou a violência contra polícias, patrões e fura-greves. Na sequência de um atentado contra o director da polícia, uns 100 activistas foram detidos. Instaurada a ditadura, 64 foram deportados para Timor.

Simões de Miranda ia no navio Pêro Alenquer, que partiu de Lisboa em Abril de 1927 com deportados no porão. O desterro não foi tão terrível como temera: decidido a equilibrar a balança de pagamentos da colónia, o governador, Teófilo Duarte, decidiu fazer deles colonos. E o padeiro, então com 25 anos, recebeu um espaço, um forno e farinha para começar o seu próprio negócio.

Formou uma família – primeiro com Laura Ximenes, depois com a irmã dela, Áurea. Quando a II Grande Guerra chegou à ilha, já enviara os filhos mais velhos, Alice e José, para os avós paternos, em Aveiro. Com ele viviam o enteado, Marcelino, e os dois filhos mais novos, João e Manuel.

Muito pão da Padaria Europeia vendeu aos aliados, que desembarcaram em Timor em Dezembro de 1941, decididos a impedir que os japoneses usassem a ilha como base para atingir a Austrália. Morreu durante a invasão japonesa, deixando os dois filhos com apenas nove e cinco anos. Para lá dos confrontos, muitos morriam de fome e falta de assistência médica.
Depois de muitos meses a fugir no mato, Manuel e João foram resgatados por militares australianos e levados para um campo de refugiados na Austrália. No início de 1945, ainda antes do fim da II Grande Guerra, seguiram, via Moçambique, para Portugal, onde foram entregues à Casa Pia de Lisboa.

Houve reflexos em Aveiro. José cresceu com um forte sentimento de injustiça provocado pelo que acontecera ao pai e pelo que via à sua volta. Fez-se marceneiro, casou-se, mas nunca se esqueceu disso: aproximou-se do Partido Comunista Português e ainda foi preso pela PIDE em Fevereiro de 1963.

Em 2000, o fotojornalista Adriano Miranda visitou Timor, em reportagem para o PÚBLICO, encontrou a padaria que pertencera ao avô destruída por acção de milícias, grupos armados pela Indonésia em 1998, que tanto lembram as colunas negras, os grupos armados pelos japoneses em 1942. Já então lhe pareceu que havia uma história que não era só sua, que não era só da sua família, que era uma história de resistência, que merecia ser resgatada e contada.

Este domingo, a revista 2 conta a história do padeiro Miranda cruzando depoimentos com cartas, registos da polícia portuguesa, ficheiros do exército australiano, jornais, livros. Não é igual à que Adriano Miranda cresceu a ouvir a mãe e os tios a contar, porque o tempo prega muitas partidas à memória.

Posted: 13 Jan 2013 03:00 AM PST



Filipe Fialho – Visão, com foto de Marcos Borga

Acredita que Timor-Leste está bem entregue e vai continuar a ser um caso de sucesso. Ramos Horta, o Nobel da Paz de 1996, deixou a presidência do seu país há sete meses e admite estar a aproveitar muito bem a sua liberdade

Em maio, cedeu o lugar de Chefe de Estado a Taur Matan Ruak e, desde então, tornou-se um reformado de luxo da política de Timor-Leste e um andarilho global. Tal como Bill Clinton ou Tony Blair, José Ramos Horta passou a integrar a lista de antigos dirigentes que passam o tempo em viagens pelos cinco cantos do mundo para dar todo o tipo de conferências - pagas proporcionalmente ao seu prestígio internacional. Esta semana, veio a Lisboa para participar nas comemorações dos 40 anos do Expresso e rever velhos amigos. No final do mês, tem à sua espera um novo desafio pessoal e diplomático, quando assumir funções como enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau. Um cargo que, confessa, lhe pode provocar alguns constrangimentos por impedi-lo de dizer o que realmente pensa. Enquanto tal não ocorre, mostra-se solidário com a causa palestiniana, elogia os professores portugueses em Timor-Leste - "são dedicados e entusiastas, devíamos pagar-lhes um pouco melhor" - e diz que Durão Barroso pode muito bem suceder a Ban ki Moon à frente da ONU. 

Após ter abandonado a presidência da República de Timor-Leste, afirmou que lhe tiraram um enorme fardo de cima. É hoje um homem mais livre?

A verdade é que, nestes últimos meses, deleitei-me com a minha liberdade. Mas não se entenda isto como sinónimo de ociosidade. Logo em junho, por exemplo, aceitei o convite do Presidente Taur Matan Ruak [o seu sucessor] para representar Timor-Leste na cimeira do Rio+20. Tenho viajado imenso, dei mais de 20 palestras - nos Estados Unidos, Japão, Suíça, Alemanha, Singapura, Tailândia, Austrália... Recebi mais três doutoramentos honoris causa, entrei para o Conselho Honorário da Universidade de Harvard...

Tenho estado muito ocupado, a diferença é que já não sou obrigado a preocupar-me com problemas de política e segurança em Timor-Leste. Durmo tranquilo e acordo tranquilo, as dores de cabeça em relação ao que acontece em Timor-Leste ficaram para o atual Presidente e para o primeiro-ministro.

Curioso que a sua reforma da política timorense lhe permita agora ter maior visibilidade internacional...

Eu nunca deixei de ter visibilidade, a nível internacional. Mesmo quando estava na chefia do Estado, publiquei artigos de opinião no Washington Post, no International Herald Tribune, no New York Times. Sempre opinei sobre aquilo que me parecia mais oportuno, fosse a Síria, a situação dos media ou a Birmânia... Mas agora, ser representante especial do secretário-geral para a Guiné-Bissau, impõe-me alguns constrangimentos. Tenho um secretário-geral a quem devo todo o respeito, a ele e aos 193 membros da ONU. No passado, em conversas informais, eu costumava dizer "aquelas pessoas da ONU que trabalham entre o 36.° e o 38.° andar devem ser os melhores diplomatas do mundo porque têm de gerir as sensibilidades, os interesses e os egos de todos os Estados membros. Não pode haver diplomatas mais hábeis, porque têm de medir cada palavra". E se é habitual os líderes cometerem gafes, é muito raro um funcionário da ONU cometer uma gafe. 

Já que fala da Guiné-Bissau e da sua nomeação para mediador do conflito naquele país, a sua amizade com o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior não lhe provoca nenhum tipo de constrangimento?

Bom, eu não diria amizade, porque não conheço assim tão bem o dr. Carlos Gomes Júnior. Estive com ele duas ou três vezes quando ele era primeiro-ministro. No plano pessoal, não posso colocá-lo, por exemplo, ao nível da relação que tenho com Joaquim Chissano, personalidade que conheço há mais de 30 anos...

Permita que insista nos constrangimentos. Há apenas um mês subscreveu uma carta enviada ao novo Presidente da China, apelando à libertação do Nobel da Paz, Liu Xiaobo. Está a dizer que não voltará a ter esse tipo de tomadas de posição?

Se eu aceito desempenhar uma função nas Nações Unidas, com o estatuto de secretário-geral adjunto, não represento o José Ramos Horta, represento o secretário-geral.

Portanto não voltará a assinar e a promover cartas desse género, nem a criticar o regime de Pequim...

Enquanto me mantiver nestas funções, não posso fazer nada a que não seja dada luz verde pelo secretário-geral...

Mas é importante que se saiba que eu tenho excelentes relações com a China. A China considera-me um amigo. Mais. O meu filho, Loro Horta, é um respeitado especialista nesse país. Ele tem três mestrados e um deles foi tirado na Universidade Militar de Pequim - e com notas tão boas que lhe deram o título honorífico de coronel do exército chinês. Agora, está a concluir o doutoramento em Singapura sobre a doutrina naval chinesa. Fez, também, um mestrado na Universidade americana de Monterrey, onde a sua tese, igualmente sobre a China, foi classificada como a melhor do ano, na instituição... Tudo o resto é mero bom senso.

Admite concorrer ao cargo de secretário-geral da ONU quando Ban Ki Moon terminar o segundo mandato, no final de 2016?

Eu diria que essa possibilidade está excluída. A não ser numa outra vida, na minha próxima reencarnação - algo em que eu até acredito. Depois de Ban Ki Moon, um asiático, os europeus vão digladiar-se em grande para que o cargo de secretário-geral seja ocupado por um europeu. Vai ser muito interessante observar a cena! (risos) E eu vou fazê-lo, à distância, com intenso prazer.

E pondera apoiar algum candidato que entretanto surja?

Creio ser demasiado cedo mas a Europa pode apresentar candidatos brilhantes. Um deles é José Manuel Durão Barroso. Mas haverá outros candidatos. Os nórdicos, provavelmente, vão querer novamente o lugar, os polacos também devem dizer que nunca houve um secretário-geral da Europa de Leste... 

Depois de três décadas de luta por Timor-Leste, ainda há alguma causa que o mova para lutar pelo poder?

Pelo poder não, mas há causas que ainda me partem o coração! Por exemplo, a situação dos palestinianos. Sessenta anos depois, continua sem haver uma solução? Vinte anos depois dos acordos de Oslo, continuam a ver negado o seu direito a um Estado palestiniano livre e independente, a viverem em paz com Israel? Eu fui o único Chefe de Estado no mundo que teve a possibilidade de visitar em simultâneo, e na mesma deslocação oficial, a Palestina e Israel. Nesse campo de minas político, eu estava com imenso receio de cometer alguma gafe. Ainda por cima tinha aceite dar duas conferências publicas, uma em cada território. E pensei: vou fazer asneira, de certeza. Afinal, saí incólume e não detonei nenhuma mina político-diplomática. 

Dizer o que pensa ainda o prejudica?

Já disse muitas asneiras, ao longo da minha vida!

Há um mês, numa entrevista à Al Jazeera, afirmou que tinha muitas dúvidas sobre se valia a pena perder-se uma única vida humana para que um país atingisse a independência...

Já o tinha dito antes, mais do que uma vez, em conferências. Nenhuma causa, nenhuma religião, deveria justificar a morte. Mas nós sabemos que as pessoas aceitam morrer por uma causa, por uma religião, sempre assim foi na história da humanidade. Eu próprio perdi uma irmã e três irmãos [na guerra pela independência de Timor-Leste]. A nós, os vivos, resta-nos saber honrar a memória deles e tudo fazer para não trair essa memória. Caso contrário, para quê tantas mortes e tantos sacrifícios?

D. Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, afirmou, recentemente, que o nepotismo e a corrupção são os grandes problemas de Timor-Leste. Quer comentar?

Bom, em relação ao nepotismo eu nem percebo. O Presidente não tem nenhum irmão, nenhum sobrinho, nenhum primo ligado ao poder político ou empresarial. O primeiro-ministro Xanana Gusmão também não tem nenhuma irmã, nenhum tio na alta chefia do Estado ou das força armadas...

E quanto à corrupção?

A International Transparency, no seu último relatório, revelou que Timor-Leste está no bom caminho e subiu 19 lugares no ranking. Criaram-se, no país, muitos instrumentos e instituições de luta contra a corrupção que são quase um modelo em toda a Ásia. Embora a mim, como ser humano, me fira o coração ver alguém ser punido, temos de recordar que os tribunais timorenses condenaram a prisão uma ministra da Justiça. Portanto, é preciso tirar o chapéu à justiça timorense! Por outro lado, os dados mais recentes da ONU também demonstram que a pobreza está a diminuir; a mortalidade infantil baixou para metade, nos últimos três ou quatro anos; o caminho a percorrer ainda é longo mas acredito que os próximos cinco anos vão ser de grande crescimento económico, num clima de paz e estabilidade.

Está, pois, otimista em relação ao futuro imediato do seu país, apesar da retirada das forças internacionais da ONU?

Sim. O país está bem entregue, está em boas mãos. Nós temos líderes credíveis e eu estou muito confiante.

Há pouco tempo, num artigo de opinião publicado num diário indonésio, o Jakarta Post, escreveu que, daqui a dez anos, metade dos timorenses falarão português. Timor é indispensável para defender os interesses da Lusofonia na Ásia?

A língua não é uma mera questão de geopolítica. É uma questão de identidade, da identidade timorense. Temos uma história de 500 anos, aquilo que é hoje o povo timorense resulta da colonização portuguesa e nós, os líderes timorenses, chegámos à conclusão de que era necessário manter a língua portuguesa, apesar da interrupção de 24 anos de colonização indonésia. Não foi uma tomada de posição fácil, em 2000. Enfrentávamos os maiores desafios e a oposição de muita gente, sobretudo dos anglófonos. A verdade é que o português já é falado por mais de 20% da população. Ironicamente mais do dobro da percentagem de timorenses que falavam português em 1974. Timor-Leste independente fez mais pela língua portuguesa do que o Portugal colonial até ao 25 de abril. Isto é um enorme sucesso, é espetacular! 

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