sábado, 15 de dezembro de 2012

LAMPIÃO

IN DIÁLOGOS LUSÓFONOS

LAMPIÃO
Cangaceiro: 1898 – 1938
Sou senhor absoluto de todo esse sertão...
QUANDO TUDO ACONTECEU...
1889: Proclamação da República no Brasil; 1898: Nasce Virgulino Ferreira da Silva, a 4 de julho, em Serra Talhada, Pernambuco (segundo a certidão de batismo); 1911: Nasce Maria Bonita, a 8 de março; 1914: Primeira Guerra Mundial; 1918: O pai de Lampião é assassinado após disputa de terra. 1920: Lampião entra para o cangaço, com três irmãos; 1925: A Coluna Prestes inicia marcha; 1926: Lampião recebe patente de capitão dos Exércitos Patrióticos; 1930: Deposição de Washington Luiz e início da era Vargas; Corisco se junta a Lampião; 1932: Nasce Expedita, filha única de Lampião e sua rainha, a 13 de setembro; 1937: Vargas decreta o Estado Novo; 1938: Lampião e Maria Bonita morrem na Grota do Angico: ela é decapitada ainda viva. 1939: Segunda Guerra Mundial; 1940: Morre Corisco, a 25 de maio, metralhado em Barra do Mendes, Bahia; 1969: As cabeças de Lampião e Maria Bonita são sepultadas na Quinta dos Lázaros, em Salvador, a 6 de fevereiro.

REINO DE FAZER INVEJA

Depois de ouvir missa na igreja de Glória, cidade da Bahia nos limites com Pernambuco e Alagoas, o capitão Virgulino Ferreira da Silva, cabeça descoberta, sem arma de fogo, cai de joelhos, benze- se e em passo manco, sequela de uma bala, vai cumprimentar o padre Emílio Ferreira.
Calmo, sorriso maroto, o sacerdote acolhe-o um tanto alvoroçado.
“Estou mesmo diante do Rei do Nordeste?”
“Para servir Vossa Reverência.”
O padre havia recebido pouco antes, de um caixeiro-viajante, um mapa do Brasil, de um metro quadrado. Tem a ideia de desdobrá-lo sobre a mesa.
“Pois então trace aqui o seu reino.”
Munido de um lápis, capitão Virgulino, dito Lampião (havia adaptado um fuzil, para disparar mais rápido, e o cano avermelhava na escuridão) firma o olho bom, que era o esquerdo (o outro parecia um coágulo estagnado no centro de uma mancha branca, vazado que fora por um espinho) e inicia o traçado. Usado óculos brancos, sem aro, que pareciam aderir ao rosto comprido, ovalado.
De Mossoró, a mão desce para Conceição do Piancó, no Rio Grande do Norte, atinge Poção e Pesqueira, em Pernambuco, atravessa Alagoas, invade Porto da Folha e Capela, em Sergipe, e dali, via Itapicuru, entra na Bahia, rumo centro-oeste, via Riachão do Jacuípe e Morro do Chapéu, de onde se aventurou a Barra de Estiva e Rio de Contas. Flecha para cima, até Remanso, cruza a caatinga pernambucana, passa por Juazeiro do Norte, onde pontificava seu devoto Padre Cicero, e Caririaçu, no Ceará. Depois de Morada Nova, completa o circuito em Mossoró.
O reino compreendia sete Estados brasileiros. Ao todo, 273 mil km2. O padre admira-se:
“Territorialmente, seu reino faria inveja a muita cabeça coroada da Europa.”

leia o texto completo "Lampião" do Vidas Lusófonas aqui
http://www.vidaslusofonas.pt/lampiao.htm

E viva a cultura Brasileira!
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